QUINTA-FEIRA, 29 DE JULHO DE 2010
Por Arlindo Montenegro
Acabo de receber uma mensagem com um monte de endereços de gente importante. Já apaguei tudo, antes de repassar. Recomendo que façam isto sempre pra evitar sacanagem e pirataria com os outros. A mensagem dizia de outro monte de atos governamentais, expondo a trabalheira dos representantes que elegemos (in)voluntariamente, para decidir o que fazer com os impostos que pagamos, isto é para gerenciar as melhorias do espaço Brasil.
Primeiro fiquei pensando quando custa uma lei, destas que brotam da mente torpe de um representante e vai para o sistema, anda por comissões diversas, até chegar às mãos do maioral que chancela e sacramenta. Quanto soma em Reais, ou Dólares, a energia dispendida, comunicações, almoços, jantares, serviços, gráfica, carimbos, tinta, até que uma lei ordinária passe da "ideotice" à vigência desconhecida?
Hoje soube que temos leis instituindo algumas curiosas "efemérides nacionais". Efeméride significa a comemoração de um acontecimento "legal", auspicioso, de bom augúrio – não confundir com agouro. Mas vamos abrir os olhos, porque desconfio que estão "efemeridando" com gastos públicos, sancionando leis que obrigam a nação a "efemeridar" dias, que cada grupo já comemora a seu gosto particular.
Os queridos representantes estão gastando tempo e recursos para legislar sobre o "dia da baiana do acarajé", "dia do DeMolay", "dia nacional da câmara junior", "dia da capital simbólica do Brasil" (esta Lei é para Olinda, Pernambuco, um dia por ano e outro dia a cada 50 anos). Também temos a lei que consagra Apucarana no Paraná, como "a capital nacional do boné".
Agora, "Dia Nacional do Combate e Prevenção ao Escalpelamento"??? Deve ser coisa proposta por alguma ong sioux! Só pode! Sei que alguns aborígenes brasileiros cometem infanticídio... mas escalpelamento? Bom, estas Leis correspondem a gastos menores dos impostos que pagamos para que o estado funcione prazeirosamente.
Os gastos mais salgados, devidamente legalizados por nossos representantes, convictos do bom governo socialista estão na caridade internacional, no perdão de dívidas, nas doações voluntárias, sendo a mais recente para um grupo terrorista que quer eliminar Israel do mapa. O texto do decreto informa:
"Lei Nº 12.292, DE 20 DE JULHO DE 2010. O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a doar recursos à Autoridade Nacional Palestina, em apoio à economia palestina para a reconstrução de Gaza, no valor de até R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais). \ Parágrafo único. A doação será efetivada mediante termo firmado pelo Poder Executivo, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, e correrá à conta de dotações orçamentárias daquela Pasta. \ Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. \ Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República. Luiz Inácio Lula da Silva."
Há um outro, dentre os pouco conhecidos, alguns secretos, que cria a Embaixada Brasileira em Tuvalu. É datado de 2 de Junho de 2010 e leva o número 7.197. Os dissidentes deste governo socialista, metendo o bedelho onde não lhes compete, foram ver onde fica o Tuvalu, prá saber se era mesmo importante gastar o dinheiro dos impostos que impõem aos brasileiros para manter a tripa forra, viver a vida sem respeitar ninguém, ser insolente e ficar por isto mesmo.
O Tuvalu é um minúsculo arquipélago de corais no Pacífico. Quem manda lá é a rainha da Inglaterra, que nomeia um Governador Geral. O governo é monárquico, com um Primeiro Ministro que manda politicamente, gerencia a economia e controla a miserável população de 12 mil e poucos habitantes.
Qual o interesse do Brasil no Tuvalu? Lá não existe televisão prá vender novelas. Mas o país tem direito de domínio na internet e vendeu para uma empresa multinacional, dobrando com isto o Produto Interno Bruto, que nem assim chega a 15 milhões de dólares anuais. A população se ocupa na produção de copra, noz de coco desidratada e fibras de pândano, vegetação abundante. São os dois produtos de exportação.
Sem dúvida, para cumprir acordos com a rainha da Inglaterra, é importante para o Brasil importar o coco desidratado e as fibras prá fazer artesanato: chapéus, esteirinhas, estofados, sei lá! Importante também é saber que em Funafuti, capital do Tuvalu, estão os escritórios de um paraíso fiscal, que esconde grana de muita gente chique. Estes ingleses!
O Brasil já marca presença no Tuvalú. Não sei se a Onu já chegou por lá. Abaixo a imagem da capital, Funafuti, vendo-se a pista do único aeroporto.
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