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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

‘Outra ficção’. Foi assim que o desgovernador Paulo Hartung (PMDB/ES - coligadão com o PT, os amigos das FARC) classificou as denúncias de violações levadas à ONU

SÉCULO DIÁRIO

Cavaleiro: este aí do centro, rindo, é o desgovernador do PMDB, amigaço do PT, amigaço das FARC .


José Rabelo 
Foto capa: Amafavv/Jose Rabelo/Sya Fonseca 


A semana entrou com uma declaração do governador Paulo Hartung pra lá de polêmica. Hartung declarou que a denúncia de violações dos direitos humanos - torturas, esquartejamentos e outras barbaridades praticadas dentro do sistema prisional capixaba -, levada à Organização das Nações Unidas (ONU), é “outra ficção”. O governador soltou o despautério durante entrevista exclusiva ao jornal A Tribuna (31/07), após ser questionado se o episódio que ganhou repercussão mundial havia afetado a sua imagem.
Ao fazer a descomedida declaração, o governador insinuou que o dossiê apresentado à comunidade internacional, em março deste ano, pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) e pelas ONGs Conectas e Justiça Global, não passa de um relatório secundário de pouca (ou nenhuma) importância.

Paulo Hartung ignorou todo o trabalho que vem sendo feito pelos militantes dos direitos humanos no Estado, que reuniram um conjunto de provas materiais inequívocas (inclusive com farto acervo fotográfico) sobre os crimes humanitários praticados dentro do sistema prisional do Espírito Santo. Não só isso. Ao desqualificar denúncias tão graves, o governador rasgou em pedacinhos a Constituição Federal e os tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. Mais que isso, a declaração foi um afronte impiedoso às mães, às esposas e aos filhos de diversos detentos que foram cruelmente assassinados dentro dos presídios do Estado ou que deixaram as “masmorras” amparados por muletas e cadeiras de rodas. Homens que vão carregar para os restos de suas vidas as sequelas desse brutal sistema.
“Outra ficção?”
Após tomar conhecimento da declaração do governador, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos (CEDH), Bruno Alves de Souza, que foi o porta-voz dos movimentos sociais na ONU, afirmou que não estava surpreso e não iria perder o seu tempo para responder ao governador. “Se as celas metálicas, as torturas e os esquartejamentos de detentos são ficção, sinceramente, não sei mais o que é violação dos direitos humanos.”, questionou.

Considerando Hartung página virada, Bruno Alves procurou os três candidatos ao governo do Estado mais bem colocados nas pesquisas eleitorais – Renato Casagrande (PSB), Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e Brice Bragato (Psol) – para assinar um pacto sobre os direitos humanos.

A ideia do documento, explica, é assegurar um compromisso com os candidatos em torno dos direitos humanos. Ele disse, porém, que apenas a candidata Brice Bragato aceitou o pacto proposto pelo Conselho na íntegra. Luiz Paulo e Casagrande aceitaram o pacto com ressalvas. “Se o próximo governador ou governadora quer fazer a diferença, precisa se comprometer em promover mudanças nos sistemas de segurança e justiça, que estão imbricados. Nesse tema, não dá para insistir em querer fazer mais do mesmo”, advertiu.

Íntegra aqui.

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