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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Catastrofismo aquecimentista e comportamento humano

MÍDIA A MAIS
em 27 de janeiro de 2011

por Jessica Batista


O debate sobre a teoria do AGA deveria envolver idéias sérias, e não passionalismos e achismos, além de interesses escusos
Entrevista do Prof. Ricardo Augusto Felício, Doutor em Climatologia a Jessica Batista- da FAAP-SP
Pergunta com base no texto O “Verdejar” do Ser: o movimento ambientalista - Manuel Castells
 
Com a leitura deste texto desenvolvemos nossos conhecimentos e opiniões sobre o movimento ambientalista e, acima de tudo, tiramos conclusões sobre as divergentes visões sob os acontecimentos com o meio ambiente.
 
Como Manuel Castells diz, há aqueles preocupados com a preservação da natureza que acreditam na vida selvagem; aqueles que defendem o próprio espaço, visando à qualidade de vida, mas se colocando num papel de agentes poluidores; aqueles internacionalistas na luta pela causa ecológica (“save the planet”) que acreditam num desenvolvimento global desenfreado; entre outras tipologias dos movimentos ambientalistas.
 
Segundo sua opinião, gostaríamos de saber qual a teoria científica que nega as causas antropogênicas do aquecimento global - isto é, quais os dados científicos que sustentam suas teorias? De acordo com o modo pelo qual você enxerga o rumo que o planeta está caminhando, qual seria a relação entre aquecimento global, catástrofes e comportamento humano?
 
Dr. Ricardo Augusto Felício:
 
Antes de responder a questão em si, faz-se necessário ressaltar, em primeiro lugar, que problema ambiental não é problema climático. Usar ou não sacolas plásticas não vai sequer alterar o clima das cidades, quanto mais do planeta inteiro. Este é apenas um exemplo do que se mostra totalmente equivocado por aí, sem contar todos os outros que temos que engolir diariamente, através de uma mídia completamente engajada na “causa”.
 
Partamos agora para desenvolver a questão. Para isto, precisamos retornar aos questionamentos científicos. Toda vez que alguém afirma algo, necessita provar cientificamente. Neste caso em particular, os chamados “aquecimentistas”, fizeram uma afirmação que diz que o aumento de dióxido de carbono na atmosfera da Terra, causado exclusivamente pelas atividades de desenvolvimento humano, tem causado a elevação da temperatura da Terra. Quando um grupo de “cientistas” resolveu afirmar isto, eles obrigatoriamente precisam apresentar algo que se chama EVIDÊNCIA. Quem nega esta hipótese não tem que provar nada (veja bem, não há sequer uma teoria do Aquecimento Global Antropogênico – AGA, mas sim uma hipótese, ou seja, ela precede a teoria!). Quem afirma é que necessita provar e toda vez que os cientistas criticam e pedem pelas evidências, são rechaçados de céticos, de negacionistas e comparados com as piores coisas que se possa imaginar. São relegados como os maiores criminosos contra a mãe Terra, contra a humanidade, contra a Natureza. Ora, isto é absurdo! No estado em que se encontram as coisas, a ideologia ambiental, relacionada ao AGA, tornou-se religião (aliás, Gaia é religião, não Ciência). Os cientistas que negam o AGA não precisam provar nada, mas mesmo assim o realizam na tentativa de fazer com que a razão retorne à Ciência, pois esta se afastou de sua missão. Mas qual é a missão da Ciência? Por incrível que pareça, ela também foi esquecida. Muitos acham que a Ciência surgiu como um instrumento de libertação. Esta idéia é um engodo. Ela foi concebida para a emancipação humana sobre a Natureza e não aliada a esta. Basta lembrarmos que ela renasceu dos domínios britânicos e holandeses para explorar e conquistar o mundo, em um rompimento com a obscuridade da Idade Média, justamente para melhorar as grandes navegações e estender as Cias das Índias. Não se pode cumprir a meta de emancipação e sobrepujança sem exercer domínio totalitário, tanto sobre a Natureza, como sobre os Homens. Portanto, justamente por ser um instrumento de emancipação, a Ciência se torna um instrumento de dominação.
 
Algumas áreas da Ciência vêm cada vez mais caminhando por estradas tortuosas que, ao invés de racionalizar o Universo, pregam exatamente o oposto. Ela vai utilizar sua “fama” de imparcialidade, neutralidade etc. para justamente legitimar certas ações que só podem ser encaradas como mitológicas. Neste caso em particular, a Ciência Climática está corrompida! É importante frisar muito bem isto, pois ninguém se pergunta por que a Climatologia agora vai DETERMINAR como todos os SERES HUMANOS do planeta devem VIVER? Deveria soar ao menos estranho isto, mas ninguém se pergunta. E por que isto não ocorre? Simplesmente porque são evocados os três grandes medos da humanidade: a Morte, o Futuro e a Mudança. Tudo pode acontecer, mas sempre no futuro, para as pessoas que não existem (seus filhos, seus netos), mas nós não nos preocupamos com os que vivem hoje. Pelos próprios relatórios da ONU, 80% da população do mundo passam fome, enquanto produzimos alimentos para 20 bilhões de pessoas (sim, quase três vezes a população mundial). Tudo isto foi conseguido pela Ciência.
 
Também não podemos nos esquecer da força ideológica imposta por ONGs, como WWF e Greenpeace que, financiadas pelo governo britânico, querem impor suas ideologias ambientais baratas. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado, portanto, iriam concorrer pelos recursos naturais existentes. Desta forma, ressuscitou-se a velha teoria malthusiana, pela imposição, através do aquecimento global. Assim, os subdesenvolvidos devem reduzir o consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.
 
Agora, quando os cientistas de fato deixam de encarar a hipótese priorística em que dióxido de carbono aquece o planeta, as contradições começam a aparecer. Vejamos alguns exemplos para corroborar com evidências de que o dióxido de carbono, e principalmente o emitido pelos humanos, jamais controlou ou controlará o clima da Terra.
 
1.    O fator escalar: a composição da atmosfera da Terra é dividida entre 78% Nitrogênio, 21% Oxigênio, 0,7% Argônio e todos os outros gases são chamados traços. O CO2 possui a participação de 0,033% de todos eles, aqui inclusos os humanos (melhor descrito abaixo). Tal composição se estende até cerca de 100 km de altitude;
2.    Dióxido de carbono NÃO CONTROLA O CLIMA DA TERRA, bem como qualquer outro gás chamado estufa, contabilizados aí os pífios gases refrigerantes das famílias CFCs e afins. Tudo isto é um enorme engodo. Primeiro porque a Terra não é uma estufa! Em uma casa de vidro (estufa) você permite que entrem os raios de ondas curtas (luz do Sol) e inibe fracamente a saída de raios de ondas longas (calor). O que a estufa faz de fato é a inibição da DINÂMICA DE FLUIDOS. Em outras palavras, o ar vai se aquecendo e não tem para onde ir, portanto não troca calor em movimentos termodinâmicos. Efeito semelhante pode ser visto dentro do carro com as janelas fechadas. Basta abri-las para refrescar imediatamente. A Terra não é uma estufa. O CO2 não retém radiação de onda longa (calor) porque sua proporção é ínfima! Se existe algum tipo de efeito estufa local, ele é realizado pela presença de vapor d’água, que permanece na atmosfera na proporção de até 4%. O exemplo clássico pode ser visto no deserto, pois as taxas de vapor são irrisórias e, durante a noite, as temperaturas caem para zero. Se o CO2 provocasse esse efeito estufa, os desertos não seriam frios durante a noite. Lembramos sempre que a Terra não é Vênus. Lá sim, a atmosfera possui cerca de 95% de CO2, 3,5% Nitrogênio e dióxido de enxofre em nuvens alaranjadas. Além disto, como Venus não possui um ciclo do carbono para fixá-lo em rochas, ou outros componentes da superfície e também não parece ter vida orgânica para absorvê-lo como biomassa, seus efeitos de retenção de calor funcionam com eficiência, sem falar que está mais próximo do Sol. Nunca aqui na Terra o CO2 faria tal papel;
3.    Os oceanos ocupam cerca de 72% da superfície da Terra. Os valores elevados de 0,038% são registrados em Mauna Loa, Havaii. Esta estação foi instalada no Ano Geofísico Internacional (1957-1959) justamente para saber QUAL ERA A CONTRIBUIÇÃO DE CO2 DO PACÍFICO PARA A ATMOSFERA (Grifo meu), ou seja, são os oceanos as maiores fontes de CO2 para a atmosfera. A elevação suposta de ~0,033% para ~0,038%, difere apenas 0,005% desde 1957 até 2009 precisamente porque os oceanos estiveram cerca de 0,5ºC mais quentes nos últimos 50 anos;
4.    Para se ter uma noção da escala dos processos, os fluxos estimados de CO2 alcançam 210 Gton/ano (Gigatoneladas por ano). Só os oceanos fornecem 90 Gton/ano. Todos os outros processos fornecem o resto. O erro estimado para os fluxos é de 20% para mais ou para menos. Em outras palavras, o erro pode ser de 40 Gton/ano a mais ou a menos. Nós humanos lançamos 4,1Gton, ou seja, somos 10% (DEZ POR CENTO) do erro dos fluxos estimados. Nestes termos, a fração de 0,005% que Mauna Loa registrou como elevação em 50 anos, a parte supostamente humana é de 0,0000976%. Até os insetos emitem mais que os humanos;
5.    Acho que, pessoalmente, a pior afirmação que eu ouço é a de que o CO2 é o gás do fim do mundo ou que ele se tornou poluente. A afirmação, além de estúpida, é ridícula, pois o CO2 é o gás da vida. Sem ele, nenhuma forma de vida baseada em carbono existiria na Terra. Quanto mais se eleva a sua concentração na atmosfera, maior é a produção vegetal, ou seja, maior produção de alimentos (Estufa serve para isto!). Esta é a fertilização por carbono. Há mais de 50 anos já se realizam experimentos comprovados cientificamente sobre tal fato;
6.    As temperaturas já estiveram bem mais aquecidas que as atuais. Há cinco mil anos, quase 6 graus Celsius. Toda a calota ártica já derreteu e os ursos polares continuam entre nós, aliás, só para lembrar, os ursos polares são chamados de Ursus maritmus, justamente por nadarem 100 km/dia (cem quilômetros por dia). As temperaturas na Idade Média já estiveram 2 graus maiores que as atuais. Os últimos 10 anos não são os mais quentes da história, pois os anos de 1930 foram bem mais que estes, com registros específicos na Groenlândia, como as estações de Reykjavik e Godthab Nuuk;
7.    Quanto à idéia de consenso, acho que vale falar um pouco sobre isto. Ciência não é feita de consenso. Ela é feita baseada em evidências. Os “aquecimentistas” não conseguiram até hoje provar suas hipóteses, portanto apelam para o “consenso científico” realizado pelas assembléias do IPCC com seus “2500 cientistas”. Vejamos como funciona isto: O Painel, quando criado em 1988 (22 anos atrás e nada do clima aquecer, né?!), até tinha 2000 cientistas que compilaram diversos trabalhos sobre clima. Atualmente não possui sequer 200 “cientistas”. Desde sua fundação, é a comissão da ONU que mais apresenta evasão de cientistas. Só em 2008, 650 saíram de lá, brigando muito com todas as coisas que aconteciam, desde censuras de seus comentários e alteração de textos revisados. A maioria agora é dissidente e combate a ideologia desta comissão. Temos até mesmo o NIPCC, com fortes correntes no Canadá, Japão e Estados Unidos e que é muito divulgada no exterior, mas nem um pouco aqui no Brasil. Por que será? Além destes, temos o Petition Project, com assinatura de 31 mil cientistas do clima, oceanografia, geologia etc. que abominam as medidas impostas pela ONU, através do IPCC, portanto, o IPCC não faz trabalho científico, faz política. Membros de ONGs, políticos e diversos tipos de burocratas fazem parte de sua composição. Uma vez que seus imensos relatórios de mais de três mil páginas são elaborados, há uma conferência final onde esses burocratas, políticos e membros de ONGs votam que partes catastróficas serão colocadas nos sumários para políticos, que só tem 20 páginas. Nestas ocasiões, os cientistas que participaram da elaboração dos relatórios NÃO TÊM DIREITO A SE MANIFESTAR. É um absurdo total e foi por isto que quase todos eles saíram do IPCC. Para o próximo relatório, o IPCC veio recrutar pessoal dos países subdesenvolvidos (muitos do Brasil) pois isto significa status, verbas intermináveis (com dinheiro público), viagens aos lugares mais exóticos da Terra a cada 15 dias e por aí vai. Fico me perguntando o que será que vem pela frente agora, já que sabemos como se comportam essas pessoas aqui. Só para se ter uma idéia, a maior parte destes “colaboradores” defende a internacionalização dos recursos naturais, ou seja, entreguemos tudo para o controle da ONU;
8.    Quanto aos financiamentos, precisamos sempre ressaltar que a maioria dos “céticos” ao AGA é composta por cientistas aposentados, blogs e pesquisadores da ativa voluntários e dedicados, sem financiamento (eu estou neste grupo). Enquanto isto, os governos injetam bilhões de dólares em pesquisas “aquecimentistas” para legitimarem suas ações. Quais seriam estas? A criação de mais impostos, o cerceamento de direitos civis e a globalização dos recursos naturais mundiais, com governança global elaborada por painéis científicos legitimadores. Podemos notar isto no IOTP (o painel do ozônio, outra enorme falácia científica do séc. XX), o IPCC (painel do Clima) e agora o mais novo, o IPBes (painel da biodiversidade, onde as pessoas terão que pagar impostos pelo uso do planeta!). Seria uma conspiração? Não, tudo é escancarado, pois a ideologia ambientalista tomou todas as frentes e vemos isto até mesmo nos financiamentos de pesquisas. A FAPESP não libera verbas para pesquisas que sejam contra os “aquecimentistas”. Se compararmos os financiamentos realizados para as pesquisas “céticas”, como uma que ocorreu pela ExxonMobil, com US$23 milhões, verificamos que a luta é completamente desigual. Os “aquecimentistas” receberam, até 2008, 80 bilhões de dólares. A diferença para os “céticos” é menor em 3478 vezes;
9.    Enfim, Oliveira (2010) faz uma compilação de algumas correlações absurdas dos gases do “efeito estufa”. A elevação de CO2 causa: aumento de alergia, terrorismo, queda de aviões, risco de colisão com asteróides, morte por câncer, canibalismo em massa, insônia em crianças, ataques de puma, criminalidade, depressão, danos à saúde de cães, mudanças no eixo e velocidade de rotação da Terra, extinções de espécies, da civilização humana, fome, desastre do mundo da moda, envenenamento de comida, mudanças genéticas, infartos, indigestão, fim das Olimpíadas, prostituição, avistamento de OVNIs, estupros, guerras, ameaça nuclear, lixo espacial, disfunções sexuais, movimentos tectônicos, erupções vulcânicas, desemprego, casamentos precoces, AIDS, tsunamis etc. Em outras palavras, o AGA serve de bode-expiatório de todos os problemas humanos ou ambientais possíveis, somente porque se correlaciona o valor de CO2 do Havai, com qualquer outra variável de interesse. Seguindo essa lógica, poderíamos afirmar que o crescimento da população, do PIB ou qualquer outro parâmetro pode ser associado ao “aquecimento global”, contudo, logicamente as associações são realizadas sempre com os aspectos negativos e problemáticos presentes na sociedade e nunca com os favoráveis, mesmo que estes sejam reais.
 
Quanto a sua segunda parte da questão, ela envolve a idéia de catastrofismo, ou seja, a severidade dos fenômenos. Comecemos novamente pela relação escalar. Os fenômenos da Natureza manipulam energias planetárias. Os humanos são insignificantes perante a eles. O que devemos fazer é criar resiliência nas sociedades, ou seja, prepararmo-nos para usar nossa sabedoria para resistir (ou tentar) a severidade imposta pela Natureza. Ao mesmo tempo, há uma colocação importante aqui. Aprendemos, após a Segunda Guerra Mundial, a monitorar nossos inimigos. Em outras palavras, a guerra fria gerou diversas tecnologias de monitoramento. Nestes termos, o próprio planeta Terra tornou-se monitorado permanentemente, pois o palco dos acontecimentos, ou seja, a Geografia, determinava condições de como ocorreriam os desdobramentos dos conflitos. Não podemos esquecer que o século XX é conhecido como o século da Guerra. Assim, diversos satélites, estações meteorológicas, aviões, sondas etc. foram criados para a guerra e para a Ciência que trabalhava para esta. Aprendemos a ver diversas partes do mundo que antes não víamos, pois se aumentou muito o uso de satélites ambientais. Ao mesmo tempo, há mais pessoas ocupando diversas áreas da Terra, portanto, testemunhas observacionais das coisas que ocorrem e a internet divulga tudo rapidamente, parecendo que o mundo encolheu (não, ele continua imenso ainda!). Também temos um sistema capitalista que tem levado ainda mais as pessoas à níveis de pobreza extrema e portanto, esta tem levado as pessoas a morarem em áreas de risco que já eram suscetíveis aos problemas climáticos normais. Assim, há um maior número de casos de pessoas sofrendo prejuízos pelo fato de elas estarem nos lugares errados. A Natureza está certa, pois os fenômenos sempre ocorreram, agora, a ocupação, norteada por condições econômicas e sociais é que está errada. Portanto, fenômenos extremos sempre existiram e possuem padrões aleatórios que às vezes se aproximam de alguma idéia bem longínqua de ciclicidade. Um caso interessante foi o ciclone tropical que houve no Brasil, em 2004. Nós já tivemos outros registrados sim, bem como a presença de tornados. Só não eram antes observados por falta de testemunhas e equipamentos. Isto levou John Christy, meteorologista dos EUA, a declarar: “É extremamente frustrante, para um cientista, ver na mídia que cada desastre meteorológico está sendo acusado de ‘mudança climática’ quando, na verdade, esses eventos fazem parte da variabilidade natural do sistema climático”.
 
Finalmente, encerrando pelo comportamento humano, aqui ficamos com um grande problema, pois sempre deturpam as minhas colocações propositalmente. Quando falo que não importa o que façamos, nada vai mudar, os movimentos ambientais gostam de dizer “ok, então podemos destruir tudo e pronto”. Aqui está a grande falácia do movimento ambiental. Ele usa a lógica da coerência (ou incoerência, ao meu ver). Em outras palavras, ou você aceita tudo ou não aceita nada. As coisas só andam em bloco! Se eu discuto que as atividades humanas não interferem no clima global, eles distorcem dizendo que eu autorizo a destruir tudo, pois nada vai acontecer. De fato, para o planeta, nada vai acontecer mesmo, pois as escalas planetárias são muito superiores em ordem de grandeza que as nossas. O que vai acontecer é a degradação local, e não global, e mesmo esta, reduz-se há poucos quilômetros das suas fontes. Podemos usar diversos exemplos como a poluição do rio Tietê, que em 50 km some e o rio se torna límpido, ou a sujeira do ar de São Paulo que desaparece em menos de 20 km (aliás, a maior parte vem, impressionantemente, de fora, ou seja, das queimadas de cana e não da fumaça dos automóveis, mas...).
 
O que está em jogo é outra coisa. É o controle total da humanidade, com a criação de um governo mundial supranacional, onde todos os elementos serão controlados pela ONU, e legitimados pelos tais painéis científicos. Em breve, teremos um painel para os oceanos, para as comunicações e, é claro, para o espaço. Para quem está observando este discurso pela primeira vez, pode até achar paranóia deste pesquisador, mas tudo que eu falo é exatamente utilizando as palavras de nossos adversários. Vejamos a questão primeiramente pela política destes indivíduos que estão na mídia o tempo todo e são aclamados como “salvadores do planeta”. James Hansen, da NASA, diz que as pessoas deveriam ser presas por “negação” do clima. Em outro exemplo, um candidato verde na Austrália sugeriu que talvez precisemos suspender a democracia, ou seja, com certeza, vamos criar um estado de emergência totalitário para “salvar o clima”. É assustador! A própria CETESB já se prepara para ser uma nova GESTAPO verde em São Paulo. Também notemos a falácia da inspeção ambiental veicular no município de São Paulo que está a extorquir cerca de MEIO BILHÃO DE REAIS, todos os anos, dos cidadãos. E no seu próprio site, a empresa diz trabalhar para “controlar o efeito estufa”. Acontece que se você não passar na inspeção, o Estado confisca seu bem, pois se não pode licenciar seu veículo, significa que você perdeu os seus direitos constitucionais sobre o mesmo. Todas as políticas mitigatórias são uma verdadeira falácia. A coisa toda virou um enorme negócio internacionalizado que só visa mais exploração do ser humano, de criar impostos (CPMF climática), de cercear os direitos das pessoas e de criar mais dificuldades ainda. Temos mais frases interessantes, por exemplo, do Stephen Schneider, em 1987: “Para capturar a imaginação do público, devemos oferecer cenários amedrontadores, fazer afirmações simplificadas e dramáticas, e fazer pouca menção de quaisquer dúvidas que possamos ter. Cada um de nós deve decidir qual é o balanço correto entre ser eficiente e ser honesto”. Graças à Deus, esse ser faleceu em julho de 2010.
 
Eu defendo a teoria (pois já tenho evidências suficientes para chamá-la assim) de que estamos passando para a quarta fase do capitalismo: o eco-ideológico. No primeiro estágio, tivemos o capitalismo industrial, no segundo, o comercial. A terceira fase já é algo considerado exorbitante, pois no capitalismo financeiro, dinheiro gera dinheiro. Para a quarta fase, há um novo valor agregado, a ideologia ambiental. Em outras palavras, o sistema capitalista envolve, ou absorve, aquilo que lhe combate. Se nos anos de 1970 o movimento ambiental combatia o capitalismo, aliado aos movimentos das esquerdas, após a queda do muro de Berlim, com o desbaratar de diversos movimentos esquerdistas, tivemos algo inusitado: o sistema capitalista foi agregando, vagarosamente, o movimento ambiental para dentro de suas fileiras. Ao mesmo tempo, muitos dos movimentos esquerdistas viram no movimento ambiental, uma forma de combater o capitalismo. É paradoxal, mas diversos esquerdistas do passado estão nos movimentos ambientais de hoje. Em outras palavras, vermelhos se tornaram verdes. Os exemplos estão no mundo inteiro, desde o parlamento europeu, até mesmo no Brasil (preciso citar nomes?). Curiosamente, marxistas estudiosos e convictos, de fato, nunca cederam ou mudaram de lado e prognosticaram que isto iria acontecer. As pesquisas do nosso grupo de estudos demostraram isto e podemos ver essas colocações em Mészáros e Bernardo. De qualquer forma, o que se vem implementando é uma política internacional de eco-imperialismo. Driessen vai responder bem todas essas colocações, em Green power, Black death, de 2003. A pseudociência do AGA vem para tentar LEGITIMAR um processo de mitigação de energias, de venda de novos produtos e de instituição de um poder internacionalizado. Para isto, faz-se necessário criar grandes problemas que vão instigar os medos da humanidade, conforme dito anteriormente. Esses “problemas planetários” serão os alicerces da Teoria da Tríade (arquivo anexo), ou seja, as “mudanças climáticas”, o “aquecimento global” e o “caos ambiental”. Mas, para resolver tudo isto, basta fazermos compras, com produtos verdes e ecologicamente corretos, que salvaremos o planeta. Simples assim. Salve o planeta fazendo compras. Substitua o eficiente pelo inepto. Não use sacolinhas plásticas de mercado, pois elas aquecem o planeta. Só resta a pergunta: o lixo de casa vai de ônibus para o aterro? Ou vamos comprar os sacos de lixo para acondicioná-lo? Trocou o seis por meia-dúzia, mas os mercados, não abaixarão os preços (com os custos das sacolas já embutidos). Ao mesmo tempo venderão sacolas para quem quiser ser ecológico (as sacolas de marcas) e, ampliarão as vendas de sacos de lixo. O que observamos é que toda vez que algo fica ecológico, toma uma pintura de verde, o lucro sempre aparece embutido em três etapas. Sim, ser sustentável tornou-se muito lucrativo e a legitimidade desta não é sequer colocada em questionamento, muito menos discutida. Pode-se ver isto nitidamente quando revistas colocam em suas capas: “ser sustentável: veja como ganhar muito dinheiro com isto”. O importante é ressaltar que as tecnologias são “importadas”, ou seja, continuaremos sempre dependentes do exterior para tudo.
 
Desta maneira, vamos ao maior paradigma de todos: ONDE ESTA A LEGITIMIDADE DO MOVIMENTO AMBIENTAL? O que ele pretende? As discussões precisam ser mais aprofundadas, pois reduzir a humanidade à condições severas de vida porque temos que salvar o planeta é uma premissa falha. Não tem legitimidade por este viés, afinal, prega o subdesenvolvimento, a desgraça e a morte dos seres humanos, principalmente os subdesenvolvidos. Ninguém está destruindo o planeta, primeiro porque 72% dele é mar. 28% são continentes, mas destes, mais ou menos 49% são terras áridas, semi-áridas e desertos. Então, o que será que os humanos usam de fato? Menos de 9% da superfície dos continentes e as cidades representam uma fração ridícula de 0,05%, enquanto que as habitações, menos ainda, cerca de 0,005%, ou seja, não adianta nada pintar os telhados de branco. No mais, o que se pode talvez conseguir é dar um frescor nas cidades inseridas nos trópicos. Não serve para fazer isto na Noruega.
 
Outro ponto em questão é que devemos nos preocupar com a humanidade. Quando a Ciência resolve que deve submeter as pessoas mais necessitadas do mundo ao estado de desenvolvimento arcaico da Idade Média, ou até mesmo da Idade da Pedra, como o movimento ambiental prega, chegou então a hora em que a Filosofia deveria reorientar certos pensamentos. Se a vida de uma borboleta é mais importante que a de um africano, você precisa rever seus conceitos. Justamente é o conforto material de uma civilização que torna possível uma preocupação séria com os valores ambientais. Para quem tem necessidades, para quem precisa suprir o básico, como alimentação, vestuário, transporte, saúde e água limpa, a floresta ficou para trás. Impor para as pessoas a vivência sem condições, justamente para os que tem mais necessidades, ou criar mais dificuldades no cotidiano dos citadinos, tornaram-se os maiores crimes contra a humanidade. Ao invés de fomentarem, com verbas colossais, a existência e fundação de diversos institutos de pesquisa, de verbas para projetos de retirada de CO2 da atmosfera e de mecanismos de desenvolvimento limpo inúteis, caros e imperialistas, deveriam, isto sim, dar saneamento básico, condições de vida melhores, moradias e por aí vai. Portanto, as idéias ambientalistas refletem primordialmente as preocupações, preferências e visões de mundo de uma minoria de políticos, burocratas, acadêmicos, ONGs e fundações econômicas de países altamente desenvolvidos, que apontam a si próprios como defensores dos interesses da humanidade. Se até certos movimentos ambientais indicam sites de suicídio para salvar o planeta, tal ideologia deveria ser aniquilada pela sua perversidade. Diversas ocorrências vêm demonstrando a insanidade que o movimento ambiental tem causado. Um exemplo:
 
“Pais atiram em bebê por desespero ante o aquecimento global.
 
Uma bebê de sete meses, baleada no peito pelos próprios pais, sobreviveu depois de permanecer três dias até ser encontrada pela polícia, na última quinta-feira, na cidade de Goya, norte da Argentina. Francisco Lotero, de 56 anos, e Miriam Coletti, de 23 anos, teriam firmado um pacto de suicídio por temerem os efeitos do aq.global. Assim, eles mataram a tiros o filho de dois anos, balearam a filha de sete meses e se suicidaram (...)” (Fonte: 02/março/2010 Estadão ON Line).
 
Este sim é um fato lamentável que ficou conhecido como “aquecimenticídio” (warmcide) e foi um efeito concreto e chocante do “aquecimento global”, ou melhor, do medo provocado pelo “terrorismo climático”, pregado pela mídia e totalmente infundado.
 
Devemos sempre manter o discernimento entre o que é realmente conhecimento científico e as coisas que a mídia publica como “Ciência”. As discussões sobre o AGA têm gerado mudanças severas e ainda gerarão danos irreversíveis à sociedade se tal movimento não for devidamente desmascarado. Políticos estão mudando as leis na calada da noite, implementando burocracias que se estenderão por todo o sempre, baseados em argumentos pífios e sem fundamentação. Eles evocam o princípio da precaução, dizendo que “mesmo sem plena certeza científica” devemos adotar este ou aquele procedimento. Oras, quer dizer que se tivéssemos certeza, mudaríamos, mas se não temos certeza, mudamos também? Então, para que Ciência se todas as decisões já foram e ainda serão tomadas usando esse ridículo princípio da precaução? Então não irei mais morar na minha casa por precaução, porque um dia ela poderá se incendiar ou desmoronar? Notem que não estamos falando de prevenção, mas precaução, que até mesmo juridicamente, são diferenciados. Paul Driessen relatou, em 2007: “O princípio da precaução é sempre usado em apenas uma direção. Fala dos riscos do uso de uma tecnologia em particular – combustíveis fósseis, por exemplo – mas nunca sobre os riscos de não usá-la”. Em outras palavras, por precaução, não usaremos mais combustíveis fósseis, pois eles podem gerar AGA. Continuemos a usar esterco, como na Índia, ou lenha, como o resto do mundo, inclusive o Brasil.
 
Estes artifícios já foram usados no passado para destruir a indústria de refrigeração dos países subdesenvolvidos, como Índia e Brasil. O diplomata Richard Benedick, pró- protocolo de Montreal, que aboliu draconianamente o uso dos CFCs, relatou: “Na época das negociações e da assinatura [do protocolo], não existia nenhuma evidência de problemas mensuráveis [em que CFCs destruíam o ozônio]. Assim, ao contrário de acordos ambientais do passado, o tratado não foi uma resposta a acontecimentos ou eventos prejudiciais, mas uma ação de precaução em escala global.”. Assim, vemos uma burocracia supranacional que se instalou e se certifica constantemente que os países não possam usar gases refrigerantes que custam apenas US$1,00 o quilograma. Ela obrigou a se usar o seu substituto HCFC, dito ecológico, que custa US$38,00 o quilograma. Nos E.U.A., por exemplo, o segundo produto mais combatido, depois das drogas, é o mercado negro de CFCs. Contudo, esta obrigação vai se exaurir em breve, pois o dito gás ecológico, salvador da “camada de ozônio”, foi agora direcionado ao grupo dos vilões, pois ele é um “contribuinte” do efeito estufa. Desta maneira, já se prepara a obrigação de sua substituição. Neste caso em particular, especula-se que seu substituto vá custar US$128,00 o quilograma. Também não se pode esquecer que não basta apenas trocar o gás dos refrigeradores. Os novos gases nunca funcionarão nos aparelhos antigos, portanto, gera-se a necessidade de trocar todos os aparelhos, um ato extremamente ecológico de proliferação do consumo, como se fez recentemente no Brasil com a história das tomadas e plugues. Essas coisas são recorrentes, pois já ocorreram com o DDT, PCBs, Ascarel, Merthiolate, CFCs etc. Sempre se cria um problema repentino, que force a substituição de um produto-chave, o qual gerara um processo de troca em cadeia.
 
Para encerrar, devemos usar as palavras do próprio “inimigo” quando este ainda tinha algo de “mais sério”. Dentro dos relatórios do IPCC, retiraremos duas passagens que fazem questão de não mostrar: “As variações no dióxido de carbono ao longo dos últimos 420 mil anos seguiram amplamente a temperatura antártica, tipicamente de vários séculos a um milênio” (IPCC, 2007, p. 444) e “Concluindo, a explicação para as variações glaciais e interglaciais de CO2permanece como um difícil problema de atribuição.” (IPCC, 2007, p. 446). Em outras palavras, primeiro sobe a temperatura da Terra e depois as concentrações de dióxido de carbono. Só por essa afirmação, as discussões deveriam estar ENCERRADAS. O CO2 NÃO controla o clima da Terra. Certamente NÃO o fez no passado e NÃO o fará no futuro. Combater o clima é uma atividade onerosa, infrutífera e inútil.
 
Apresentei aqui alguns pontos de maneira bem singela. Haveria muito mais a se discutir, mas acredito que farão um bom trabalho com o abordado.
 
A briga é totalmente desigual e perversa, mas continuaremos na luta.
 
Um grande abraço a todos da FAAP e parabéns pela coragem e iniciativa de abordar o tema nesta entrevista.
 
At.
 
Ricardo Augusto Felicio
Prof. Dr. Climatologia
Depto. Geografia – FFLCH – USP

Nota Redação MÍDIA@MAIS: texto publicado com autorização do entrevistado, responsável pelo fornecimento do material

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