quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Fonte: “Diário de Noticia”, Portugal, por Luís Naves
O Parlamento russo aprovou ontem uma declaração em que reconhece a responsabilidade de José Estaline (JOSEF STALIN, o maldito da foto ao lado) no massacre de 22 mil polacos realizado em Katyn, na Rússia, em 1940.
O documento foi aprovado numa sessão tumultuosa da Duma, com resistência do Partido Comunista, na oposição, segundo o qual a declaração constitui “uma falsificação da história e a revisão das conclusões do Tribunal de Nuremberga”.
No texto afirma-se que “o crime de Katyn foi cometido sob ordem pessoal de Estaline e outros dirigentes soviéticos”. Sempre negado na URSS, o massacre foi reconhecido em 1990 pelo então líder soviético Mikhail Gorbachev.
O texto surge no contexto de crescente aproximação entre Moscovo e Varsóvia. O Presidente russo, Dmitri Medvedev, inicia dia 5 uma visita oficial à Polônia.
A 10 de Abril, quando se deslocava a Katyn em visita particular, o então presidente polaco, Lech Kaczynski, morreu num acidente de aviação em que pereceram todos os membros da sua comitiva. Então, polacos e russos tiveram momentos de aproximação.
A melhor vizinhança ficou também patente na recente cimeira da NATO, em Lisboa, onde a Polônia aceitou que a Aliança Atlântica aprovasse a parceria de cooperação com Moscovo.
Ontem, o jornal russo Vedomosti noticiava que Medvedev vai lançar uma campanha de “desestalinização”, incluindo abertura de arquivos e aprovando monumentos para lembrar as vítimas.
Citado pela Interfax, o conselheiro do Kremlin para os direitos humanos, Mikhail Fedorov, explicou que este não será o processo de Estaline, mas um estudo do seu regime. “Para mim, é evidente que todo o povo [soviético] foi vítima”, disse.
Em relação a Katyn, não restam dúvidas históricas. Morreram cerca de 22 mil membros da elite polaca, incluindo milhares de oficiais que se tinham entregue às autoridades soviéticas após a invasão alemã da Polônia.
A ordem para eliminar os polacos veio do Kremlin e foi cumprida durante vários dias por tropas da NKVD. As valas comuns seriam descobertas pelos nazis, tendo a notícia produzido enorme desconfiança entre os aliados, que incluíam um Governo polaco no exílio em Londres.
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