ALERTA EM REDE
Editoria
Rio, 29/jun/10 (Alerta em Rede) - “O Greenpeace, desde seu início, definiu que só receberia dinheiro de doadores individuais, como faz até hoje. Essa decisão fechou nosso acesso a um volume considerável de fontes de financiamento. Por outro lado, lançou os alicerces para um tipo de atuação completamente independente, que até hoje é admirada e reforça o nosso comprometimento com a busca de um futuro melhor para a sociedade.” (Site do Greenpeace, acessado a 27 de junho de 2010).
O Greenpeace é uma organização independente, que recusa o financiamento de grandes empresas e sobrevive graças às colaborações individuais de milhões de simpatizantes de todo o mundo. Certo? Errado. Por detrás da nobre retórica, há uma realidade tão putrefata como as reais intenções de tais organizações: as linhas de financiamento de fundações privadas do Establishment anglo-americano, como a Rockefeller, Charles Stewart Mott, Turner e MacArthur. De fato, o volume de captação do Greenpeace proveniente dessas fundações tem sido constante.
No rastro do ensurdecedor silêncio do Greenpeace e caterva em relação à tragédia ambiental no Golfo do México, proporcionada pela negligência de uma das maiores empresas do setor petrolífero mundial, a BP, vieram à tona as ligações do aparato ambientalista com a empresa britânica e, não menos, as do Greenpeace com aquelas instituições do Establishment.
Segundo informações divulgadas pelo Projeto Activist Cash, criado pelo Center for Consumer Freedom (importante associação de consumidores estadunidenses), a “tropa de choque verde” tem recebido, de forma constante, verbas de instituições de fachada de grandes empresas transnacionais – inclusive do setor petrolífero (Libertad Digital, 5 de maio).
O blog Desde El Exílio aprofundou a investigação, e apresentou uma relação de contribuições ao Greenpeace-EUA, por entidade. O rastreamento de tais informações foi realizado através da análise das declarações de impostos das suas fachadas para captação de recursos nos EUA: Greenpeace Foundation, Greenpeace Fund Inc., Greenpeace Inc. e Greenpeace Vision Inc. A legislação americana obriga as ONGs a apresentarem, anualmente, uma declaração discriminando rendas e despesas, publicados em documentos oficiais conhecidos como IRS Form 990 (Return of Organization Exempt From Income Tax).
Assim, revelou-se, por exemplo, que de 2001 a 2008, o poderoso Rockefeller Brothers Fund doou ao Greenpeace U$ 1.150.000.
A Charles Stewart Mott Foundation, cujo fundador foi o pai de um dos maiores grupos industriais automobilísticos do mundo, a General Motors – GM, também figura na lista de financiadoras do Greenpeace-EUA, com 199 mil dólares, entre 2002 e 2008.
Um dos maiores impérios de comunicação do mundo, de propriedade de Ted Turner, figura na lista de apoiadores do Greenpeace, representado pela Turner Foundation. A fundação de Turner, fundador e acionista majoritário de empresas como a CNN, TNT, AOL Time Warner, doou 450 mil dólares à ONG, entre 1999 e 2001.
Outra revelação interessante é a contribuição financeira da MacArthur Foundation ao Greenpeace. Criada em 1970, a fundação tem um histórico de atuação que visa a imposição do intervencionismo ambientalista em países subdesenvolvidos. Entre 1997 e 2002, ela doou ao Greenpeace US$ 841.365. Outras contribuições muito expressivas foram: US$ 32.814.450 à Conservation International, entre 1992 e 2001; US$ 8.741.000 ao WWF, entre 1992-2003; US$ 870.000 à Friends of the Earth.
Estas informações podem se restringir ao Greenpeace-EUA, mas se relacionam diretamente com a rede mundial do ambientalismo, uma vez que o escritório estadunidense da “multinacional verde” é um dos poucos superavitários, realocando parte dos seus recursos para os deficitários – dentre os quais, o escritório brasileiro.
Uma vez mais, se comprovam as denúncias de investigadores sérios de todo o mundo, que este Alerta tem divulgado constantemente, quanto ao atrelamento visceral do ambientalismo internacional com o Establishment anglo-americano, do qual deriva a sua agenda antidesenvolvimentista e pró-status quo das relações de poder econômico e político no mundo.
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