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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Derrota completa do PT

MÍDIA SEM MÁSCARA

O grande derrotado das eleições foi a pessoa de Luiz Inácio Lula da Silva. Seu suposto encanto eleitoral quebrou-se. O PT virou o partido dos grotões.

Praticamente encerradas as apurações dos votos das eleições de hoje (agora são 23:00 horas), já podemos apontar que houve uma completa derrota das forças governistas. A maior de todas foi deixar escapar a vitória no primeiro turno para a Presidência da República. O segundo turno é sempre uma eleição completamente diferente. No segundo turno todos os interesses estão cristalizados e aqueles que estão bem posicionados nos principais colégios eleitorais saem fortalecidos.
O PSDB ganhou os dois principais colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais. Não apenas fez os governadores no primeiro turno, como também elegeu três dos quatro senadores. Nesses dois estados a vitória foi total, esmagadora, e este desempenho poderá definir as eleições no segundo turno. Principalmente em Minas Gerais José Serra poderá ampliar, de forma considerável, sua base eleitoral.
Ainda não há clareza de como ficará a composição do Congresso Nacional, mas o governo teve frustrada a sua pretensão de ampliar sua base de apoio congressual. Essa é também uma das suas grandes derrotas, na hipótese de Dilma Rousseff vir a ser eleita presidenta.
Por que o PT perdeu? Porque no Brasil existe uma base considerável de pessoas conservadoras, que andavam dispersas e desinteressadas de política. Essa passividade foi superada pela ameaça de hegemonia petista, de caráter marxista-leninista. Por isso a bandeira do anti-aborto e anti casamento gay ganhou dimensão decisiva, a tal ponto de que bispos católicos, como Paulo Evaristo Arns, tradicionais apoiadores do PT, terem quebrado o silêncio em favor das oposições.
Da mesma forma, pastores protestantes falaram abertamente contra a candidata do governo por causa desses pontos. Dilma Rousseff não pode apagar o que está escrito no Plano Nacional dos Direitos Humanos e demais documentos programáticos do PT em favor dessas aberrações morais. Então ela vai para o segundo turno enfraquecida e não tem como recuperar esse eleitorado.
Muita gente votou em Marina Silva por não se achar representada por José Serra. É absolutamente importante que o candidato da oposição se componha com ela, mas penso que os eleitores não seguirão necessariamente a escolha da candidata, que tem sua história dentro do PT. Bem sabemos que, o que de fato pesa, são os interesses de cada agremiação. Não apenas com o PV de Marina, como também de todos os apoios disponíveis José Serra precisa se valer. Um presidente da República precisa espelhar a pluralidade política da sociedade. José Serra não pode se isolar, ele precisa ouvir todos os grupos, sobretudo lideranças exponenciais como Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Da mesma forma, é preciso estreitar os laços com os Democratas, que tiveram desempenho além do esperado nas eleições e são leais ao candidato.
José Serra precisa especialmente cultivar o volumoso voto conservador mobilizado para ele e para eleger Geraldo Alckmin em São Paulo. É um voto claramente anti-PT. Esse sentimento está espelhado especialmente nas regiões Sudeste e Sul, mas compreende as classes médias e as igrejas de um modo geral. Serra terá que fazer um discurso de centro-direita, se quiser ganhar as eleições.
O grande derrotado das eleições foi a pessoa de Luiz Inácio Lula da Silva. Seu suposto encanto eleitoral quebrou-se. Tem a rejeição dos conservadores e não tem qualquer penetração nos estados mais desenvolvidos da federação. Se ele tinha qualquer pretensão caudilhista, esta fugiu de suas mãos como água pelos dedos. Provou-se que o PT virou o partido dos grotões.
Em trinta dias saberemos quem será o vencedor. Penso que José Serra poderá ser consagrado presidente da República, se amalgamar as forças de oposição que precisam ver nele uma liderança confiável.
A nota desconcertantemente previsível foram os erros brutais dos institutos de pesquisa. Mais que erros, parece ter havido grande má fé e imperícia dos institutos. Se há alguém mais derrotado do que o presidente Lula são os institutos de pesquisa.

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