5 DE AGOSTO DE 2010
Capa da revista The Economist desta semana: Ovo no ninho ou ovo de serpente? O banco de desenvolvimento brasileiro
Seria o BNDES o Leviatã do mercado brasileiro? A analogia criada pelo filósofo Thomas Hobbes, de que o Estado desempenharia o papel de Leviatã, o monstro mitológico, foi usada pela edição desta semana da revista britânica The Economist para descrever a onda mundial de aumento da atuação do poder público na economia.
Enquanto o Leviatã de Hobbes seria um homem ou um conselho de homens com o papel de zelar pelo direito à vida de cada cidadão, e, para isso, teria poder total sobre eles, o Leviatã da Economist representaria o avanço abusivo do Estado no setor privado, na opinião do hebdomadário. Por Sílvio Guedes Crespo
A capa da publicação resume bem essa tese: “Leviatã Inc. – O Estado de volta nos negócios”. Entre reportagens que mostram o aumento da participação estatal na economia “do mundo rico”, aparece uma sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil.
A revista aponta que no mundo desenvolvido o Estado apareceu com força, durante a crise financeira internacional, comprando participações em empresas à beira da falência. No Brasil, diferentemente, a participação do setor público dá-se de outra forma: o BNDES espera financiar neste ano 40% de todo o investimento brasileiro em infraestrutura.
A reportagem diz que o BNDES, segundo críticos, está por trás da “criação de campeões nacionais”, referindo-se a empresas como os frigoríficos JBS e Marfrig, que receberam cerca de R$ 18 bilhões e com o dinheiro fizeram uma “farra de aquisições por aí”, incluindo a compra de empresas norte-americanas de fornecimento de alimentos.
É um “carnaval de crédito”, nas palavras da revista. Em gráfico, a publicação mostra que os desembolsos do BNDES saíram de cerca de R$ 20 bilhões em 1997 para quase R$ 140 bilhões em 2009. Estadão
As reportagens estão no site da Economist (em inglês, para assinantes):
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