23, junho, 2010
Nilo Fujimoto
Há na Europa museus de arte popular tradicional. Apresentam objetos de artesanato interessantes, pitorescos, magníficos, que o povo inventa e que depois se imobilizam como uma tradição porque o povo encontrou a própria expressão de sua alma naquilo que produziu e passa séculos utilizando tais objetos.
Exprime esta tendência o que em alemão se diria drang nach oben – pressão, esforço para cima. Esta seria uma tendência da sociedade inteira.
E enquanto no castelo se estariam fazendo móveis cada vez melhores e vivendo uma vida cada vez mais bonita, a casa do trabalhador manual seria cada vez mais curiosa, mais interessante, mais artística.
O drang nach oben é o contrário do miserabilismo e representa precisamente esta tendência de subir, subir, subir. Se as almas sobem, secundariamente também os estômagos ficam mais normais, mais saudáveis, e as pessoas comem mais, bebem mais, falam mais, nasce a canção popular, nasce a dança popular tão pura, tão casta, nasce toda uma vida que é toda ela concebida e nascida do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos ensinamentos da Igreja.
Trata-se do contrário da sociedade miserabilista. Também não é a sociedade de consumo1. Essa sociedade não-de-consumo é um fenômeno de alma e se poderia chamar sociedade de ideal, sociedade de fé, ou – melhor ainda – Cristandade.
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Em seu “Auto-retrato filosófico” Plinio Corrêa de Oliveira afirmou: “Não pretendo ser apenas um defensor do passado, mas um colaborador – com outras forças vivas – para influir no presente e preparar o futuro. Estou certo de que os princípios a que consagrei minha vida são hoje mais atuais do que nunca e apontam o caminho que o mundo seguirá nos próximos séculos.”2
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Em seu “Auto-retrato filosófico” Plinio Corrêa de Oliveira afirmou: “Não pretendo ser apenas um defensor do passado, mas um colaborador – com outras forças vivas – para influir no presente e preparar o futuro. Estou certo de que os princípios a que consagrei minha vida são hoje mais atuais do que nunca e apontam o caminho que o mundo seguirá nos próximos séculos.”2
É preciso sacralizar a ordem temporal3
Perguntar se a ordem temporal tem algum papel para a salvação equivale a perguntar se toda aquela obra que Deus fez em sete dias interessa à salvação!
Perguntar se a ordem temporal tem algum papel para a salvação equivale a perguntar se toda aquela obra que Deus fez em sete dias interessa à salvação!
A ordem temporal é uma criatura de Deus e tem de dar mais glória a Deus que a lua e as estrelas.
Por certo, à Igreja pertencem os meios próprios para promover a salvação das almas. Mas a sociedade e o Estado têm meios instrumentais para o mesmo fim, isto é, meios que, movidos por um agente mais alto, produzem efeito superior a si mesmos.
Por certo, à Igreja pertencem os meios próprios para promover a salvação das almas. Mas a sociedade e o Estado têm meios instrumentais para o mesmo fim, isto é, meios que, movidos por um agente mais alto, produzem efeito superior a si mesmos.
Tudo isso é o oposto da sociedade que o PNDH-3 quer modelar.
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Notas
1 Por miserabilismo se entende aqui a concepção errônea em moda em certos meios, segundo a qual a miséria é um bem, convém viver em condições paupérrimas e toda forma de progresso é um mal
Notas
1 Por miserabilismo se entende aqui a concepção errônea em moda em certos meios, segundo a qual a miséria é um bem, convém viver em condições paupérrimas e toda forma de progresso é um mal
2 Numa versão inicial em 1976, a pedido do Pe. Stanislas Ladusäns S.J. Tal documento foi elaborado para ser incluído na Enciclopédia do Pensamento Filosófico Brasileiro, em vários volumes, que esse sacerdote jesuíta pretendia publicar. Em 1989, o mesmo Pe. Ladusäns solicitou a Plinio Corrêa de Oliveira atualizar seu “auto-retrato filosófico”.
3 É o que Pio XII denominava “consecratio mundi”, isto é, a sacralização do mundo (cfr. Alocução aos participantes do II Congresso Mundial para o apostolado dos Leigos, 5-10-1957, Documentos Pontifícios, no. 127, Vozes, Petrópolis, p. 18 – discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, Tipografia Poliglotta Vaticana, vol. XIX, p. 459). Ver, a respeito, de Plínio Corrêa de Oliveira, “A Réplica da Autenticidade”, Ed. Vera Cruz, São Paulo, 1985, p. 218.
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