DEXTRA
TUESDAY, OCTOBER 19, 2010
Patrick J. Buchanan: VDARE, 14 de outubro de 2010
Artigo original AQUI.
Pelo quarto dia seguido, a França está paralisada por greves. As empresas aéreas estão cancelando vôos. Os passageiros indo para Paris a partir do DeGaulle e do Orly enfrentam longas filas.
Os turistas estão presos. A Torre Eiffel foi fechada. Os sistemas de bonde e metrô da cidade foram cortados. Com o fechamento de refinarias, os trabalhadores da Indústria petrolífera podem provocar o fechamento das estações de gás e forçar o governo a entrar na reserva estratégica de petróleo.
Milhões entraram em greve. Um em dez colégios de ensino médio foi fechado. Alunos de escolas secundárias e universidades marcham ao lado de trabalhadores e bloqueiam entradas para paralisar o sistema educacional.
E qual é o motivo deste acesso de raiva nacional?
O Presidente Nicolas Sarkozy passou pela Assembléia Nacional e está tentando aprovar no Senado uma medida que aumenta a idade de aposentadoria, de 60 para 62 anos.
Porque, se a França não elevar a idade de aposentadoria, seu sistema previdenciário enfrentará um déficit de $58 bilhões por volta de 2018. A reforma de Sarkozy se segue à sua derrubada vitoriosa de uma lei socialista de mais de uma década que tornava obrigatória a semana de trabalho de 35 horas na França.
Em que mundo estes franceses estão vivendo?, pode-se perguntar.
Por volta de 2050, aqueles estudantes secundaristas e universitários estarão perto ou acima da idade de aposentadoria de 60 anos. Quem eles acham que vai bancar suas aposentadorias? Eles não estão cientes do que aguarda a França e a Europa?
Hoje, 23 por cento dos franceses e francesas têm 60 anos ou mais. Isto vai subir para 33 por cento por volta de 2050, quando haverá um trabalhador francês para cada francês aposentado, se a idade de aposentadoria permanecer em 60 anos.
Hoje, 5.5 porcento dos franceses e francesas têm 80 anos ou mais. Por volta de 2050, isto vai dobrar para 11 por cento.
Quem os grevistas franceses pensam que vai pagar os impostos pelas despesas médicas deste um nono de nação debilitada e envelhecida?
A idade média dos francêses é 40 anos, contra 45 em 2050. Mas este número mascara uma realidade muito mais sombria.
Desde 1970, a taxa de fertilidade das francesas está abaixo dos 2.1 filhos necessários para sustentar a população da França, o que os demógrafos chamam de crescimento populacional zero. Durante as quatro décadas seguintes, até 2050, estima-se que permanecerá em aproximadamente 15 por cento abaixo do CPZ.
Entretanto, estima-se que a população de 62.6 milhões terá um saudável acréscimo de 67.7 milhões. Como uma população consegue continuar a crescer se a taxa de nascimentos durante quase 80 anos, até chegar 2050, está abaixo do nível de reposição?
Resposta: à medida que os franceses se aposentam, envelhecem e morrem, a França está sendo preenchida com imigrantes, vindo substituir os franceses que partiram ou estão partindo e os milhões de crianças francesas que não nasceram porque seus pais em potencial não as quiseram.
De onde estes imigrantes estão vindo?
Alguns vêm da Europa Oriental. Mas estão vindo mais do Marrocos, Argélia, Tunísia e ex-colônias francesas da África Subsaariana. Árabes e africanos estão povoando cidades como Marselha e Grenoble e enchendo os banlieus em torno de Paris, onde de tantos em tantos anos eles se enfurecem e queimam milhares de carros. Para a polícia de Paris, os banlieus são zonas proibidas, exceto quando circulam em pelotões.
Estes imigrantes não trazem as habilidades profissionais, educação ou habilidades linguísticas da juventude francesa. A maioria não vai nem ganhar por hora de trabalho nem ter o mesmo salário de um fancês nativo e por isto não vai contribuir com o mesmo nível de impostos para sustentar um estado de bem-estar construído por um Partido Socialista que entra e sai do poder na Fraça há décadas.
Com o fim da semana de trabalho de 35 horas e da aposentadoria aos 60, o desmonte dos benefícios do estado de bem-estar dados aos franceses nos tempos das vacas gordas do socialismo mal começou. Eles podem marchar protestar e fazer greve, mas não podem impedir o inevitável.
O que vale para a França, vale para a Europa, onde nenhuma só nação tem uma taxa de fertilidade que substituirá a população nativa. Entre os russos, ucranianos, estonianos, lituanos e letonianos a taxa de mortalidade já supera a taxa de natalidade. Estes países começaram a morrer. E seus vizinhos se seguirão.
Com a crise financeira de 2008-09, seguida pela ameaça de calote por parte de um ou mais de um dos PIGS da União Européia (Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha), a Europa toda parece estar cortando no orçamento da defesa, para salvar tudo o que puder de seu estado de bem-estar social.
O que levanta questões que nós, americanos atolados em dívidas, não podemos adiar para sempre. Por que, 65 depois da Segunda Guerra, ainda estamos defendendo estas nações? Se a Europa tem mais riqueza, mais gente e um estado de bem-estar mais pródigo do que nós, por que temos que impor sacrifícios a nosso povo para pagar pelo privilégio de defender o povo dela?
Ao invés de tomar emprestado da Europa para defender a Europa, por que não cobrar deles para oferecer esta proteção? Se vamos brincar de romanos, por que não exigir tributos, como os romanos faziam?
A América é o primeiro império da história a pagar tributo a seus sátrapas.
Tradução e links do blog DEXTRA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá internauta
O blog Cavaleiro do Templo não é de forma algum um espaço democrático no sentido que se entende hoje em dia, qual seja, cada um faz o que quiser. É antes de tudo meu "diário aberto", que todos podem ler e os de bem podem participar.
Espero contribuições, perguntas, críticas e colocações sinceras e de boa fé. Do contrário, excluo.
Grande abraço
Cavaleiro do Templo