Leandro Colon/AE - 27/8/2010 - 12h37
BRASÍLIA - O corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D`ávila, informou hoje que a Receita identificou o esquema de compra e venda de informações fiscais envolvendo a violação de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e outras pessoas ligadas ao comando do partido. Segundo ele, o esquema envolvia pagamento de propina e encomenda externa. "Há indícios de que há um esquema. Foi identificado um esquema de compra e venda", afirmou o corregedor, em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda.
Na próxima segunda-feira, 30, a corregedoria encaminhará duas representações para o Ministério Público contra os servidores envolvidos no esquema de quebra do sigilo fiscal. Segundo ele, as informações levantadas até agora já dão indícios suficientes sobre o envolvimento dos servidores.
As duas representações serão contra as servidoras da Receita Adeildda Ferreira Leão dos Santos e Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva. Segundo d''Ávila, há indícios do envolvimento das duas servidoras e, por isso, elas serão indiciadas com base na Lei 8.112, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais.
Adeildda e Antonia estão lotadas na delegacia da Receita Federal em Mauá, no ABC paulista, local já identificado como o de origem da violação dos dados fiscais das pessoas ligadas ao PSDB. Segundo as investigações, o computador de Adeildda foi o utilizado para abrir e imprimir dados sigilosos das declarações de renda. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que, em 27 de julho, a servidora depôs no inquérito da corregedoria e afirmou que estava fora no período em que as declarações foram consultadas.
A senha utilizada para acessar os dados foram de outra servidora, Antonia Aparecida, que teria repassado a senha para uma colega. Em depoimento, Antonia também nega envolvimento ao episódio.
O secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e o corregedor geral, Antônio Carlos Costa d''Ávila, descartaram qualquer interesse político por parte de Adeildda e Antonia, na quebra ilegal dos sigilos fiscais. Apesar de acusá-las no envolvimento de um suposto esquema de venda de dados fiscais e afirmar que vai indiciá-las por isso, o comando da Receita disse que não há conotação política na atuação delas. "Não identificamos qualquer ilação político-partidária", afirmou o corregedor. Cartaxo reforçou o discurso: "Não acredito que tenha havido algo de natureza político-partidária. Essa informação foi vazada a partir de um pedido externo de quem o tenha formulado", disse.
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo desta sexta-feira, 27, revela que a análise das 450 páginas da sindicância da Receita Federal sobre a violação de sigilo de Eduardo Jorge mostra que o órgão estava, até então, poupando os servidores suspeitos de envolvimento no caso.
A democracia está em estado terminal
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=_W0l5tWr4RY
Na verdade, se a Receita fosse investigar as mutretas desse pessoal da era FHC, milhares estariam na prisão. Não deu tempo vender o Brasil para os amigos, mas o baque foi feio. Isso foi!
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