12.11.2010 - 1:56am
Há algo muitíssimo estranho nessa história do Banco Panamericano, que tomou emprestado R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir uma fraude que o apresentador Silvio Santos preferiu classificar como “inconsistência contábil”, mas que no boteco mais próximo chamam de picaretagem.
Um dia após a operação de salvamento ser anunciada oficialmente, já há interessados na compra do Sistema Brasileiro de Televisão, rede de emissoras de tevê de propriedade de Senor Abravanel, o dono do Baú da Felicidade. E o primeiro a mostrar interesse foi o empresário Eike Batista, que no governo Lula da Silva conseguiu o milagre da multiplicação tantas vezes, que desde então todas as suas empresas carregam a letra “X” no nome. Muito estranhamente, entre os tantos bens que deu como garantia do bilionário empréstimo, Silvio Santos disponibilizou o SBT, empresa que depende de concessão pública, que foi renovada em 2002 e tem validade até o próximo ano.
Por ocasião da quebra da Varig, muito se questionou sobre a decisão da empresa aérea de listar em seu patrimônio os slots (permissão de pouso e decolagem) e os balcões de atendimento nos aeroportos. Considerando que são “bens” pertencentes ao poder publico, os mesmos não podem se trata de concessão pública, é impossível dar em garantia algo que não lhe pertence.
Sob a ótica da lógica e do bom senso, Silvio Santos não poderia entregar ao Fundo o SBT, mas apenas o respectivo patrimônio, o que na prática não garante a operação da rede televisiva. O Código Brasileiro de Telecomunicações permite a venda, que para ser concretizada depende de aprovação do Ministério das Comunicações, ou seja, do Palácio do Planalto. O fato de Eike Batista ter se adiantado como eventual interessado em adquirir o SBT provoca estranhezas de todos os matizes. Considerando que o problema do Banco Panamericano se arrasta há alguns meses, não foi por acaso que Eike passou a se interessar repentinamente por investimentos na área de entretenimentos. Nesse mato tem coelho e com pelagem vermelha.
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