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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A imagem e o real no Oriente Médio

MARCOS GUTERMAN
18.novembro.2010 10:58:49

por Marcos Guterman


O cientista político Jorge Zaverucha, da Universidade Federal de Pernambuco, vai lançar na próxima segunda-feira, em São Paulo, seu livro “Armadilha em Gaza – Fundamentalismo Islâmico e Guerra de Propaganda contra Israel”. O trabalho visa a mostrar que a controversa Flotilha da Liberdade não queria levar ajuda humanitária a Gaza e que seu único objetivo era ser uma operação midiática contra Israel. Zaverucha usa o episódio para revelar que as questões do Oriente Médio são, em grande medida, julgadas mais pelo impacto de imagens e discursos do que propriamente pela realidade.
Zaverucha falou ao blog:
Pergunta – O senhor certamente tem noção de que a tese de seu livro, a de que Israel foi vítima de uma armadilha do Hamas no caso da Flotilha da Liberdade, não é de fácil digestão. Como o senhor chegou a essa conclusão e de que maneira o senhor encara a atuação de Israel no episódio?
Jorge Zaverucha – Não escrevo algo pensando sobre a facilidade ou dificuldade de sua digestão. Escrevo sobre o que acredito. O Mavi Marmara era um dos seis navios que compunham a Flotilha da Liberdade. Estava repleto de militantes pró-Hamas, com apoio da Turquia, e foi o único navio que optou por atacar os militares israelenses em vez de cooperar com eles. Israel ofereceu a possibilidade de descarregar a ajuda humanitária no porto israelense de Ashdod e depois enviá-la à Faixa de Gaza por via terrestre. Os militantes descartaram tal proposta. Queriam que Israel caísse na armadilha e conseguiram. Houve uma grande falha da inteligência naval israelense que não identificou corretamente quem estava a bordo do principal navio da flotilha. Por ter usado força de menos, a princípio, Israel teve de usar força de mais, a posteriori. Não acredito que devemos julgar um acontecimento apenas pelos seus resultados.
Pergunta – Sua tese central no livro é que o conflito israelo-palestino não é mais por território, mas por razões ideológicas. Isso significa que todo o esforço de negociação das últimas décadas, cujo foco era territorial, foi inútil?
Zaverucha – Afirmo que, de acordo com a visão islâmica, qualquer parte do território de Israel é considerada como sendo sagrada. Portanto, a questão sobre os assentamentos na Cisjordânia é algo perfunctório. O que os fundamentalistas islâmicos querem é a destruição de Israel. Ponto. É só ler a Carta do Hamas que está no anexo do livro. Por isso, as atuais negociações de paz fracassarão como outras já fracassaram. E para piorar houve uma guerra civil em Gaza entre o Hamas e o Fatah. Ontem (quarta-feira), salvo engano, a Autoridade Palestina prendeu uma célula do Hamas que almejava assassinar o prefeito de Nablus, ligado ao Fatah. Temos jogos em teia, jogos dentro de jogos.
Pergunta – Sua área de especialização é a influência dos militares no Brasil e a democracia. Por que o senhor decidiu escrever sobre o conflito no Oriente Médio?
Zaverucha – Eu estudo forças armadas e comportamento estratégico de atores em situação de conflito. Quer melhor situação para análise do que está ocorrendo em Gaza? Prato cheio.

Um comentário:

  1. A minha reação quanto a entrevista com o sr. Zaverucha é de náusea, de perfeito desconfôrto, diante do ranço que exala, como de manteiga passada, inda mais se tratando de um cientista político, de uma universidade, à frente de discentes e descentes, infundidos de uma demência bem administrada.
    Quqrerá êle duzer que hamas, fatah, hezbollah e mais que for, existiam antes da maldita partilha? Ou o irgun, stern, haganah, êsses sim, realmente eram anteriores a êsse fato!. Que êsses malditos palestinos foram miseràvelmente ludibriados pelos mandatários ingleses, com jôgo duplo sôbre futuro estado, quanto ao acôrdo secreto de Balfour, com o Sir Rotchild, um anglo-judeu titulado da câmara alta do Reino-Unido!? Posteriormente, também desfeiteados pelos 2% de cidadões judeus-americanos eleitores do Truman para continuação de mandato, como paga para a medição de terra, na partilha!? Que tal 57% de terra para 700mil judeus, e 43% para 1500 palestinos!?. Èsse número útimo foi o de desencarne dêsses autóctones há dois anos atrás, há 61 anos depois da enganação, contra 16 baixas sionistas. Èssa é a história da dizimação de um povo ultrajado, e não propaganda midiática. Meu caro Cavaleirom estou sentindo voltas no estômago. Fiz comentários, dois, com a Editora, não houve interação, espero que com você, seja diferente. Sei que a previsão de venda da obra é de cêrca de 80 mil exemplares, nunca fará mal ao ranço. Confio que não seja execrado por sua moderação. Até breve.

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