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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gilberto Carvalho e a Expresso Santo André. Ele (Celso Daniel) não foi vítima de um crime comum, como sustenta a Polícia paulista, mas de um crime político - encomendado, no dizer do promotor Francisco Cembranelli, "por uma corja de malfeitores, verdadeira máfia, alojada na administração petista"




nivaldocordeiro
 | 21 de novembro de 2010 | 6 gosta(m), 0 não gosta(m)
O editorial do Estadão de hoje (abaixo) mostra que o promotor Francisco Cembranelli estava certo ao dizer que a morte de Celso Daniel foi feita "por uma corja de malfeitores, verdadeira máfia, alojada na administração petista". A pessoa de Gilberto Carvalho é figura de destaque dentro dessa máfia, pois ele era o homem da mala, aquele que levava os recursos extraídos da empresas por meios excusos para o então presidente do PT, José Dirceu. No primeiro caderno do jornal temos uma página dedicada ao calvário da família dona da empresa de ônibus Expresso Santo André, que opôs resistência ao esquema e foi impiedosamente esmagada pelos tentáculos tirânicos do PT. É esse tipo de gente que está na Presidência da República. Gilberto Carvalho foi portador de uma carta de Dilma Rousseff ao Papa Bento XVI e é cogitado para ser ministro do seu governo. Tempos difíceis aguardam os brasileiros que, cegos pela propaganda mentirosa, elegeram essa bando de celerados para governar o Brasil.


ESTADÃO
20 de novembro de 2010 | 22h 56


UM CRIME DENTRO DE OUTRO


AE - AE


O desfecho do julgamento do primeiro dos sete acusados do sequestro e assassínio do então prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002, fez justiça à convicção do Ministério Público de que ele não foi vítima de um crime comum, como sustenta a Polícia paulista, mas de um crime político - encomendado, no dizer do promotor Francisco Cembranelli, "por uma corja de malfeitores, verdadeira máfia, alojada na administração petista".
O conselho de sentença que considerou culpado o réu Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, acolheu por unanimidade todos os seis quesitos formulados por Cembranelli. Um deles pedia que o júri, composto por cinco mulheres e dois homens reunidos no Fórum de Itapecerica da Serra, na quinta-feira, se manifestasse sobre a tese de que o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa.
É de fato inverossímil que a captura de Celso Daniel tenha sido iniciativa de uma quadrilha especializada em sequestrar pessoas de posses para obtenção de resgate. Na versão da Polícia, os sequestradores teriam confundido o prefeito com um empresário que atuava na Ceagesp. Decidiram executá-lo ao descobrir, pelo noticiário da TV, a identidade de sua presa. À época, Daniel coordenava o programa de governo do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva e era tido já então como nome certo para o seu eventual Ministério.
Ao percorrer diligentemente os meandros da tragédia, o Ministério Público encontrou um crime dentro de outro. Tratava-se do esquema de cobrança de propina de empresas que prestavam ou desejassem prestar serviços ao município. A operação - de que o prefeito estava perfeitamente a par - era capitaneada pelo seu ex-segurança e amigo próximo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. Daniel se insurgiu contra o esquema apenas quando soube que parte do butim era embolsada por Sérgio Gomes e associados. Todo o produto das extorsões deveria ser repassado ao PT para forrar o caixa 2 do partido.
O peculiar senso ético de Daniel - que decerto ele compartilhava com muitos companheiros, dado o que se passava e viria a se passar em outras prefeituras controladas pela legenda - custou-lhe a vida. Os procuradores apuraram que, diante da decisão do prefeito de pôr fim ao pedágio espúrio no município, Gomes resolveu eliminá-lo. A Polícia, embora dissociasse uma coisa da outra, não contestou as evidências de corrupção recolhidas pelo Ministério Público. Nem poderia.
Conforme o testemunho dos irmãos de Daniel, o Sombra entregava o dinheiro ao secretário de governo de Santo André, que se incumbia de levá-lo ao presidente do partido. O secretário era Gilberto Carvalho, que viria a ser chefe de gabinete do presidente Lula e seu mais íntimo colaborador. Ele figura como réu em um processo por improbidade administrativa no município. O presidente do PT era o deputado José Dirceu, que viria a ser o "capitão do time" de Lula. Além de ter cassado o seu mandato parlamentar, está sendo processado como principal articulador do mensalão.
No julgamento dessa semana, o promotor destacou que as somas extorquidas em Santo André se destinavam a abastecer campanhas petistas, "inclusive na primeira eleição do presidente Lula". Segundo ele, "o PT depositava todas as fichas naquela campanha. Os recursos passaram a ser captados de maneira mais portentosa". Ele abordou ainda um aspecto do caso que até aqui não parecia claro: por que, antes de matá-lo, os sequestradores torturaram o prefeito nos dois cativeiros para onde foi levado? A sua execução não seria suficiente para o que o Sombra teria pretendido?
Daniel foi seviciado, apontou Cembranelli, para que revelasse onde estava um dossiê, presumivelmente compilado por ele, "com informações contra integrantes do PT". Não se sabe o que foi feito da papelada. Mas o promotor lembrou que Gilberto Carvalho foi visto em companhia de outro petista, o vereador Klinger Sousa, saindo do apartamento do prefeito no dia seguinte ao sequestro. "Celso Daniel foi varrido por uma trama macabra", afirmou Cembranelli. "Virou obstáculo, um estorvo." Talvez não apenas para os Sombras.

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