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terça-feira, 3 de agosto de 2010

São todos na melhor das hipóteses doentes mentais: Oferta de Lula é 'interferência' em assuntos internos, diz agência do Irã

ESTADÃO
03 de agosto de 2010 | 0h 00

Cavaleiro doTemplo: se meter em assuntos atômicos pode, não é interferência. Tentar salvar/ajudar uma mulher acusada de trair o marido é interferência. Até onde vai a demência e falsa incapacidade de apresentar  argumentos desta gentalha?

De acordo com serviço de notícias ultraconservador, proposta do presidente brasileiro foi recebida com frieza pela elite iraniana; Justiça do país estaria revendo o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que poderia morrer enforcada em vez de apedrejada.

Robert F. Worth, The New York Times - O Estado de S.Paulo



Indignação. 
Mulher protesta contra abuso de
direitos humanos diante da Embaixada no Irã em Londres
      

WASHINGTON

O establishment conservador do Irã parece ter reagido friamente a um apelo do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para permitir que a iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de adultério, obtenha asilo no Brasil e não seja morta por apedrejamento no país islâmico.
A reação ao apelo feito no fim de semana pelo presidente Lula pode criar uma distensão na relação cada vez mais cordial entre Irã e Brasil. O caso pode também reforçar o que os críticos do regime iraniano encaram como uma forma primitiva de justiça, particularmente repulsiva quando se trata de mulheres.
Embora nenhuma autoridade iraniana tenha comentado a oferta brasileira, a Jahan News, serviço de notícias ultraconservador do Irã, considerada uma agência que reflete fielmente o pensamento do governo, informou, no domingo, que o apelo de Lula era uma "clara interferência nos assuntos domésticos do Irã".
Ainda segundo a agência, a oferta brasileira foi feita "sob influência da mídia estrangeira". Sakineh, de 43 anos, pode não ser apedrejada porque o Judiciário iraniano ainda está examinando a sentença proferida por um tribunal de primeira instância. De acordo com a Jahan News, em vez disso, ela seria enforcada.
Sakineh foi acusada de ter uma "relação ilícita" com dois homens. Ela negou as acusações. O caso da iraniana chamou a atenção do mundo para a reputação do Irã com relação aos direitos humanos. O país é um dos poucos que aplicam a pena capital para casos de adultério.
No início, Lula havia rejeitado os pedidos de grupos de defesa dos direitos humanos para usar sua influência com o Irã e tentar impedir a execução de Sakineh. No entanto, ele mudou de ideia no fim de semana, durante uma viagem de campanha ao lado de sua candidata, Dilma Rousseff. "Se minha amizade e afeição pelo presidente do Irã são importantes e se essa mulher está causando problemas lá, nós a acolheremos aqui no Brasil", disse.
Os EUA apoiaram a iniciativa do presidente brasileiro. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, Washington espera que o apelo seja ouvido pelo governo do Irã.
Espionagem. "O apedrejamento, no século 21, é um ato de barbárie e deve ser extinto", afirmou Crowley. "O caso chamou a atenção da comunidade internacional. Diante do fato de o Brasil ter se envolvido e apresentado seu desejo de resolvê-lo, esperamos que o Irã o ouça."
Crowley acrescentou ainda que os EUA esperam a libertação dos três americanos presos há um ano no Irã, acusados de espionagem. Lula tentou mediar o caso, mas não obteve sucesso. "Gostaríamos de ver nossos excursionistas voltarem para casa", disse Crowley.

COLABOROU DENISE CHRISPIM MARIN

Para entender
A morte por apedrejamento foi oficializada no Código Penal do Irã em 1983, alguns anos após a Revolução Islâmica de 1979. Atualmente, 24 iranianos aguardam a execução por apedrejamento. De acordo com a norma, as mulheres são enterradas até o busto, enquanto homens atiram pedras pequenas para não matá-la de uma vez e prolongar seu sofrimento. Já os homens condenados são enterrados até a cintura, com os braços livres para que possam se defender. A lei islâmica prevê a morte por apedrejamento em casos de assassinato, estupro, assalto à mão armada, tráfico e adultério.

Um comentário:

  1. José de Araújo Madeiro3 de agosto de 2010 às 09:43

    CT,

    A relação entre um homem e uma mulher, quando formam um casal, deve ser baseada na afetividade e no companheirismo, numa relação perfeita de parceria.

    Onde o Estado jamais deve ter poder de interferência. E uma lei nesse sentido não tem a legitimidade necessária e assim será um lei morta, impossível de ser cumprida, por ser uma relação íntima e natural entre duas pessoas que se afinam e que convivem entre quatro paredes.

    Na questão do Irã é que muito complicada, visto o atraso cultural do seu povo, de uma sociedade machista e num misto de religião, política e poder totalitário, a guisa dos Aiatolás e suas leis islâmicas.

    Onde Lula se meteu, pensando fazer média e obter dividendos políticos pessoais, a nível internacional.

    Então e mais uma vez, O Lula pisou em campo minado, desnudando a sua diplomacia, que é, não só imprudente e primária, mas marcada pela praxe ideológica.

    Estão eles tendo a resposta que lhes cabe. Tumultuando conflitos, ao invés de conciliá-los, como confém à boa diplomacia.

    Mas na questão da mulher ser infiel, condenada à morte por apedrejamento, o Governo Lula, em nome do respeito aos direitos humanos, deve FORMALIZAR, através do Itamaraty, um pedido de sua extradição, ou de formas próprias para estrangeiros, para o Brasil e, aquí chegando, concedêr-lhe um Asilo Político, conforme às regras da Civilização.

    Mas não deve continuar dizendo impropérios pelos microfones dos palanques de campanha pelo Brasil afora, aproveitando de situações semelhantes para sua promoção própria e da sua candidata.

    Mas que homem ¨inteligente¨ é esse tal do Lula?!

    Att. Madeiro

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