27/09/2010
Osmar José de Barros Ribeiro
Em menos de uma semana, na esperança de que não sejamos fraudados na nossa vontade pelas artes da informática, estaremos apertando os botões da urna eletrônica. O que surgirá delas? Prestidigitadores, saltimbancos, palhaços, domadores, equilibristas, ou pessoas sérias, devotadas à busca do bem comum acima dos seus interesses pessoais e/ou familiares? Difícil afirmar qualquer coisa. Vivemos um clima estranho.
Mesmo nos seus últimos dias, a campanha eleitoral corre morna e burocrática. Parece, queira Deus que eu esteja enganado, que os vencedores já foram, em boa parte, previamente consagrados pelas pesquisas eleitorais levadas a cabo por organizações sobre cujos procedimentos pairam suspeitas bem sérias.
Para a presidência da República, malgrado as graves acusações que pesam sobre a Casa Civil, dizem as más línguas que a favorita do sultão será eleita ainda no primeiro turno. A razão: seus adversários, alimentados tal qual ela pelo mesmo leite da subversão comunista, parecem estar brincando ao fazerem uma oposição de faz-de-conta, enquanto o sultão e seus vizires, tanto os ostensivos quanto os ocultos, partem para o vale-tudo mais despudorado na defesa do atual status quo.
No afã de deixar claro o seu domínio sobre a vida política nacional, o Poder Executivo, através seus prepostos, já anuncia a intenção de aumentar a bancada situacionista pela alteração da lei de fidelidade partidária. Seria a abertura de uma “janela” temporária através da qual os parlamentares desejosos de auferir das vantagens do situacionismo poderiam, sem o risco de perder seus mandatos, engrossar as hostes da linha auxiliar do governo, eufemisticamente chamada de “base aliada”.
No passado, pressões populares levaram à adoção de medidas reclamadas pelo mais elementar bom senso embora a última delas, a Lei da Ficha Limpa, venha encontrando, para a sua pronta adoção nas atuais eleições, resistências no Supremo Tribunal Federal.
Assim, embora seja difícil esperar que nossos “ínclitos” legisladores votem contra os seus nem sempre corretos interesses, alguma coisa tem que ser feita, pois, ao fim e ao cabo, a nossa vontade vem sendo sistematicamente ignorada por aqueles que deveriam nos representar.
Um cuidado a ter na próxima eleição será o de desobedecer ao “nosso guia” que deseja, sabe-se bem a razão, ter um Congresso obediente aos seus desejos de implantar um regime político bolivariano, no qual o Plano Nacional de Direitos Humanos-3 seria implementado a todo vapor. Assim, é de fundamental importância negar o nosso voto tanto aos candidatos petistas quanto aos da “base aliada”. Dar ao futuro presidente, principalmente se eleito o “poste de peruca”, maioria no Senado Federal será, tudo faz crer, o réquiem da democracia representativa no País.
Este artigo bem pode ser considerado uma “mensagem a Garcia”. No entanto, sabendo que a mensagem citada, malgrado as enormes dificuldades vencidas, foi entregue ao destinatário, esta não será uma missão impossível.
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