Fonte: ESPAÇO VITAL
(02.12.10)
Por Alexander Luvizetto, advogado (OABRS 42.519)
Quem ganha quando se normatiza que todas as agências bancárias precisam de portas giratórias com detectores de metais?
Quem ganha quando se desarma a população antes de se desarmar o criminoso, como se o bandido fosse respeitar uma tal lei de desarmamento?
Quem ganha com a instalação de grades, cercas elétricas, alarmes monitorados, vigilância armada?
Respondo: ninguém ganha. Sei quem lucra, mas ninguém ganha.
O que se faz no Brasil em termos de segurança é bom apenas para quem vende segurança. Portas giratórias mudam o ladrão de bancos para ladrão de carro-forte. Cercas elétricas fazem com que o ladrão de televisores se transforme em ladrão de carros. O Estatuto do Desarmamento é para quem respeita a lei... bandido não respeita.
Mas a coisa é bem pior! Muita gente lucra com a insegurança pública e, por ser algo tão essencial, compramos um discurso que em alguns é ingênuo, noutros ardiloso. Outro exemplo gritante desse discurso bonito e inútil é a política da não-reação. “Nunca reaja a um assalto!”. Nada mais óbvio em condições normais.
Só que para um delinquente que não tem os mesmos valores que prezamos, saber que existe uma população desarmada, acuada e ainda por cima instigada a não reagir se torna um prato cheio. Discursos demais frente a uma realidade muito mais bruta.
Nunca se deveria arriscar a vida para proteger o patrimônio, mas quando a criminalidade se instala como fez no Brasil, não deixamos apenas que nos roubem o patrimônio. Roubaram nossa liberdade, nossos valores, nossas vidas. Achávamos que criando “homens-pitbulls” estaríamos seguros, mas esquecemos que os “pitbulls” costumam atacar os próprios donos.
Não hesitarei mais em pregar a política da reação consciente. Precisamos reagir sim. Não à toa, não infantilmente. Precisamos ajudar a reconhecer o assaltante, nos empenhar em auxiliar a polícia a prender delinquentes, não nos conformarmos com idiossincrasias ideológicas que apenas desarmaram quem respeita a lei.
Acompanhamos cenas deploráveis no mundo carioca, absolutamente previsíveis. Não nos iludamos: caminhamos todos para o mesmo destino se continuarmos com essa ideia infantil de que o Estado, do jeito que é, no protegerá. O Estado é formado de pessoas. Ou resgatamos valores mais impositivos e mudamos a maneira das pessoas pensarem e viverem, ou o Estado brasileiro continuará sendo esse paternalista capenga e mesquinho.
Reaja sim a toda atitude covarde destes idiotas que optaram pelo crime. Reaja conscientemente! A sua vida preservada hoje diante de um criminoso pode custar a vida do seu filho amanhã diante de qualquer bandido ou traficante.
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alexander@luvizetto.com
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