Material essencial

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Anthony Comstock: o primeiro campeão pró-família da história moderna

E-books gratuitos escritos por Julio Severo em http://juliosevero.blogspot.com/.



Para baixar em formato .pdf ou .docx clique aqui.

Pioneiro na luta contra a pornografia e em iniciativas para pressionar o Congresso e os políticos a proteger as famílias e suas crianças e adolescentes

Julio Severo
Apresentar filmes e materiais pornográficos para crianças e adolescentes sob a capa de “educação sexual”, mostrando cenas e posições explícitas de sexo, inclusive homossexual. Expor crianças e adolescentes a métodos chamados de “planejamento familiar”, inclusive aborto, para impedir a gravidez como se a gravidez fosse uma doença sexualmente transmissível. Esse, infelizmente, é o padrão de violência criminosa que predomina nas escolas e na sociedade quando os pervertidos não são impedidos de mudar as leis e a cultura.

Cultura pró-família sob ataque

A vasta maioria dos esforços para expor crianças e adolescentes à educação sexual pornográfica e informações e “serviços” de aborto e contracepção é resultado das campanhas da Federação Internacional de Planejamento Familiar, fundada na década de 1950 por Margaret Sanger. Foi um imperialismo cultural e pornográfico que venceu primeiramente as barreiras legais nos EUA e depois se expandiu como vírus para o resto do mundo.
Hoje a Federação Internacional de Planejamento Familiar é a maior promotora mundial de contracepção, aborto e educação sexual pornográfica nas escolas.
As primeiras barreiras legais derrubadas foram nos EUA, onde Sanger detestava a famosa Lei Comstock, que a impedia de divulgar e estabelecer sua ideologia de controle da natalidade que, de acordo com ela:
Destruiria o Cristianismo.
Exterminaria a raça negra.
Purificaria a raça branca.
Promoveria o aborto como direito humano das mulheres.
Na década de 1930, através de muitas campanhas, a Lei Comstock sofreu uma emenda para remover a proibição na distribuição de informações sobre contracepção.
A emenda veio por pressão de Margaret Sanger, que na década de 1930 já estava louvando publicamente as políticas de purificação racial da Alemanha nazista. Ela é hoje considerada a inventora oficial do termo “controle da natalidade”.
Enquanto lutava para destruir a Lei Comstock, Sanger estava com a vida arruinada. Seu casamento terminara e ela vivia de amante em amante. Ela deixou seus filhos pequenos tão negligenciados e esquecidos que sua filhinha morreu de pneumonia.
Ela estava envolvida em diversos tipos de práticas de fetiches eróticos, na meditação oriental e em outras formas de ocultismo, inclusive rosa-cruz e teosofia. Esse quadro contrastava fortemente com o próprio autor da lei que ela tanto detestava e combatia.
Aliás, o moderno quadro horrendo de crianças e adolescentes sendo expostos pelo próprio governo à pornografia, libertinagem e aberrações homossexuais dentro das salas de aula só chegou a esse ponto porque muitos líderes cristãos não quiseram e não querem assumir uma postura de ação social.

Anthony Comstock: um homem de Deus

Essa violência sexual oficialmente travestida de educação para crianças e adolescentes hoje é algo criminoso, e é assim que Anthony Comstock a encarava. Desde o final da década de 1860, seu alvo de ação era o combate às propagandas de pornografia, aborto e controle da natalidade. Nascido em 1844 em Connecticut numa cidade chamada Nova Canaã, desde menino ele adorava ler a Bíblia e era um evangélico que não praticava o Cristianismo apenas dentro da igreja. Ele acabou se tornando um obreiro ativo na Associação Cristã de Moços (ACM) de Nova Iorque. A ACM era uma organização evangélica muito conhecida, onde até mesmo o famoso pregador D.L. Moody era membro ativo.
Nessa época, a ACM fundou a Sociedade para a Eliminação dos Vícios para avançar o trabalho de Comstock, onde ele atuou como secretário até sua morte.
Ele lutava contra os vícios sociais fazendo pressão sobre os legisladores. Ele viajava para Washington DC e convencia os congressistas da necessidade de leis para proteger as famílias e suas crianças e adolescentes contra a pornografia. Tais iniciativas pioneiras foram as primeiras demonstrações de lobby pró-família, ou campanhas para pressionar e influenciar os legisladores a priorizarem o bem-estar das famílias.
Suas pressões sobre o Congresso foram vitoriosas e levaram em 1873 ao estabelecimento de uma forte lei federal proibindo o transporte de produtos obscenos, imorais ou lascivos no correio. A lei, que estabelecia até 10 anos de cadeia para os infratores, acabou ficando conhecida como Lei Comstock.
Para implementar a lei, Comstock foi oficialmente nomeado como Agente Especial do Departamento dos Correios dos EUA, com amplos poderes do governo para deter a pornografia. De 1873 a 1915, ele conduziu batidas policiais espetaculares em publicadores e vendedores de literatura obscena.
Ele também escrevia muito para alertar as famílias sobre as influências pornográficas — um grande problema social hoje. Ele disse: “Os pais têm o direito, e é seu dever, fechar a porta de seu lar para esses males. Não é violar a liberdade de imprensa dizer: ‘Essas influências não entrarão no meu lar, onde vivem meus amados filhos’”. (Traps for the Young, pág. 18.)
Durante mais de 40 anos, ele foi responsável pela prisão de 3.600 pornógrafos e pela apreensão e destruição de uma imensa quantidade de material pornográfico, artigos indecentes, drogas abortivas e drogas para impedir a concepção.
Comstock pessoalmente prendeu quatro pornógrafos num único dia. Sendo apanhado, um malfeitor enviou recado para outro: “Saia da cidade. Comstock está atrás de você. O maldito idiota não quer saber de suborno”. (Carlson)
Num só ano, mais de 6 toneladas de chapas fotográficas pornográficas, mais de 60 toneladas de livros pornográficos, 200.000 fotografias e imagens, 31.500 caixas de pílulas e poções e 60.300 artigos obscenos foram destruídos. Esse resultado não veio ao acaso: Comstock levava sua carreira e responsabilidades muito a sério.
Esses materiais eram realmente pornográficos? James Petersen, que por muito tempo foi editor da revista Playboy, escreveu: “Comstock jamais descrevia os objetos que ele suprimia, mas algumas fotos ainda existem. Mesmo hoje, essas fotos conseguem provocar excitação”. (Carlson) Alguns dos livros destruídos tinham títulos descarados, tais como: Lord K’s Rapes and Seductions (Os estupros e seduções de Lorde K).

A luta contra a contracepção e o aborto

Por que as batidas policiais anti-pornografia de Comstock eram também batidas anti-contracepção e anti-aborto?
O Dr. Allan Carlson, presidente do Congresso Mundial de Famílias, explica:
Sua própria experiência mostrava que os comerciantes de publicações obscenas comumente também vendiam contraceptivos e drogas abortivas. Conforme ele escreveu sobre uma de suas primeiras prisões para a ACM, livros pornográficos “eram publicamente anunciados e vendidos em conexão com artigos para produzir aborto, impedimento da concepção, artigos para ajudar seduções e para propósitos indiscretos e imorais”. Outras das primeiras prisões envolviam uma mistura de publicações com “produtos de borracha” imorais [essa frase abrangia acessórios para masturbação e as primeiras camisinhas e diafragmas] e seringas para aborto. Comstock e seus aliados também associavam a contracepção à prostituição porque os prostíbulos frequentemente vendiam poções e dispositivos de controle da natalidade logo ao lado. (Carlson)
Comstock associava o aborto e a contracepção juntos pelo perigo comum que representavam para a saúde das mulheres. Nessa perspectiva, Comstock estava realmente em solidariedade com a vanguarda da liderança médica de sua época. (Carlson)
Uma dessas autoridades era o Dr. D. Humphreys Storer, professor de obstetrícia na Universidade de Harvard. Em 1855, ele deu a palestra introdutória da nova classe médica de Harvard. Intitulada “Duas Causas Frequentes da Doença Uterina”, ele apontou primeiro para a prática crescente entre mulheres recém-casadas de recorrer “a meios, facilmente compráveis, para destruir a vida dentro delas”. Storer ressalta “a probabilidade de haver maiores danos e males irreparáveis” para o próprio corpo da mulher. A segunda causa do aumento da doença uterina, relatou ele, são “os meios empregados em grande medida para impedir a concepção”. Embora alguns médicos que rejeitavam o aborto aceitassem a contracepção, Storer insistiu que qualquer tipo de interferência no ato sexual produz problemas: “Se… o funcionamento da natureza for interrompido, conseqüências virão…” (Carlson)
Contudo, Comstock tinha também razões cristãs para se opor à contracepção. Ele disse:
O ato de impedir a concepção causa a maior destruição do caráter moral. Deus estabeleceu certas barreiras naturais. Se eliminarmos todos os limites para as paixões carnais… provocamos desastre. Se degradarmos as coisas sagradas, arruinamos a saúde das mulheres e propagamos uma maldição maior do que as pragas e doenças da Europa. (Carlson)
Ele foi autor do livro Traps for the Young (Ciladas para os Jovens), publicado em 1883 e dirigido aos pais, professores e pastores, dando conselhos de como proteger crianças de conteúdo impróprio dos meios de comunicação de sua época e alertando também sobre os perigos dos vícios. É provavelmente o primeiro manual de prevenção às tentações da pornografia, e como crianças e adolescentes estavam sendo arrastados pelas tendências mais baixas dos meios de comunicação do século XIX. Ele também escreveu Morals Versus Art (Moralidade versus Arte), publicado em 1888.
A Lei Comstock ainda está em vigor nas leis federais americanas que proíbem a obscenidade, e hoje é usada principalmente para combater vigorosamente a pornografia infantil na internet e impressa. Assim, toda a repressão moderna à exploração pornográfica das crianças está montada nos esforços pioneiros de um evangélico atuante. Mas depois da morte de Comstock em 1915, sua lei começou a ceder aos ataques sistemáticos de Sanger, pois não havia ninguém que pudesse ou quisesse ocupar o lugar de Comstock.
Mesmo assim, o Rev. Billy Sunday (1862-1935), provavelmente o maior pregador de multidões antes de Billy Graham, condenava a venda de bebidas alcoólicas, a pornografia, o controle da natalidade e outros males sociais. De orientação presbiteriana, ele denunciou Sanger e sua ideologia até seus últimos dias. Entre os católicos, as denúncias vieram do Pe. John Ryan, na década de 1930. Não muito diferente de Sunday, Comstock via as bebidas alcoólicas como nocivas. Por coincidência, Sanger morreu alcoólatra em 1966.
Anthony Comstock realizou grandes proezas legais de proteção às famílias e enfrentou, em sua própria geração, muitos ativistas do aborto e da pornografia. Mas durante sua existência, quem prevaleceu foi ele. Seus maiores inimigos eram as ativistas socialistas do “amor livre” Emma Goldman e Margaret Sanger, porém enquanto ele estava vivo, tudo o que elas e seus vários parceiros socialistas podiam fazer era se queixar, difamar e resmungar.
Ele fechou grandes casas de jogatina e prostituição, ganhando a antipatia e ódio de grandes máfias e quadrilhas. Ele fechou o maior empreendimento de aborto de sua época, operado por uma milionária senhora, a famosa Madame Restell, que fez enorme sucesso vendendo drogas abortivas a partir de sua mansão de Nova Iorque. Madame Restell, a maior aborteira do século XIX, e seu exército de apoiadores foram derrotados por um só homem.
Madame Restell havia acumulado uma fortuna de 1.5 milhão de dólares. Comstock foi até a mansão dela, fingindo ser um homem que havia engravidado sua amante. Depois que Restell lhe vendeu uma poção de aborto, ele a prendeu. Ela lhe ofereceu 40.000 dólares para esquecer o assunto, uma quantia enorme para aquele tempo. Ele recusou o suborno. As anotações de Comstock sobre o caso contam o final: “Restell cometeu suicídio cortando a garganta na manhã do julgamento. Um fim sangrento para alguém que passou a vida inteira derramando sangue”. (Carlson)
Esses grandes negócios sujos, que faziam sutis anúncios nos jornais de seus serviços, traziam aos jornais um lucro milionário. Não é de admirar pois que Comstock tenha sido alvo de ódio e freqüentes ataques da imprensa.
A imprensa liberal americana atacava a Sociedade para a Eliminação dos Vícios (SEV) como um covil de fanáticos. Com Comstock, os fundadores “fanáticos” da SEV foram: J. Pierpont Morgan, famoso banqueiro; William E. Dodge, magnata do cobre; Samuel Colgate, presidente da empresa Colgate, que fabricava sabonetes. Colgate se tornou presidente da SEV, onde trabalhou até sua morte em 1898. (Carlson)
Outros integrantes atuantes foram o publicador de livros Alfred S. Barnes (cujo nome está hoje na famosa editora americana Barnes and Noble) e o jurista William Beecher, filho do renomado pregador Henry Ward Beecher. Nos anos subseqüentes, a SEV recebeu doações de homens famosos, como Andrew Carnegie, John Wanamaker, a Sra. Russell Sage, Louis C. Tiffany e Joseph H. Choate. Até mesmo Noah Porter, presidente da Universidade de Yale, estava diretamente envolvido com o trabalho de Comstock. (Carlson)

Viagem no tempo

Fiz, por assim dizer, uma viagem no tempo, lendo a literatura da época, para conferir o impacto de Comstock. Li sua biografia, suas obras e os livros de seus inimigos. Seus críticos, além dos jornais, eram secularistas, defensores do “amor livre” (sexo sem nenhuma responsabilidade e casamento) e indivíduos que detestavam os valores cristãos. Um tal de De Robinge Bennett (também conhecido como D.M. Bennett), escrevendo sarcasticamente um livro intitulado “The Champions of the Church” (Os campeões da igreja) em 1878, não só condenou Comstock como um “criminoso”, mas também, em muitas outras palavras, desconstruiu Jesus Cristo como Deus e o reconstruiu como uma mera entidade pagã, presente com diferentes nomes em diferentes religiões pagãs do mundo.
O que é fascinante é que, conforme declarações dos próprios espíritas, a Lei Comstock, ao atacar frontalmente a pornografia e a propaganda de controle da natalidade e aborto, prejudicou o espiritismo. Um espírita reclama que Comstock “fez sua lei explicitamente para impedir a distribuição de um jornal espírita de amor livre”.
A Lei Comstock dizia:
Todo livro, panfleto, foto, papel, carta, escrito, estampa ou outras publicações obscenas, imorais, lascivas e sujas de caráter indecente, e todo artigo ou produto designado, adaptado ou tencionado para impedir a concepção ou produzir aborto, ou para qualquer uso indecente ou imoral; e todo artigo, instrumento, substância, droga, medicina ou produto que é anunciado ou descrito de maneira planejada para levar outros a usá-lo ou aplicá-lo para impedir a concepção ou produzir aborto, ou para qualquer propósito indecente e imoral. (Carlson)
D.M. Bennett, que era defensor do “amor livre”, tinha suas razões para atacar Comstock: ele fora preso duas vezes por publicar obras obscenas.
Tentativas de revogar a Lei Comstock, ou até mesmo de alterá-la de forma significativa, fracassaram repetidas vezes. Em sua morte em 1915, o império legal de Comstock estava intacto. Aliás, um enfraquecimento das cláusulas anti-contraceptivas só ocorreu na década de 1930, e mesmo assim somente mediante decisões de tribunais pressionadas por Sanger e seus apoiadores. Como é que dá para explicar que a Lei Comstock tenha permanecido sólida durante tanto tempo?”(Carlson)
Em 1850, o número de templos cristãos era 38.183 nos EUA. Os pregadores Dwight L. Moody e Ira D. Sankey começaram suas campanhas de reavivamento nos EUA na década de 1870, o período em que a Lei Comstock entrou em vigor. Moody explicou: “Não sei de qualquer outra coisa que os EUA precisem mais hoje do que homens e mulheres cheios da unção do céu”. Milhões de americanos atenderam ao desafio. Em 1890, os EUA tinham 142.521 igrejas, um aumento de 272 por cento. As igrejas estavam experimentando um elevado aumento no número de membros. A moralidade sexual do protestantismo evangélico, inclusive sua oposição ao controle da natalidade, havia triunfado na sociedade americana por causa dos reavivamentos.
Comstock não enfrentou nenhuma oposição importante. Seus inimigos mais ferozes tendiam a estar no movimento de “amor livre”, que fazia campanhas que essencialmente queriam abolir as leis de casamento. (Carlson)
Comstock usava seu emprego para lutar contra a pornografia nos mais importantes meios de comunicação de sua época. Como agente especial do Departamento dos Correios dos EUA, ele recusou, durante trinta e três anos, aceitar seu devido salário. “Dê-me a autoridade que tal ocupação confere”, ele confidenciou em seu diário, “e o salário e as honras podem ir às favas”. Seu salário vinha realmente da Sociedade para a Eliminação dos Vícios, dando-lhe certa independência em suas ações públicas. Como inspetor postal, ele tinha um documento que exigia que todas as ferrovias que transportavam correios lhe dessem passagem livre. Durante seus primeiros dez meses no ofício apenas, ele viajou 37.000 quilometros. Comstock tinha a autoridade de “fazer buscas de materiais transportados nos correios em violação da lei”. (Carlson)
Em 1877, ele havia acabado com a corrupta loteria do mercado negro em Nova Iorque. Numa época em que os consumidores tinham pouca proteção, a campanha vitoriosa de Comstock contra médicos charlatães e fornecedores de medicamentos sem receita recebeu elogios até mesmo de seus inimigos mais ferozes. Aliás, praticamente todos os “contraceptivos” e “drogas abortivas” no mercado livre em 1872 eram, na melhor das hipóteses, ineficazes; na pior, eram venenos. (Carlson)

Guerra espiritual

Naquela época, a maior propagandista dessas drogas, na Inglaterra, era a lésbica inglesa Annie Besant (1847-1933). Ela era uma das maiores líderes da teosofia e era a maior promotora da idéia de redução de filhos — em outras palavras, o controle da natalidade ou o planejamento familiar. Seu principal meio de influenciar os EUA era enviando sua literatura através do correio, bem no “território” de Comstock.
O fato de que um número significativo de defensores do aborto, pornografia, “amor livre” e controle da natalidade eram espíritas mostra que Comstock estava envolvido também numa grande guerra espiritual. Um espírita se queixou:
“Nos tempos de Comstock inquisições e queima de livros, muitos dos melhores livros que mostravam a luz mais elevada do espiritismo… eram destruídos sob o termo ‘pornografia’ no final do século XIX até o começo do século XX e publicadores, vendedores de livros e médiuns eram atirados às prisões, a maioria dos quais morreu ali”.
Muitos desses presos haviam sido condenados por promover sua literatura pornográfica entre crianças e adolescentes.
Por causa de seu trabalho, Comstock recebeu muitas ameaças de morte, chegando a sofrer violência física e um ataque a bomba, que falhou. Muitas vezes, ele precisou de escolta policial para se proteger de emboscadas de assassinos contratados. Mas os quarenta anos em que ele pôde prosseguir seu trabalho em meio a muitos perigos contra sua vida comprovam que havia uma Mão forte sobre ele.
Diante das ameaças de morte, certa vez ele exclamou:
“Que tolice! Será que um homem mortal consegue fazer algo que seu Criador não permita? Será que Deus não pode mudar o propósito do homem, ainda que o braço dele esteja levantado com a arma mortal pronta para atirar? Será que Ele não pode desviar a morte de quem que Ele quiser? Todos os homens maus de Nova Iorque não poderão fazer mal a um só fio dos cabeços da minha cabeça, se não for pela vontade de Deus. Se for Sua vontade, que direito eu ou alguém tem de dizer algo? Sou apenas pó, um ácaro, diante de Deus, mas nenhum cabelo da minha cabeça poderá ser arrancado, a menos que seja a vontade dEle. Oh, como é maravilhoso viver e sentir a vontade dEle sendo feita!” (Fighter, Some Impressions of a Lifetime of Adventure in Conflict with the Powers of Evil, pág. 85.)
Tentaram várias vezes suborná-lo com presentes milionários, chegando a lhe oferecer uma viagem de cinco anos ao redor do mundo, com todas as despesas pagas e com pagamento adiantado de todos os seus salários cobrindo esse tempo inteiro, com a condição de que ele deixasse completamente em paz o negócio sujo da jogatina, pornografia e prostituição. Mas ele não aceitou.
Como ele poderia aceitar? Por mais de 30 anos, ele trabalhou para o governo americano sem aceitar nenhum salário. Mas quando ele recusava, seus inimigos então subornavam líderes na polícia, política e imprensa para atrapalhar o trabalho de Comstock.
Seu biógrafo, Charles Gallaudet Trumbull, escrevendo em “Anthony Comstock, Guerreiro, Algumas Impressões de uma Vida Inteira de Aventura na Luta contra os Poderes do Mal” diz nas páginas 235 e 237:
“Tentaram levá-lo à tentação, mas ele resistiu às ciladas mais sedutoras que puderam armar contra ele. Colocaram detetives em seu rastro, na esperança de descobrir que em algum momento de sua vida ele havia sido culpado de algum ato que poderia agora envergonhá-lo, e grandes quantias de dinheiro foram oferecidas a qualquer homem que desse informação que pudesse ser usada para encurralar Anthony Comstock. Para ganhar sua recompensa, muitos dos investigadores mais espertos dos Estados Unidos fizeram pesquisas no registro da vida dele desde o próprio dia em que ele deixou o colo de sua mãe”.
“Seus inimigos tentaram destruir sua vida mediante violência escancarada e astúcia secreta. Tentaram intimidá-lo, suborná-lo e difamá-lo”.
A Palavra de Deus comprovou ser real na vida dele, com os seguintes versículos, que eram os seus favoritos:
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.” (Isaías 41:10 ACF)
“Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR.” (Isaías 54:17 RA)
Apesar dos ataques constantes dos promotores do “amor livre”, Comstock era honrado.

Guerreiro bem-sucedido

Em 1911, o ex-presidente da Universidade de Harvard, Charles William Eliot, declarou que a filial em Boston da Sociedade para a Eliminação dos Vícios era uma “instituição pública totalmente científica”. (Carlson)
No começo de 1915, Woodrow Wilson, o presidente dos EUA, nomeou Comstock para liderar a delegação americana na Conferência Internacional da Pureza, realizada naquele ano na cidade de São Francisco. Conforme admite o historiador Paul Boyer, dos 4.000 delegados presentes, “provavelmente todos tinham a mesma posição dele”. (Carlson) Após esse evento que coroou internacionalmente todo o seu trabalho, ele partiu deste mundo.
Comstock foi vitorioso. Entre 1873 e 1877, ele “provavelmente levou a julgamento mais aborteiros… do que qualquer outra pessoa na história dos Estados Unidos”. Depois de seus primeiros cinco anos de ações agressivas, “os anúncios comerciais de aborto diminuíram de forma radical em todas as partes dos EUA”. Aliás, o historiador James Mohr conclui que por causa do trabalho de Comstock, “o período de visibilidade comercial do aborto, que havia durado desde a década de 1840, estava acabado”. (Carlson)
Outra historiadora da questão do aborto, Leslie Reagan, conclui que o aborto ficou totalmente fora da pauta das igrejas americanas até o final da década de 1950 simplesmente porque “durante aproximadamente um século inteiro o aborto era crime e nenhum movimento social sugeria o contrário”. Essa foi uma das grandes realizações de Comstock. (Carlson)
Como é que durante quase 100 anos a Lei Comstock fez prevalecer a moralidade acima da imoralidade? Como é que um homem sozinho consegue num período longo de quarenta anos amedrontar e derrotar uma multidão de milionários Golias pornógrafos, espíritas, abortistas e imorais? A vida de Comstock prova que quem está no Senhor faz proezas.
No Brasil, Comstock é desconhecido. Mas em 2005, a revista Superinteressante, que durante muitos anos era publicada pela mesma editora responsável pela revista Playboy no Brasil, classificou Comstock como o “mais temível censor da história dos EUA”, ainda usando como referência o pornógrafo anticristão D. M. Bennett. Do ponto de vista dos pornógrafos, Comstock era na verdade um terror e o fundador da Playboy foi provavelmente o maior defensor da liberdade de expressão. Mas do ponto de vista das famílias e suas crianças, os esforços de Comstock representavam proteção e justiça.
Enquanto Comstock lutava contra a pornografia, o aborto e a contracepção, as igrejas evangélicas estavam florescendo com reavivamentos genuínos. Durante a imbatível era de Comstock, D.L. Moody foi usado por Deus em grandes reavivamentos, Billy Sunday iniciou seu ministério que alcançou os EUA de ponta a ponta e o movimento pentecostal nasceu nos EUA para mudar a história do evangelismo mundial.
A era de Comstock, que foi marcada pelos maiores reavivamentos pentecostais já vistos, foi uma era em que os EUA eram uma nação indiscutivelmente e predominantemente evangélica.
De acordo com a Enciclopédia Britânica de 1911, o cenário religioso dos EUA em 1890 era: 68% eram protestantes e 30% eram católicos. Mas desde que a contracepção e o aborto foram totalmente legalizados — a contracepção no final da década de 1960 e o aborto em 1973 —, o cenário mudou. De 1972 a 1993, os protestantes constituíam 63% da população dos EUA. Em 2002, eles eram 52% e pela primeira vez desde a fundação dos EUA, agora os protestantes são minoria. O sonho de Sanger se tornou realidade: o controle da natalidade está destruindo o Cristianismo nos EUA.
Hoje, com o domínio da pornografia, aborto e contracepção na sociedade americana, os EUA perderam sua outrora predominância evangélica. Como exemplo significativo, o Supremo Tribunal dos EUA, que descriminalizou o aborto, a contracepção, a sodomia e muito da pornografia sob o pretexto de “liberdade de expressão”, é hoje composto, de acordo com Ann Coulter, por seis católicos e dois judeus, tornando-o levemente menos diversificado do que os apresentadores predominantemente pró-aborto e pró-sodomia dos canais noticiosos de TV, 75 por cento dos quais são católicos ou judeus.
Hoje, com a dominação da contracepção, a agenda gay e seu estilo de vida estéril ameaçam engolir os EUA e o mundo numa tirania homossexual e contraceptiva.
Os EUA e o mundo precisam de avivamento. E o genuíno avivamento anda junto com justiça social, como bem atestam as muitas conquistas sociais de Comstock.
Versão em inglês deste e-book: Anthony Comstock: the first pro-family champion in the modern history 
*********************
Na elaboração deste valioso artigo, li e fiz uso das seguintes obras:
Anthony Comstock, Fighter, Some Impressions of a Lifetime of Adventure in Conflict with the Powers of Evil (Anthony Comstock, Guerreiro, Algumas Impressões de uma Vida Inteira de Aventura em Conflito com as Forças do Mal), (Fleming H. Revell Company, Nova Iorque, 1913)
“Comstockery, Contraception, and the Family The Remarkable Achievements of an Anti-Vice Crusader” (Comstockery, Contracepção e a Familía: as Realizações Estupendas de um Guerreiro contra os Vícios), artigo do Dr. Allan Carlson. (Esse é provavelmente o melhor artigo que já li sobre Comstock e não resisti à tentação de usar muitas partes!)
Traps for the Young, escrito por Anthony Comstock (Funk & Wagnalls Company, Nova Iorque, 1883)
Conservapedia.
Encliclopedia Britânica Concisa de 2005.
Enciclopédia Britânica de 1911.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá internauta

O blog Cavaleiro do Templo não é de forma algum um espaço democrático no sentido que se entende hoje em dia, qual seja, cada um faz o que quiser. É antes de tudo meu "diário aberto", que todos podem ler e os de bem podem participar.

Espero contribuições, perguntas, críticas e colocações sinceras e de boa fé. Do contrário, excluo.

Grande abraço
Cavaleiro do Templo