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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O fim do multiculturalismo

DEXTRA
THURSDAY, OCTOBER 21, 2010

Patrick BuchananThe American Conservative, 18 de outubro de 2010. 
Artigo original AQUI.
Tradução do blog DEXTRA.


A aventura da Europa em sua convivência internacional está para acabar?

Em Potsdam, na Alemanha, neste fim de semana, a chanceler Angela Merkel disse aos jovens conservadores de sua União Cristã Democrática que a tentativa da Alemanha de criar uma sociedade multicultural onde as pessoas "vivam lado a lado e gostem umas das outras fracassou completamente."

Há pesquisas em apoio a sua confissão sentida, mostrando que 30 por cento dos alemães acreditam que o país está sendo invadido por estrangeiros. Um número igual acredita que os estrangeiros vêm para sugar o sistema de bem-estar social alemão.

Merkel tinha em mente os turcos que vieram como gastarbeiters, trabalhadores convidados, nos anos 60. Cerca de 2.5 milhões vivem agora na Alemanha.

Os árabes e os europeus orientais chegaram mais recentemente. Uma pesquisa coloca a população muçulmana em 5 milhões.

“Esta história de multiculturalismo acabou," diz Horst Seehofer, do partido irmão do de Merkel, a União Social Cristã da Bavária. Ele não quer mais imigração de "culturas alienígenas." Os turcos e outros muçulmanos não estão aprendendo a língua, afirma ele, não estão se assimilando, não estão se tornando alemães.

Houve uma grande conscientização da profunda diferença dos vizinhos turcos quando, em luto solidário à América, depois do onze de setembro, eles souberam que alguns bairros turcos de Berlim estavam comemorando a vitória do Islã soltando foguetes.

Como a Europa toda, a Alemanha está ficando nervosa.

Neste verão, Thilo Sarrazin,  que já foi um dos diretores do Bundesbank, publicou  "A Alemanha abole a si mesma," que vendeu 300 mil cópias em sete semanas. Sarrazin argumentou que a população muçulmana é  intelectualmente inferior e incapaz ou pouco disposta a aprender a língua e a cultura alemã e que a imigração em massa está destruindo a nação.

Não um direitista, mas um baluarte do partido socialista, Sarrazin foi obrigado a deixar o Bundesbank. Metade de seu partido socialista ficou do seu lado.

Por toda a Europa, há um ressurgimento do etno-nacionalismo que está alimentando as fileiras dos partidos populistas e anti-imigrantes, que estão ganhando respeitabilidade e tentando chegar ao poder.

Os nacionalistas austríacos venceram em 2008, quando o Partido da Liberdade, de Joerg Haider, e a Aliança pelo futuro da Áustria juntos levaram 29 por cento dos votos. O Partido do Povo Suíço, de Christoph Blocher, o maior de Bern, esteve por trás do referendo bem-sucedido para mudar a constituição e proibir os minaretes e o uso de burcas.

O Partido Jobbik, da Hungria, que, para o Financial Times, "faz parte mais repulsiva tradição arqui-nacionalista da Europa e que culpa os judeus e os ciganos pelas dificuldades dos outros húngaros," conseguiu 17 por cento dos votos neste ano e entrou no parlamento com 47 cadeiras, em comparação com zero, em 2006.

Os Democratas Suecos acabam de conquistar 6 por cento dos votos e entraram no parlamento pela primeira vez, com 20 cadeiras, juntando-se a partidos populares de direita na Noruega e na Dinamarca.

Geert Wilders, uma figura em ascensão na política holandesa, foi acusado de discurso de ódio por igualar o Islã ao Nazismo. Em junho, seu Partido da Liberdade deixou para trás o partido do governo, os Cristãos Democratas, que perderam metade de sua força no parlamento. "Mais segurança, menos crime, menos imigração, menos Islã - é isto que a Holanda escolheu," disse Wilders.

Na França, o presidente Nicolas Sarkozy - com um olho na Frente Nacional, de Jean-Marie Le Pen, e outro nas eleições de 2012 - rejeitando os gritos de "Nazismo" e "Vichyismo," está desmantelando os acampamentos de ciganos e e deportando os ciganos para a Romênia. Milão agora está seguindo o exemplo francês.

O que está acontecendo na Europa compartilha de uma tendência global.

Os russos combatem separatistas étnicos muçulmanos no Norte do Cáucaso. Setenta por cento dos americanos apoiam uma lei do Arizona para identificar e expulsar os aliens ilegais. Beijing enche as terras dos tibetanos e uighures com chineses hans. A Índia combate o separatismo nas províncias da Caxemira, Negalandia e Naxalita.

“As guerras entre nações deram lugar a guerras dentro das nações," disse Barack Obama no seu discurso do Prêmio Nobel.

O etno-nacionalismo partiu a União Soviética de Mikhail Gorbachev e a Iuguslávia de Tito em 22 nações separadas e agora está puxando as beiradas dos estados multi-etnicos. O globalismo está em retirada ante o tribalismo.

Mas a conscientização do establishment europeu acerca das raízes superficiais do multiculturalismo provavelmente vai se mostrar frustrante e inútil.

Com sua taxa de fertilidade abaixo da reposição há 40 anos, projetada para permanecer assim pelos próximos 40 anos, a Alemanha perderá 12 milhões de sua população de 82 milhões, em 2050. Sua idade média vai subir para 53 anos e 40 por cento de todos os alemães vão ter mais de 60 anos.

O problema da Alemanha é insolúvel. Ela está ficando sem alemães.

Entretanto, para seu estado de bem-estar social sobreviver e sua economia permanecer competitiva, a Alemanha vai precisar de milhões de novos trabalhadores.

De onde eles vão vir, senão do Terceiro Mundo? Porque nenhuma nação européia, fora a Islândia e a Albânia, tem uma taxa de nascimentos que não esteja abaixo do crescimento populacional zero há décadas.

Os Baby boomers europeus decidiram, nos anos 60 e 70 que queriam La Dolce Vita, não a amolação dos filhos. Eles tiveram a vida doce. Agora é hora de pagar a conta. E a conta é o fim de suas tribos e países como os conhecemos.

A Velha Europa está morrendo e os partidos nacionalistas e populistas, na expressão do poeta, estão simplesmente esbravejando "contra a morte do dia."

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