29 de novembro de 2010
Como o Rio lida com assassinos. Como o Velho Oeste lidava com eles.
Julio Severo
Apesar do título, a cidade do Rio de Janeiro nada tem a ver com o Velho Oeste americano. Não que não houvesse violência no Velho Oeste. Havia, mas não tanto quanto se vê no Rio em pleno século XXI.
A injustiça que abunda no Rio não abundava no Velho Oeste. Tal qual no Rio, todos os criminosos do Velho Oeste portavam armas para seus crimes. Mas, muito diferente do Rio, no Velho Oeste TODOS portavam armas, de modo que para atacar o inocente, o criminoso precisava ser bastante astuto para não acabar liquidado.
Os criminosos do Rio atacam suas vítimas na confiança de que o Estado tenha feito seu trabalho sujo de desarmar a população, garantindo assim total insegurança para as vítimas e total segurança para os assassinos.
No Rio moderno, o assassino escapa muitas vezes impune. Para o criminoso do Velho Oeste, o Rio seria um lugar verdadeiramente maravilhoso, pois a impunidade que reina no Rio não reinava no Velho Oeste. O assassino americano era rapidamente julgado e enforcado. Quando fugia, era perseguido pelo xerife e cidadãos prontos para garantir que o assassino pagasse com sua vida a vida que ele tirou. Quando o criminoso fugia para lugar desconhecido, sua cabeça era colocada a prêmio, que significava que qualquer pessoa que o achasse ou matasse receberia um prêmio em dinheiro.
A ética de defesa pessoal para o cidadão e pena capital para os assassinos era no Velho Oeste sustentada nos princípios da Bíblia. A ética protestante (ou evangélica) governava majoritariamente a sociedade americana no século XIX. Os inocentes tinham a Bíblia numa mão e o revólver na outra.
No Rio, embora o número de evangélicos e cristãos seja enorme, não existe ética que influencie as leis a dar aos cidadãos o direito de se defender nem tire do criminoso sua existência de atividades assassinas. No Brasil em geral e no Rio em particular, na mão os inocentes só podem ter a Bíblia, ficando nas mãos de todos os assassinos os revólveres, fuzis, metralhadoras, etc.
No Velho Oeste, os criminosos eram enfrentados a bala pelos próprios cidadãos, que tinham seus rifles prontos para fazer feroz resistência ao crime.
No Rio, os cidadãos se escondem das balas quando conseguem. Quando não conseguem, são atingidos, até mesmo por balas perdidas.
No Velho Oeste, bastava apenas um assassinato para o criminoso — fosse adulto ou adolescente — ganhar forca. Não havia ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) nem defensores dos direitos dos bandidos.
No Rio, os criminosos disputam quem mata mais, e assassinos adolescentes nunca ganham cadeia, tendo garantidos seus direitos pelo ECA de matarem quantos cidadãos quiserem. Aos 18 anos, o ECA lhes garante soltura da instituição de reabilitação, com ficha totalmente limpa, como se eles nunca tivessem matado uma mosca em toda a vida. É de estranhar então que no Rio haja muitos defensores dos direitos dos bandidos, fartamente pagos com dinheiro de impostos?
No Velho Oeste, o bandido tinha de pensar duas vezes antes de atacar um inocente, para não acabar ele próprio com uma bala no meio da testa.
No Rio, o bandido não precisa pensar, pois só suas vítimas acabam com uma bala no meio da testa.
No Velho Oeste, a forca era o destino certo do assassino.
No Rio, a morte é o destino das vítimas dos assassinos, que podem optar por forca, torturas e quaisquer outros sadismos que desejem aplicar às vítimas.
Entre o Velho Oeste e o Rio, eu preferiria o Velho Oeste. Lá pelo menos eu poderia me defender.
E tenho certeza de que ninguém do Velho Oeste escolheria o Rio, uma cidade verdadeiramente maravilhosa para todos os tipos de crimes.
O americano do Velho Oeste no Rio perderia automaticamente sua arma e seu direito de se defender e defender sua família, ficando completamente exposto aos criminosos muito bem armados. Se num caso de agressão criminosa contra sua vida ele por “infelicidade” conseguisse tirar do criminoso sua arma e o executasse, ele seria automaticamente condenado pelos grupos de direitos humanos, sempre prontos a castigar qualquer ação dos cidadãos que conseguem despachar um criminoso.
Há também as redes de televisão, que denunciam qualquer atitude indelicada contra os criminosos, garantindo assim a segurança e os “direitos humanos” deles.
No Velho Oeste, havia igualdade. O bandido andava armado e atirava. Mas todos os cidadãos também andavam armados. Eram criminosos armados contra cidadãos armados.
No Rio, a desigualdade é total. Para imensa alegria dos bandidos, só eles andam armados. São criminosos fortemente armados contra uma população fortemente desarmada, onde o assassino se sente como raposa a solta no galinheiro. Esse galinheiro se chama Rio. Esse galinheiro também se chama Brasil.
Enquanto os assassinos do Rio torturam e matam inocentes, a vítima que consegue retribuir dez por cento ao criminoso é condenada como violadora de direitos humanos. O Rio assim virou um inferno.
Se o Velho Oeste fosse como o Rio, seria um inferno para os inocentes, e um lugar maravilhoso para os assassinos.
Contudo, o Velho Oeste não era como o Rio, de modo que os caubóis diriam: Ainda bem que não estamos no Rio!
Por amor à justiça e aos inocentes, eu diria: Que pena que o Rio não é como o Velho Oeste!
Nota: Esse texto foi revisto por um amigo cujos antepassados viviam no Velho Oeste. Por gerações, sua família tem tido armas. Ele próprio teve um AK-47, mas como cristão ele me disse que não o usaria para se defender, mas para defender sua família e outros. Os cidadãos brasileiros não têm permissão de ter um AK-47 ou armas menos potentes. Contudo, os criminosos do Brasil têm armas muito mais potentes do que um AK-47!
Versão em inglês deste artigo: Rio and the Old West
Fonte: www.juliosevero.com
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