VIVERDENOVO
DOMINGO, 19 DE DEZEMBRO DE 2010
Por Arlindo Montenegro
Quem nem burro empacado! Que nem carro atolado, fazendo barulho com o motor acelerado, sem sair do lugar. Assim parece estar parte da população que ainda tem acesso a alguma leitura e informação, diante do cerco plantado pela nova ordem mundial, depois da lavagem cerebral bem sucedida em nossas escolas básicas e superiores.
Assim estão os "formadores de opinião" no Brasil: repetidores da propaganda, falando, elogiando ou vaiando tudo quanto é apresentado para o distinto público, enquanto nos bastidores se desenvolvem as tramas secretas, conspiram os grupos obedientes ao dramaturgo diretor da peça "Babel e belzebu no reino de Jezebel".
Jazem na "espiral do silêncio", aquele silêncio medroso ou conivente diante das aberrações mortíferas, as tramas dos que dirigem o espetáculo: banqueiros, seus patrões e asseclas, orquestrando o controle da economia e manipulando nações e pessoas. Criminosos traficantes do cinismo e da mentira, posando como deuses, elaborando diversões para mistificar, satanizar e fanatizar grupos.
Há um vozerio confuso de louvores, constatações, abaixo assinados e repetição promocional do mesmos personagens e piadinhas. Entre as agruras transformacionais, passou despercebida a lavagem cerebral aplicada nas escolas há gerações, doutrinação de crianças e jovens para a regressão cerebral e a estupida da obediência ao estado. A propaganda avassaladora, adestra para adotar bandidos como heróis, sátiros brutais como virtuosos e a platéia para conformar-se, pagar mais e aplaudir os "eleitos" para governar.
O cerco se aperta lenta e suavemente. De um dia para o outro os governantes adotam novas (velhas) formas de espalhar o medo e a dúvida, que priva os indivíduos da capacidade de raciocinar e tomar decisões consequentes com os valores de uma civilização desejada. Aceita-se a orientação imposta, para repetir e adotar comportamentos coletivos.
Na diluída ação atribuída ao coletivo, ninguém é responsável. Os psicopatas em cena, fazem rir os que persistem na rotina para sobreviver no campo minado, dirigindo o pensamento para as mesmas escolhas e resultados, até o dia em que assumamos a responsabilidade de mudar a propria forma de ver, ser, sentir e reagir: invadir os bastidores e descobrir os truques do ilusionismo governamental.
Dia a dia os mesmos atos, as mesmas "denúncias", os mesmíssimos comentários. Uma chatice imutável. Os mesmos dramas insolúveis lembrando aquela figura do sujeito montado num burro com uma cenoura amarrada na ponta de uma vara, que o burro persegue incansavelmente... e nunca alcança.
Imagens e gráficos, estatísticas e projeções ditadas pela central instalada no caldeirão do diabo: os mesmos nomes, as mesmas faces, os mesmos eventos agressivos, drogas em primeiro plano... em todos os jornais, revistas, noticiários de tv, filmes, símbolos nos mega espetáculos... a mais arrasadora "lavagem cerebral", idiotizante e conformista. Fazer o quê?
Os valores que pareciam encaminhar a gente para uma pastagem civilizada, foram atirados à fogueira sob o aplauso de uma torcida organizada. Como se tudo fosse imposição do "progresso", tudo muito natural e moderno. Aceitável, irremediável viver de olhos fechados, ouvidos tapados e boca cerrada, além das mãos atadas ou mãos e pés imensos, cansados, inchados que nem aqueles das figuras de Portinari.
Em vez de adoecer ou desistir, que tal refletir? Assumir a responsabilidade de entender os bastidores e mecanismos do cenário, aquele espaço longe da vista, onde as coisas acontecem. É uma atitude que afasta um pouco de agir apenas como repetidor. É vital mergulhar, buscar as raízes da vida para começar a perceber porque "bananeira não dá laranja, nem coqueiro dá caju".
O sistema prima pelo isolamento individual e as idéias mirram, falta o adubo, a merda fornecida pelos outros animais pensantes. A vida é obra conjunta de cérebros individuais interligando experiências e percepções, conjuntos adjacentes, reponsáveis, mentes lúcidas, ativas, produzindo novas idéias. O espaço é ordenado pelo que se gesta na liberdade interior, onde se planeja o que fazer com responsabilidade individual, diferente da auto destruição do conformismo coletivo.
A guerra, a violência, o terrorismo, o banco, a corrupção político-empresarial agem sobre nós porque permitimos, somos acomodados coniventes. Afastados da responsabilidade e da consciência, que futuca para assumir a disciplina pessoal, nos omitimos da justiça maior e eterna. É preciso mudar para viver de cabeça erguida. Os caminhos da liberdade existem e começam em cada um de nós, transbordam na periferia imediata e mais além.
Fizemos o Brasil como é. Podemos, redesenhá-lo assumindo a responsabilidade de pensar e agir racionalmente ou continuar como bois no pasto. É o pedágio para alcançar as metas de preservação da vida em liberdade. Caminhemos!
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