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sábado, 31 de julho de 2010

As ameaças do Programa Nacional dos Direitos Humanos–3 continuam!

As ameaças do
Programa Nacional dos Direitos Humanos–3
continuam!

Em 22 de dezembro de 2009, por decreto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs em vigor o Plano Nacional de Direitos Humanos-3 (PNDH-3), texto agressivo, totalitário e coletivista, que traumatizou a Nação. O diploma legal, saudado com entusiasmo pelas esquerdas, não teve condições políticas de sustentação. Quase cinco meses depois, premido pelo clamor da inconformidade popular e por conveniências eleitorais, o governo finalmente alterou em pontos fundamentais o PNDH-3. Foi verdade ou show? Você precisa saber para ficar atualizado.
  • O que pensar deste programa da coligação governista, que procura enfiar o Brasil nos moldes de sua utopia de destruição?
  • O governo, ao ajustar pontos do programa que traumatizaram a Nação, ferindo-a em seus sentimentos de religião, nacionalidade e autonomia pessoal, recuou como foi noticiado por certa imprensa? Ou fez retirada momentânea sem abandono a objetivos programáticos irrenunciáveis para revolucionários, hoje no governo, obcecados por seus ideais de demolição?
Estas e outras perguntas de enorme atualidade serão respondidas por especialistas na matéria, com grande experiência da vida pública brasileira.
Dia 26 de agosto de 2010
Local: GOLDEN TULIP– Paulista Plaza
Endereço: Alameda Santos, 85 – Jardins – São Paulo
Prof. Ives Gandra da Silva Martins
As inconstitucionalidades no PNDH-3.
Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança
A corrosão do direito de propriedade no PNDH-3.
Reforma agrária, quilombolas, questão indígena.
Deputado Federal Jairo Paes de Lira
O PNDH no Congresso Nacional.
Aborto, “casamento homossexual” e desarmamento.
Dr. Paulo Uebel, Diretor executivo do Instituto Millenium
Aspectos econômicos do PNDH-3
– A prosperidade e o desenvolvimento humano
19:30 hs Recepção e welcome coffee
20:00 hs Início do forum
22:00 hs Considerações finais e Encerramento


INSCRIÇÃO
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CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA
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Chávez: Dilma é minha candidata

Para quem ainda não viu, Chávez declara seu "voto": DILMA.

Repassem para seus contatos pois FARC e Chávez são a mesma coisa, como se vê abaixo.



Revelações do computador de Raúl Reyes, número 2 das FARC:



Uribe lê parte do conteúdo dos computadores de Raúl Reyes:



Por fim, Chávez, um CHEFE DE ESTADO, faz UM MINUTO DE SILÊNCIO pela morte de Raúl Reyes:

Ginger Katz talks about the Courage to Speak® Foundation - Courageous Parenting 101™

Alguém poderia traduzir? Queria colocar a legenda, um amigo que indicou me pediu.




TheCourageToSpeak | 7 de novembro de 2009
The Courage to Speak® Foundation - Courageous Parenting 101™ Drug Prevention Education for Parents.

Parents from all schools and communities are invited to attend FREE of CHARGE.

Programs starting in January 2010.
Visit link on the Courage to Speak® Foundation web - follow link to Courageous Parenting 101™
http://www.couragetospeak.org

The Courage to Speak® Foundation has developed a program for parents called Courage to Speak® -Courageous Parenting 10™. The program is a free five-session substance abuse education and prevention course for parents wishing to arm themselves with the knowledge and tools of how to keep their children safe. Parents who have children in elementary, middle and high schools are encouraged to attend.

The five session course covers:

• Teen drug use trends and party culture
• Drug and alcohol abuse, addiction and its physiological consequences
• Protective, psychological and developmental guidance to help reduce the risk of substance use
• Dangers of enabling and hands-off parenting
• Communication and listening strategies
• Warning signs
• The power of denial
• Practical steps if use or abuse is suspected;
• Parenting styles
• Sources of help and more.

Visit http://www.couragetospeak.org

CONVITE: Plano Nacional de Direitos Humanos - VOCÊ SABE QUE GOLPE É ESTE? ENTÃO ESTEJA PRESENTE...

Prezados leitores
                     

Estou escrevendo para convidá-los a participar de um Fórum de debates, no próximo dia 26 de agosto, em São Paulo, sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).

Será uma oportunidade única para compreenderem o que está por trás do decreto que instituiu o PNDH-3.

Como devem lembrar-se, no dia 23 de dezembro, o Presidente Lula assinou o decreto que institui o tal programa.
Pela primeira vez, o governo apresentou ao público suas reais intenções, em conjunto e em um só documento.

Dado o grande número de reações que houve ao PNDH, o governo deu um passo atrás e, no dia 13 de maio deste ano, publicou um novo decreto recuando em alguns pontos.


Este recuo foi real ou aparente? É o que veremos.


O Programa é tão abrangente que sentimos a necessidade de convidar para este fórum quatro especialistas que irão discutir, cada um, sobre um aspecto específico do plano.


Assim, nós teremos o Prof. Ives Gandra da Silva Martins falando das inconstitucionalidades do decreto; o Príncipe Imperial D. Bertrand de Orleans e Bragança, tratando dos assuntos ligados aos quilombolas, quotas raciais e reforma agrária; o Deputado Paes de Lira falando sobre o “casamento” homossexual, aborto e desarmamento e  o Dr Paulo Uebel, do Instituto Millenium, falando sobre os aspectos econômicos do PNDH-3.

Faça já sua inscrição. Ela é indispensável para reservar seu lugar, pois as vagas são limitadas. A entrada será franca, mas estamos pedindo doações para ajudar a cobrir as despesas do evento.

Para quem mora fora e distante de São Paulo, vamos gravar todo o debate e colocar no You Tube e na Glória TV para que possam assistir, a posteriori, os filmes do evento. O ideal seria colocarmos on line, mas infelizmente as despesas já estão muito altas. Se nos ajudar, quem sabe o conseguiremos.


É por este motivo que estamos pedindo, mesmo àqueles que não possam estar presentes ao evento, que nos dêem sua contribuição. O esforço de todos, possibilitará o sucesso do fórum.


Clique aqui, veja o convite  e faça já sua inscrição
. Na mesma página haverá um meio de fazerem sua contribuição.


Caso nao consiga acessar copie e cole http://www.pelalegitimadefesa.org.br/acao/pndh3/pndh3.asp


Sem mais, esperando encontrá-lo no dia 26 de agosto no Golden Tulip Hotel, São Paulo, SP, despeço-me.


Atenciosamente.

São Paulo, 30 de julho de 2010

José Luiz De Sanctis                                          Diogo Waki

Coordenadores da Pela Legítima Defesa



sexta-feira, 30 de julho de 2010

Olhem o nivel e o português do imbecil. Tinha que ser de onde e ter qual cargo "nêsti brziu di ôji"??



O literalmente falando analfabeto aí de cima é o André Vargas, secretário de Comunicação do PT.

Vejam que beleza de texto. Está no cargo certo, Secretário de Comu
nicação do PT. Alguém achou estranho? Eu não. É perfeito para o cargo, gente! 


Leiam a matéria na íntegra AQUI

A tolerância dos moderados

MÍDIA SEM MÁSCARA

A campanha em si é como frango refrigerado, não tem pé nem cabeça. Só serve para que os revolucionários se sintam fazendo revolução. Seu único produto é a aporrinhação ideológica, tão ao gosto da Teologia da Libertação, para a qual a pobreza será superada mediante a total destruição da riqueza.
Era bem antiga a minha curiosidade sobre como os grupos radicais da CNB (do) B conseguiam dar trânsito às suas estapafúrdias propostas e fazer com que elas venham a público sob as bênçãos da entidade, para serem acolhidas como se representassem a posição da Igreja. Essa curiosidade ressurgiu quando eu soube que a CNBB acolhera e dera curso à Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra.
Como uma coisa dessas passa pelo plenário? Eu sabia que, para vários efeitos, havia uma diferença entre os documentos de capa verde da CNBB (estudos para discussão) e os de capa azul (oficializados pela instituição). Mas quantas pessoas no País são capazes de fazer essa distinção? Pois foi com esse devastador argumento, o de que a proposição do plebiscito sairá com capa verde e não com capa azul, que os bispos proponentes da campanha conseguiram a concordância dos colegas.
O leitor não acredita?
Vá ao blog de D. Cristiano (www.domcristiano.com.br) e leia o artigo Um plebiscito para dividir fazendas? Ali, o bispo de Jequié acende a luz do plenário e mostra (viva a internet!) que o processo usado pela ala canhota da CNBB para fazer o que lhe dá na veneta é o mesmo dos mal-educados que chegam tarde e querem assistir ao show na primeira fila: metem uma perna por baixo, um ombro por cima e se posicionam onde querem, contando com a inerte tolerância dos demais ("quando um bispo assume posições muito definidas, os outros não gostam de apresentar opiniões diferentes").
Quanta falta de firmeza, eminências! É assim, então, que irá às ruas, com o selo da CNBB, o plebiscito que visa a colher apoio popular para fixar em 35 módulos rurais a máxima extensão legal das propriedades de terra no Brasil.
A campanha em si é como frango refrigerado, não tem pé nem cabeça. Só serve para que os revolucionários se sintam fazendo revolução. Seu único produto é a aporrinhação ideológica, tão ao gosto da Teologia da Libertação, para a qual a pobreza será superada mediante a total destruição da riqueza. A iniciativa segue a constrangedora tradição do anterior plebiscito pelo calote da dívida externa, prestidigitação sacada da mitra de alguns prelados, em 2000, como um achado de cartola de mágico. Você lembra, não é, leitor? "Não se deve pagar a dívida com o sangue do povo!".
Todos riam na foto que registrou o momento solene em que alguns bispos entregaram ao presidente Fernando Henrique o resultado do tal "plebiscito". As grandes bobagens são assim, provocam grandes risadas. A CNBB endossava o discurso dos petistas que hoje riem, orgulhosos, por estarem pagando a dívida antecipadamente. Há quem goste de fazer esse tipo de papel.
Agora, a CNBB entra na linha do PNDH-3 e o artigo de D. Cristiano dá o serviço sobre como se passaram as coisas na reunião dos bispos em Brasília. O esclarecimento ganha relevo porque contém o relato da infrutífera resistência do autor ao trânsito da matéria pelo plenário: a proposta, assumida por pastorais, foi apresentada por uma comissão nomeada pela presidência e foi endossada pela maioria em virtude daquela tolerância que os moderados têm perante a intolerância dos imoderados.
De nada valeu, bem se vê, a eloquente e firme exortação feita por Bento 16 aos bispos brasileiros do Sul III e IV em fins de dezembro do ano passado quando os advertiu para "o perigo que comporta a assunção acrítica, feita por alguns teólogos, de teses e metodologias provenientes do marxismo, cujas sequelas mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia fazem-se sentir ainda, criando, nas vossas comunidades diocesanas, grande sofrimento e grave perda de forças vivas". Tudo indica que o discurso do Papa entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
É surpreendente essa inclinação da CNBB para a autofagia pastoral, ora se associando a iniciativas e teses tresloucadas, ora sapecando a sua sigla e marca em tolices como as que povoam os Documentos-Base das últimas Campanhas da Fraternidade. É um fato tão lamentável quanto verdadeiro: qualquer empresa privada é mais zelosa com sua imagem e com o que é feito em seu nome do que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Comunismo e narcotráfico

DIÁRIO DO COMÉRCIO

No início do processo, quando as FARC começaram a ser chamadas de narco-guerrilheiras, a esquerda reagia indignada, como se fosse uma armação midiática dos conservadores .

Denis Lerrer Rosenfield - 29/7/2010 - 20h59

O que mais surpreende na discussão atual sobre as relações entre as FARC e o narcotráfico, em suas repercussões no "socialismo bolivariano" e em tendências do PT e nos ditos movimentos sociais, é a dissociação que se procura estabelecer entre a idéia de socialismo/comunismo e o tráfico de drogas. No fundo, o que se procura defender é a idéia pura do socialismo/comunismo como se fosse uma idéia de tipo religioso, imune aos acidentes de sua história ou de seu percurso de realização.

As FARC foram historicamente consideradas como um grupo guerrilheiro, que retomava as posições que foram do maoísmo e do castrismo, com a ocupação de áreas ditas liberadas no campo. Eram, nesse sentido, consideradas herdeiras do marxismo-leninismo em suas versões chinesa e cubana, estando, assim, legitimadas junto à opinião pública de esquerda. Eram recebidas em fóruns internacionais, companheiras do PT na fundação do Foro de São Paulo nos anos 90 e elogiadas no Brasil até muito recentemente.

O governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, durante o I Fórum Social Mundial, em 2001, recebeu-as no Palácio Piratini. As relações do Padre Medina – espécie de representante internacional dessa organização revolucionária –com o PT são também sobejamente conhecidas.

Contudo, à medida que as atividades de tráfico de drogas foram sendo cada vez mais de domínio público, surgiu uma espécie de reação que se aproximaria da "indignação" moral, como se isso fosse uma questão de princípio da esquerda. No início desse processo, quando as FARC começaram a ser chamadas de narco-guerrilheiras, essa mesma esquerda reagia indignada, como se fosse uma armação midiática dos conservadores ou, por que não, do "imperialismo". Os fatos, porém, foram avassaladores, tornando-se indubitáveis.

Aí começou um outro processo, o de dissociar a idéia de socialismo/comunismo do narcotráfico, como se uma fronteira tivesse sido transposta, algo historicamente novo, inconcebível. Ora, a pergunta que cabe é a seguinte: será que estamos diante de algo historicamente novo para esse tipo de esquerda?

Na tradição socialista/comunista, áreas liberadas, como as das FARC na Colômbia, são áreas onde impera a lei da força, a lei do partido, em um completo desrespeito a algo como igualdade de todos ou estado de igualdade jurídica. Rege a violência dos chefes, que não medem meios para a realização de seus objetivos.

Do ponto de vista discursivo, trata-se do melhor dos mundos, o do caminho da igualdade futura entre todos os homens. Do ponto de vista real, trata-se do império da violência, a ausência completa de liberdades, as aulas de doutrinação, a fome e os mais diferentes tipos de violência cometidos pelos chefetes e pelos líderes principais.

A revolução chinesa é um bom precedente histórico. Nas áreas "liberadas", sob controle de Mao, vigorava a expropriação dos camponeses, reduzidos à mais completa miséria, à fome, às epidemias e à violência do partido que de tudo se apropriava. Os privilégios da hierarquia comunista iam das mulheres à disposição dos chefes aos alimentos extraídos de agricultores famintos.

Tudo era legitimado em função do objetivo "socialista" maior. Os que discordavam eram "pequenos burgueses", "direitistas", "agentes do imperialismo" e assim por diante. Os revolucionários de ontem tornavam-se os inimigos de hoje.

Jon Haliday e Jung Chang, em seu livro Mao: a História Desconhecida, fornecem preciosas informações sobre o que foi a dominação totalitária maoísta. Em particular, nos anos de 1941-1942, Mao – precisando de recursos para armamentos, em uma de suas zonas "liberadas"– recorreu ao comércio e cultivo de ópio.

Foi um amplo e florescente negócio, patrocinado por ele mesmo, em nome, evidentemente, da causa comunista. A área cultivada de ópio foi estimada em 12 mil hectares das melhores terras da região.

Para o seu círculo mais próximo, Mao apelidou a operação de "Guerra do Ópio Revolucionária". Assim, transplantando a situação para os dias atuais, podemos também ter a "cocaína revolucionária", tão em voga nas áreas controladas pelas FARC e abertamente cultivada na Bolívia "bolivariana" de Evo Morales.

Tais fatos foram ocultados para não denegrir a causa, a ideia de socialismo/comunismo. Assim, em nome dessa mesma ideia, milhões de pessoas foram exterminadas, sendo que qualquer contestação era imediatamente identificada a uma ação contrarrevolucionária.

Sob o domínio de Evo Morales, as razões apresentadas são "culturais", como se se tratasse somente do consumo de um chá inofensivo, quando a produção é muito maior do que as necessidades do consumo interno desse país.

Já há várias suspeitas de que a ditadura castrista esteve ou mesmo está comprometida com o tráfico de drogas. Generais revolucionários já foram acusados por essas atividades e executados supostamente por essas razões.

Assim funcionam os regimes totalitários. Patrocinam uma atividade e, para livrar-se de seus oponentes internos, dentro do próprio partido e do exército, os acusam de desviantes. É a forma mesma comunista de operação dos expurgos, modo de exercício do terror, para deixar todos os súditos subjugados, evitando qualquer contestação, qualquer abertura. Quando o regime castrista cair, saberemos a verdadeira história.

Enquanto isso, os seus defensores continuam defendendo a ideia da pureza socialista/comunista, modo de sustentar suas próprias posições, com cobertura midiática inclusive.

O problema é que, nos casos da China e de Cuba, a verdade apareceu ou aparecerá décadas depois, quando o estrago do ponto de vista de formação da opinião pública e dos jovens em particular já tiver sido feito. O que, porém, incomoda atualmente a esses mesmos setores é que estamos presenciando ao vivo, contemporaneamente aos fatos, a realização dessa ideia do socialismo/comunismo.

A indignação é pela contemporaneidade, pois essa afeta a opinião pública atual. Eis porque todos correm atrás da dissociação entre o socialismo/comunismo e o narcotráfico.

Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRS

Cuba se afunda em uma grave crise econômica

BOL
30/07/2010 - 00h01

Cavaleiro do Templo: é claro, os esquerdopatas vão dizer que a culpa da situação do """paraíso""" estar no inferno é dos outros, quaisquer que sejam estes. Pode ser o Império, os alienígenas, os vapores galácticos de  Andrômeda, do filme sobre lula não ter sido visto por todos os brasileiros. Pois todos sabemos, o """criador do paraíso""" é perfeito, né? É deus, portanto está sempre certo e usa roupas da Adidas e da Nike porque o navio com esta carga afundou nas costas de Cuba e ele foi lá para pegar as roupas.

Trabalhador corta cana em Cuba, que hoje precisa importar açúcar para suprir consumo


Paulo A. Paranagua
Lana Lim
Cuba, que por muito tempo foi a principal produtora mundial, hoje importa açúcar. A última ‘zafra’ (colheita de cana de açúcar) mal chegou a um milhão de toneladas, insuficiente para garantir os 2 quilos por cabeça, ao mês, previstos na ‘libreta’ (cartão de racionamento), bem como as necessidades do turismo.
O açúcar é o símbolo do colapso da economia cubana, hoje dependente das exportações de serviços (médicos, profissionais da saúde) para a Venezuela, em troca de petróleo a um preço camarada. O Centro de Estudos da Economia Cubana da Universidade de Havana acredita que esse “modelo”, implantado após o fim dos subsídios soviéticos, mostra “sinais de esgotamento”. Ainda mais com a Venezuela em recessão.
Em Havana, a crise de liquidez levou o Banco Central a congelar as contas em divisas de empresas estrangeiras e mistas. Apesar de um controverso modo de cálculo do produto interno bruto (PIB), o crescimento cubano está próximo de zero.
Até os partidários do regime estão defendendo reformas de base. O universitário Omar Everleny Perez Villanueva defende “reformas estruturais”, que incluiriam a “decentralização” da economia e a adoção de “formas de propriedade não estatais” na “agricultura, mas também na manufatura e serviços”. Ao mesmo tempo em que aceita medidas “graduais”, ele se opõe à “inércia e o medo das discrepâncias, inevitáveis na primeira fase das mudanças”.
Em 26 de julho de 2007, o presidente Raúl Castro havia admitido a necessidade de “reformas estruturais e conceituais”. Mas seu ritmo parece insuficiente para reverter a tendência. Terras não cultivadas foram disponibilizadas para usufruto dos camponeses, mas Cuba ainda importa 80% dos alimentos.

Turistas americanos

O dogma socialista do pleno-emprego foi posto em xeque. Segundo as autoridades, 1,3 milhão de postos de trabalho (1 em cada 5) são supérfluos. Mas como reorientar trabalhadores para a agricultura ou a construção civil, com um salário médio de 427 pesos (R$ 37)? Como enfrentar o envelhecimento da população – aqueles com mais de 60 anos representam 17% dos cubanos) – com 235 pesos de pensão média? Para garantir o básico, uma renda complementar é indispensável.
A curto prazo, o turismo poderá ser a solução. Em 2009, a ilha recebeu 2,4 milhões de visitantes (ante 4 milhões na República Dominicana). Eles gastaram US$ 2 bilhões (R$ 3,52 bilhões). Se os americanos fossem autorizados a viajar para Cuba, a curiosidade e os preços atrairiam um milhão de turistas a mais, estima-se. Hoje, somente os cidadãos dos Estados Unidos de origem cubana são autorizados por Washington a visitar a ilha.
Um projeto para flexibilizar a legislação foi aprovado em comissão pelo Congresso americano, onde os lobbies anti-embargo rivalizam com os anti-castristas.
Libertar prisioneiros políticos, como Cuba começou a fazer, não é um gesto destinado unicamente à Europa, mas sobretudo aos Estados Unidos.

Aulinha rápida sobre a demência

Anônimo me escreve:

- Não sei porque você insiste tanto em receber uma cueca do Everardo, Sr. Cavaleiro. Se aceitar uma minha, posso remeter via SEDEX. Socialismo e liberdade!

Eu havia dito ao Everardo que ele doasse uma de suas cuecas para um descuecado, ele disse que não, que o Estado é que faria a "justíssa çôssiáu". Everardo deixou de escrever depois que eu agradeci por ele provar que a moral dos esquerdopatas é a moral do canalha. Digo, "no meu ninguém mexe pois "çou çossialista"". Façamos o que quisermos com quem não é da NOMENKLATURA.

Sociopatia pura e simples.

Já o senhor anônimo veio re-re-re-re-confirmar a demência da mente esquerdista. Ele entende que eu quero cueca de alguém, coisa que jamais falei, insinuei ou mesmo precisei. Depois ele grita: "QUERO QUADRADOS REDONDOS". Digo, ele clama por SOCIALISMO E LIBERDADE. A demência é óbvia nos dois casos. As cuecas já estão explicadas, agora existe liberdade em Cuba, China, Coréia do Norte?

Anônimo, cansei.

Ô anônimo, cansei de você. Vou publicar só o que eu quiser para responder te desmoralizando. E recusar tudo mais. Pois...

- você é um cretino defensor da NOMENKLATURA, um dos imbecis que acha que vai ter espaço no "nôvu mundu poçível". O que nos leva para a causa deste objetivo torpe:

- você faz parte dos 32% de analfabetos funcionais, se tanto. E pedindo desculpa para os analfabetos deste país por ser obrigado a incuí-lo no grupo dos realmente miseráveis que nunca tiveram a chance de entrar em uma escola.

Então, $inta-$e em ca$a para vi$itar meu blog. Eu fico devera$ feliz, poi$ aumenta o número de vi$itante$, entendeu? Creio que não, 32%...

Mas saiba que não terá tudo publicado, só o que eu escolher. Se tanto.

Tudo sobre a KGB

MÍDIA SEM MÁSCARA

Na entrevista "Tudo o que você queria saber sobre a KGB mas tinha medo de perguntar", Boris Volodarsky fala da prisão de espiões russos nos EUA e da forma como trabalham.
Boris Volodarsky foi treinado como funcionário do GRU Spetsnaz, o braço de inteligência do exército soviético. Quando eu o conheci, enquanto fazia uma pesquisa bibliográfica em Londres, em 2007, ele estava escrevendo The KGB's Poison Factory [A Fábrica de Veneno da KGB], seu próprio livro sobre o fascínio de Moscou pelo assassinato por envenenamento. Com seu conhecimento e compreensão enciclopédicos da KGB e sua história, ele está terminando um novo livro, entitulado The Orlov KGB File [O Arquivo Orlov da KGB]. Eu pedi a Voladarsky que respondesse algumas perguntas sobre a prisão, semana passada, de 10 russos "ilegais", agentes adormecidos plantados sem disfarce diplomático nos Estados Unidos. Suas respostas são as que se seguem:
No que o sr. diria que as pessoas mais se equivocam a respeito dos ilegais acusados nos EUA?
Como a maioria das pessoas, incluindo alguns jornalistas que escrevem longos artigos comentando as prisões, não tem nenhum conhecimento sobre as técnicas de espionagem da inteligência russa, ou sobre a história da inteligência em geral, as atividades dos membros deste grupo parecem uma coleção bizarra de ações esquisitas, parecendo um filme ruim sobre os malditos russos. Mas muitas coisas que aparecem até em filmes ruins infelizmente são verdade. Sim, os russos gostam de usar chapéus de peles, beber vodka, comer caviar, levar garotas bonitas para a sauna. E, fora algumas inovações modernas, como redes ad hoc, transimssões oscilantes e a esteganografia, as velhas técnicas batidas de espionagem, em grande parte, permanecem as mesmas. São boas e normalmente funcionam bem (exceto em casos em que já se está sendo monitorado - então nada funciona).
Nem o público nem os escritores percebem que isto NÃO é um filme - um grupo muito grande de agentes e observadores bastante experientes do FBI gastou uma soma bastante considerável de dinheiro dos contribuintes e bastante tempo para expor um grupo VERDADEIRO de operadores russos disfarçados, operando descaradamente nos Estados Unidos, com a certeza absoluta de que ninguém nunca os pegaria, por causa de sua educação, treinamento, da tradição de seu serviço inteligência, e a crença de que a riqueza do país por trás deles é muito superior ao FBI. Eles se esqueceram de que o FBI de 2010 é muito diferente da Agência de 1950. Todos os 11 acusados (com Christopher Metsos - sem dúvida um oficial do Diretório S - desaparecido) são profissionais treinados, cuja tarefa era penetrar na sociedade americana. É a primeira vez que um grupo tão grande de ilegais foi posto a descoberto. Normalmente havia um ou dois, no máximo, embora eu tenha o registro de um grande número de operações ilegais documentadas nos Estados Unidos, durante pelo menos os último 80 anos. Deve-se acrescentar que muito poucos deles, como Fisher/Abel e Molody/Lonsdale, foram bem-sucedidos. Mas nós provavelmente só conhecemos 50 por cento das operações que foram montadas e das pessoas empregadas.
É possível que esta seja simplesmente uma operação de araque de alguém em Moscou que, como alguns comentaristas têm sugerido, não entende qual tipo de informação está abertamente disponível? Em outras palavras, os ilegais são coisa do passado, ou continua havendo algo de valor real a ser ganho com os ilegais hoje?
Esta não é, de jeito nenhum, uma operação de araque. Ela consumiu muito tempo, esforço e dinheiro e foi toda feita seguindo uma cartilha. Ela sempre é feita deste jeito. Repito, eu poderia listar várias dúzias de exemplos em que, depois do treinamento, os ilegais soviéticos foram mandados primeiro para a Europa, depois quase sempre para o Canadá, e depois realocados para os Estados Unidos.
A respeito da informação. Em primeiro lugar, os ilegais não estão aqui para coletar dados de inteligência. O papel deles é monitorar importantes agentes já recrutados nas estruturas do governo, aqueles que tem acesso a informações secretas (CIA, FBI, outros serviços de inteligência, forças armadas, cientistas, pessoal da Pesquisa e Desenvolvimento, especialistas de Institutos Tecnológicos, etc), ou eles podem exercer influência (sobre jornalistas ou políticos). O serviço de inteligência externa russo (SVR) tem TODA a informação que está disponível a partir de fontes abertas. A coisa sempre foi assim, mas nunca é o bastante. O que a inteligência russa está lutando para conseguir são informações secretas (políticas, econômicas, industriais, militares, etc.) e para ter a chance de influenciar tomadas de decisões e a opinião pública a favor da Rússia. É por isto que os agentes são recrutados ou infiltrados em alvos sensíveis ou politicamente importantes.
O papel dos ilegais é triplo: agir como "interruptores" entre fontes importantes e o Centro (diretamente ou pela estação SVR); servir como caça-talentos, encontrando candidatos em potencial para um cultivo posterior de inteligência e um possível recrutamento (um processo bastante longo e complexo onde os ilegais só agem no estágio inicial); e para estabelecer os contatos certos que possibilitariam a outros operadores de inteligência (membros da estação SVR) ou ao Centro (visitando funcionários da inteligência sob diferentes disfarces, jornalistas, diplomatas ou cientistas encarregados pelo SVR) conseguir dados de inteligência e/ou receber favores em que o Centro tenha interesse. Os ilegais também têm várias tarefas técnicas, como alugar alojamentos que poderiam ser usados como bases seguras, encontrar lugares para desova e coleta de materiais de informação, planejar operações de ataque, como assassinatos, que também serão executadas por outros ilegais (mas de um departamento diferente do mesmo diretório). Eles também coletam amostras de documentos que poderiam ser usados em outras operações secretas, e mantêm Moscou atualizada sobre alguns procedimentos padrões (comprar uma casa, arranjar um emprego, registrar uma empresa, e assim por diante).
Os ilegais não são coisa do passado, eles sempre foram usados em larga escala. O último caso conhecido foi no Canadá, quando 'Paul William Hampel' foi preso em meio ao caso Alexander Litvinenko (novembro de 2006). Como eu procuro provar em The KGB Poison Factory, a própria operação Litvinenko foi obra de um ilegal russo. Seguramente, os ilegais são usados em outros países com ambientes difíceis de contra-inteliência, como a Grã-Bretanha, por exemplo, mas raramente em países "dóceis", como a Austrália ou a Finlândia.
Os ilegais podem ser usados tanto para infiltração comercial e institucional quanto para infiltração governamental ou militar, correto?
Como mencionei acima, muito raramente, pois, normalmente, esta não é a tarefa deles. Mas, em muitos casos, seus filhos, cidadãos americanos natos, são preparados para infiltrações. Neste grupo, somente Mikhail Semenko parece ter feito tentativas de infiltrar instituições sensíveis, tentando conseguir um emprego lá (o Conselho Americano de Política Externa, por exemplo). Mas houve um caso em que um ilegal soviético serviu como embaixador da Costa-Rica na Itália. Sua história detalhada está em The Orlov KGB File, meu próximo livro. Em tese, uma infiltração institucional ou comercial pelos ilegais é possível - na década de 1960, "Rudi Herrmann" foi incumbido de se infiltrar no "Hudson Institute".
Os ilegais também podem estar presentes em outras nações, como na Guerra Fria?
Certamente, e outras nacionalidades podem ser usadas, não somente os russos. Há muitos exemplos, especialmente com os Alemães Orientais.
Em sua opinião, por que eles foram presos neste momento?
Duas razões óbvias: em primeiro lugar, Anna Kuschenko-Chapman sentiu que estava lidando com um agente disfarçado do FBI, e ligou para seu mentor na comissão russa da ONU; em segundo lugar, 'Richard Murphy' ia partir para Moscou no domingo com, alguns acreditam, dados importantes de inteligência.
A administração Obama está numa "nova fase" com a Rússia. O Presidente Medvedev tinha acabado de deixar os EUA. Há uma nota distoante aqui?
De maneira alguma. O Serviço de Segurança funciona de acordo com a situação operacional, independente do que está acontecendo na Casa Branca e o que o Presidente pensa sobre ela.
Anna Chapman atraiu a maior parte da atenção pública, entre todos os acusados. Ela é uma espiã séria?
Tudo indica que Anna Vasilievna Kuschenko começou a colaborar com o SVR pouco depois de terminar o ensino médio, aos 16 anos, em 1998, antes de entrar na universidade. O pai dela é funcionário da KGB-SVR, possivelmente da Linha N (suporte ilegal), então esta seria uma coisa normal. Depois de um ano, ela matriculou-se em um curso na Universidade da Amizade do Povo de Moscou, que é o centro universitário de muitos agentes e funcionários da inteligência russos e soviéticos. Durante seu segundo ano, em 2001, ela foi para Londres (extremamente atípico) e rapidamente pegou um jovem inglês ingênuo em uma boate. Ela o levou para cama em seu segundo encontro, e, pelo relato dele de outra fonte sobre o seu uso de brinquedos sexuais, parece ter sido especificamente treinada na arte do amor. Ela lhe disse o quanto o amava, derramou-se em lágrimas ao partir para Moscou e rapidamente arrumou um convite, então ele veio e eles se casaram em março de 2002 sem as formalidades de praxe.
Depois de se estabelecer em Londres (mesmo sendo estudante em tempo integral em Moscou), ela trabalhou em vários lugares por pouco tempo e em pequenos empregos, servindo de assistente pessoal em um fundo especulativo, e como secretária em uma empresa aérea particular. Ela descartou o marido depois de três anos, tendo ido morar com um jovem playboy francês que a levava para clubes privados caros em Londres, onde ela conseguiu os contatos certos. Ele também a aconselhou a abrir uma empresa imobiliária na internet. Em 2004, ela se graduou magicamente na universidade(sem estudar lá e ainda vivendo em Londres), voltou para Moscou em 2007, abriu lá uma empresa de internet daquelas, depois abriu uma empresa similar em Nova Iorque, em fevereiro de 2010, usando $1 milhão que ela recebeu de um fundo de investimento do Kremlin. Quase que imediatamente ela começou a mandar relatórios para seu mentor de Nova Iorque, usando seu laptop. É uma baita de uma história interessante, digna de se escrever muito mais.

Tradução: Leonardo Arnheim, do blog Dextra.

Para a revista Foreign Policy, edição de 6 julho de 2010.
http://oilandglory.foreignpolicy.com/posts/2010/07/06/everything_you_wanted_to_know_about_the_kgb_but_were_afraid_to_ask

2 milhões de mortos em 4 anos: obra do comunismo

MÍDIA SEM MÁSCARA

O que os anjos comunistas fizeram no Sudeste Asiático nos anos seguintes à saída das tropas americanas permanece sem destaque na história e, sobretudo, na cultura popular.
Kaing Guek Eav, o "Duch", de 67 anos, foi condenado na segunda-feira (26) a 35 anos de prisão pelos crimes cometidos durante a ditadura comunista no Camboja, entre 1975 e 1979. Ele chefiou a cadeia Tuol Sleng, o grande centro de interrogatório/tortura do Khmer Vermelho, onde mais de 12 mil prisioneiros foram executados. Todos, naturalmente, inimigos da revolução.
Ao tribunal, "Duch" admitiu ter comandado as atrocidades na prisão e pediu perdão por seus atos, argumentando que cumpria ordens dos superiores. A Tuol Sleng ainda está lá, na capital Phnom Penh, hoje funcionando como museu do genocídio. Suas paredes estão repletas de fotos de cambojanos ali massacrados pelo Khmer Vermelho.
São vários os filmes que retratam a guerra no Vietnã, produzidos por americanos e, majoritariamente, contra os americanos. Coisas da democracia. Apocalypse Now talvez seja o mais famoso. O comuna Oliver Stone fez Nascido em 4 de julho e Platoon. Tem ainda o Full Metal Jacket (Nascido para matar) de Stanley Kubrick.
Por outro lado, o que os anjos comunistas fizeram no Sudeste Asiático nos anos seguintes à saída das tropas americanas permanece sem destaque na história e, sobretudo, na cultura popular, que é, afinal, a arena realmente decisiva na guerra de valores. Consulte um estudante universitário: quem foi Pol Pot?
Em 1975, o Khmer Vermelho tomou o Camboja e iniciou um experimento sanguinário de engenharia social. Conforme O Livro Negro do Comunismo, o regime do Khmer foi, em termos proporcionais, o mais assassino de todas as ditaduras comunistas instaladas no mundo. Até 1979, pelo menos dois milhões de cambojanos foram expulsos das cidades, arrastados para o campo, confinados em campos de trabalhos forçados, doutrinados, torturados e executados em nome da dignidade humana.
Existe um filme excelente sobre o terror vermelho no Camboja chamado The Killing Fields (no Brasil, Os Gritos do Silêncio), lançado em 1984. Conta a história de dois homens unidos e separados pela revolução. Um, americano, é repórter enviado pelo New York Times. O outro, cambojano, é seu fotógrafo e tradutor. Estão no Camboja quando o Khmer avança. O americano consegue refúgio na embaixada e escapa. O cambojano não tem a mesma sorte. Enquanto o repórter, a salvo nos Estados Unidos, sofre ao imaginar o que terá acontecido ao seu amigo que ficou para trás, o fotógrafo está sendo "reeducado" em um campo de concentração. Se tiverem chance, assistam.

Publicado no jornal O Estado.
Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com

Marcelo Tas avisa: ‘Não vão me intimidar’

CONGRESSO EM FOCO
29/07/2010 - 07h00


Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, apresentador do CQC critica regra que proíbe que candidatos sejam ridicularizados, mas alerta: “Não amarelei na ditadura, não vou amarelar agora”
Marcelo Tas, do CQC, critica regra que limita programas humorísticos nas eleições. Mas avisa: não ficará intimidado
Apresentador do programa Custe o que Custar (CQC), da Rede Bandeirantes, o jornalista Marcelo Tas diz estar assombrado com a resolução 23.191/09 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão, publicada em dezembro do ano passado, mas com efeitos nestas eleições, colocou limites para a cobertura jornalística, proibindo trucagem, montagem e recursos que possam ridicularizar candidatos, partidos políticos ou coligações.
Na prática, isso atinge em especial os programas humorísticos, que satirizam os políticos. O CQC, por exemplo, cria várias situações que os deixam expostos. E, com frequência, reforçam tais situações com trucagens em que o entrevistado, por exemplo, ganha nariz de Pinóquio ou leva uma bordoada na cara.
 
Congresso em Foco conversou com o jornalista, considerado um dos representantes do humor político na atualidade. A regra do TSE já impôs limitações ao CQC. Os cartunistas do programa, encarregados de fazer as montagens na figura dos entrevistados, acabaram afastados de todo o material produzido para as eleições de outubro. Mas a previsão é que a ausência de recursos gráficos seja substituída por uma cobertura ainda mais ousada, porém com o pé na Lei eleitoral, destaca o próprio apresentador.
Para Marcelo Tas, criar regras que inibem tais programas trazem prejuízo, principalmente, para o próprio eleitor. O apresentador é categórico nas ponderações sobre a Lei eleitoral. Para ele, a legislação tem aspectos positivos, mas também peca e cria a ameaça da cobertura eleitoral amordaçada. Ele, porém, avisa: a regra não vai intimidá-lo nem limitar o CQC:  “Não estou amarrado. E não devemos nos intimidar com a resolução”.
Multa
Pela resolução, a emissora de televisão que descumprir a regra estará sujeita ao pagamento de multa no valor de R$ 21.282,00 a R$ 106.410,00 duplicada em caso de reincidência. Os casos deverão ser julgados nos Tribunais Regionais eleitorais Eleitorais e poderão ser encaminhados ao tribunal Superior Eleitoral (TSE) para serem submetidos ao julgamento da corte.
Conheça aqui a íntegra da resolução do TSE
Veja aqui a íntegra da lei eleitoral
Outros programas de peso, e que adotam a mesma linha, também sofreram baixas em função das regras previstas pela Lei Eleitoral. O Casseta e Planeta Urgente, de Rede Globo, também deixou de lado as piadas ácidas envolvendo presidenciáveis. Embora não utilize efeitos gráficos e recursos para reforçar a sátira, o programa preferiu  economizar na dose de humor contra políticos para não correr o risco de amargar um multa aplicada pela Justiça eleitoral.
Ernesto Varela
Precursor da mistura política e humor, o jornalista Marcelo Tas criou o repórter fictício chamado Ernesto Varela, nos anos 80. Varela era um repórter independente que, com seus óculos de armação vermelha, saía com o seu fiel câmera Valdeci e se enfiava em todo tipo de lugar para fazer justamente as perguntas que todo mundo tinha na cabeça, mas não tinha coragem ou não podia fazer.
 
Ainda durante a ditadura militar, Marcelo Tas já ousava encarnando o repórter Ernesto Varella. Varella, por exemplo, chegou na frente de Paulo Maluf quando ela era candidato à Presidência no Colégio Eleitoral enfrentando Tancredo Neves e perguntou, na lata: “O senhor é ladrão”?

Nesta entrevista ao Congresso em Foco, o apresentador do CQC abordou diversos pontos da eleição. Além de avaliar a resolução do TSE, Marcelo Tas faz uma crítica aos rumos da campanha eleitoral. Para ele, a ausência de debate é o mal que assola a eleição, que passou a ser protegida pelos instrumentos legais. O apresentador também faz críticas ácidas a personagens importantes, como o deputado José Genoino (PT-SP), e compara o período de ditadura com a atual democracia, ainda em processo de amadurecimento, como ele mesmo afirma.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Congresso em Foco - Como você avalia a determinação do TSE de impor limites à cobertura humorística nas eleições?  
Marcelo Tas
 - Para mim, falando de uma maneira muito direta, isso é uma limitação da liberdade de expressão. Porque numa eleição, o cartunista, por exemplo, é uma figura importante. Não só para fazer humor, mas para provocar debate. Aquele debate na rua, na padaria, no boteco. O humor é um gatilho que dispara a inteligência das pessoas. É uma lente que faz você enxergar a realidade, distorcida, é claro. Mas isso não deixa de ser realidade. É uma maneira de você provocar o assunto eleição. Então, eu lamento profundamente. Acho uma agressão à inteligência do eleitor. E até uma agressão aos jornalistas. Dizer para nós jornalistas não podemos fazer perguntas bem humoradas aos candidatos é um tratamento dado para uma criança. É como se a gente não soubesse fazer o nosso trabalho e precisasse de alguém para regulamentar a natureza das perguntas.
E como ficará a rotina de trabalho do CQC e outros programas que misturam humor e política? Haverá mais cautela nas eleições? O que muda em efeitos práticos?Nós estamos muito atentos, com todo o suporte do setor jurídico da Band, para cumprir rigorosamente o que está na Lei. Ou seja, espaço equânime aos candidatos. Não abrir mão do direito de resposta. Mas, infelizmente, os nossos cartunistas não estão mais trabalhando. No CQC, nós temos uma equipe de cartunistas que fazem aqueles desenhos sobre a figura dos entrevistados. E os nossos cartunistas não estão trabalhando no nosso material de campanha eleitoral. Só nas outras reportagens. Eu acho isso lamentável. Porque a expressão do profissional fica tolhida. Nós somos o país do Angeli, do Chico Caruso, que são figuras atuantes nas eleições. Quantas vezes a gente não viu uma caricatura do Lula, dos generais na época da ditadura. Quantas vezes, eu mesmo, moleque, fui impactado pela caricatura de um general, isso durante a ditadura, veja você. Nesse período, os cartunistas podiam comentar, através da sua arte, a política. E agora, em plena democracia, eles não podem. Eu fico assombrado com essa falta de liberdade. Fico envergonhado como cidadão.
A ideia de impor limites à cobertura nas eleições foi pautado pelo Congresso Nacional, ano passado, durante a discussão da mini-reforma eleitoral. Candidatos que agora disputam a reeleição defenderam, publicamente, os limites na cobertura eleitoral. O que você acha disso?Eu acredito que esses parlamentares e candidatos, que tentam limitar o acesso da população à informação, agem com um DNA muito antigo, que é o DNA do coronel-controlador. Esse comportamento ainda está muito vivo no Brasil. É o coronel que é dono da rádio, dono da televisão, dono do jornal. É um cara que não admite a liberdade de informação que a gente vive hoje, sobretudo com a internet. Esse tipo de coronel está sendo varrido do mapa pela história. Mas é claro que como ele ainda controla muitos veículos nos seus currais eleitorais. Ele quer agora decretar o fim da liberdade na internet. Pois ele acha que a internet é como o curral antigo e analógico que ele tem lá na cidade dele. Mas não é! Agora, eu confio no bom senso da Justiça brasileira.
A conversa já está encerrada e não cabe contestação, na sua avaliação?Então ... Nós no CQC não contestamos a lei. A gente obedece a Lei. E não estamos procurando fazer uma cobertura que fira essa lei. Mesmo protestando agora como eu estou fazendo com você. Mas a gente acredita que há forma, não de burlar a lei, mas de cobrir as eleições apostando na inteligência dos candidatos, dos partidos e evidentemente dos eleitores. Porque a gente acredita que o eleitor tem interesse, sim, na política. Ele não tem interesse é naquela política formal, amordaçada e controlada. O brasileiro tem interesse, sim, nos rumos da vida dele e da sociedade. É por isso que esse tipo de limitação, na minha visão, só prejudica mais a participação da sociedade. Esse tipo de regulamentação da legisalação eleitoral, na minha visão, afasta ainda mais aquele cara que já estava cansado daquela mesma conversa. O debate eleitoral pode ser equilibrado sem deixar de ser respeitoso. Isso é exatamente o que eu acredito que a gente faça no CQC, mesmo criticando os candidatos e partidos. A gente os trata com respeito. E a gente é, sobretudo, um veículo para que eles se comuniquem com uma fatia importante do eleitorado.
Essa regra pode gerar ações contra o CQC na Justiça? Isso pode levar vocês a meterem o pé no freio? Bom ...  eu vou te dizer uma coisa. Se eu não amarelei quando tava o [general João] Figueiredo lá de presidente, eu não posso amarelar agora quando ta lá um presidente, que pra mim, representa uma pessoa que era contra os generais. Eu não quero acreditar que agora, quando o Brasil passa por uma democracia, relativamente madura, a gente vai poder ter esse tipo de medo. Ou de repressão. E eu, veja bem, estou aqui reconhecendo a importância de regular os excessos. Da picaretagem, da malícia, da criação de fatos manipulados e mentirosos. Eu acho que isso tudo tem que ser punido. Como, aliás, já aconteceu em outras eleições. Os tais dossiês, os tais vídeos apócrifos. Agora, a liberdade de crítica e debate, ela não pode ser limitada.
As eleições mal começaram e a gente sente os primeiros sinais da ausência de debate. Apenas o roteiro da acusação e denúncia. A ausência do humor não torna ainda mais caótico o pleito desse ano?Eu acho que nós, jornalistas, não podemos fazer como os jogadores da Seleção, que botaram a culpa na Jabulani, entendeu? Não podemos botar a culpa no eleitor, na lei eleitoral. Nós temos o papel de aquecer esse debate, de questionar os candidatos.  Eu acredito que o eleitor está cansado do papo furado. O eleitor não quer perder tempo com o horário eleitoral, que tem os marqueteiros falando que o mundo é todo azul, que os candidatos são lindos. Que ninguém faz plástica. Que ninguém usa peruca. Que ninguém tem disfunção erétil. Ou seja, é aquele mundo perfeito. O eleitor quer justamente o debate. Eleição, pra mim, é debate de idéias. Debate de planos, de tudo. Tem que ser um debate livre.
Mas, pelo caminhar das eleições, já percebemos que o debate está totalmente ofuscado pelas estratégias de enfrentamento e guerra verbal entre tucanos e petistas. Você tem a mesma impressão?Eu não estou aqui defendendo candidato nenhum, mas o candidato Índio [da Costa, vice de José Serra], por exemplo, vai lá e acusa o PT de ligações com a FARC. A reação do PT é abrir um processo no tribunal da Corte Suprema. Isso que eu acho a loucura brasileira. Essa, na verdade, seria a hora do PT rebater respondendo. Debatendo a posição dele diante das FARC. E não resolver uma questão ideológica com processo. O Brasil é o único país onde isso acontece. É um tremendo retrocesso a gente achar que a democracia brasileira vai crescer porque agora a gente pode ficar processando uns aos outros. É o contrário. Isso não acontece na França, nos Estados Unidos ou na Inglaterra: um partido ser acusado e ele apresentar um processo porque alguém deu aquela declaração. Esse, na verdade, deveria ser o momento do debate. Dos esclarecimentos públicos. E não de abrir um processo para que o juiz decida se aquilo foi ou não agressão.
Pela forma como o TSE se posicionou sobre a Lei eleitoral, podemos dizer então que essa eleição será marcada pela a ausência de humor. O limite imposto intimidará as coberturas?Eu sou um rapaz relativamente velhinho já. Cobri as diretas já. E acredito que não seja a hora, depois de tantos anos, de temermos a democracia. Ou de uma emissora ter medo da multa. Se não, é aquele jogador que não entra em campo porque tem medo do cartão amarelo ou vermelho. Uma emissora ou rádio, que tem a consciência que ela faz uma cobertura equilibrada, mesmo que seja ousada, como faz o CQC, terá consciência que faz dentro da Lei, com justiça, com bom senso, e sobretudo, aberta à crítica, que é o nosso ponto principal do CQC. O CQC está aberto o tempo inteiro para ele ser criticado inclusive pelos políticos. O [José] Genoino [deputado do PT de São Paulo], por exemplo, não fala com a gente, mas o microfone está permanentemente aberto. Inclusive para ele explicar o fato de não falar com a gente. E para mim, o Genoino é um símbolo dessa ignorância e postura autoritária. Quer dizer, ele, que para mim, eu falo inclusivamente isso pessoalmente, era o símbolo de um cara bem humorado, pois já o entrevistei várias vezes. O Genoino era o porta voz da esquerda na direita. Era ele quem falava com Delfim, ACM. Ou seja, ele era o parlamentar na acepção da palavra. Mas virou uma pessoa autoritária, amarga, e preconceituosa com relação ao humor.
Você encara a decisão do TSE como uma espécie de censura, que te deixou amarrado para a cobertura jornalística das eleições desse ano?Eu não estou amarrado. E sugiro que ninguém deva se sentir amarrado. Por que se não, quando eu fazia reportagem em plena ditadura e o Figueiredo era o presidente, iria me sentir mais amarrado ainda. Eu não posso me sentir amarrado com a democracia atual e vigente no país. Acredito muito no bom senso do Serra, da Dilma, da Marina, do Plínio, de entenderem que nós devemos celebrar uma festa democrática. Se não, para que a gente fez todo esse avanço?