Mary O'Grady
Tradução: A. Montenegro
Tradução: A. Montenegro
Os colombianos se alegraram na semana passada, com a notícia do resgate feito pelo exército, de quatro reféns, incluindo um general da polícia, que permaneceu em cativeiro na selva, sequestrado pela Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O acontecimento, a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, foi positivo para o candidato do Partido da U, Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa do presidente Alvaro Uribe. Durante a administração de Santos como ministro entre 2006 e 2009, o exército colombiano conquistou várias vitórias decisivas contra as FARC. Esses eventos foram cruciais para um país que, há apenas uma década atrás era considerado quase em estado de falência. As pesquisas já mostravam que Santos venceria o opositor Antanas Mockus, do Partido Verde.
O sucesso da Operação Camaleão, como foi apelidado o plano de resgate, tem um profundo significado além dos resultados eleitorais. Causa um grave prejuízo para a campanha de propaganda global das FARC contra o exército colombiano e revela a crueldade dos terroristas. O que é relatado nesta versão espectacular, também fere os líderes do Partido Democrata em Washington, que simpatizavam com a posição das FARC.
Quando os homens liberados apareceram diante das câmeras de televisão, ainda traziam as correntes que as FARC usavam para amarrá-los em árvores à noite, penduradas no pescoço. Estas correntes são um símbolo da crueldade contra os reféns. Em 2008, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, reuniu-se em seu escritório, nas dependências do Congresso dos EUA, com a maior aliada das FARC na política colombiana, a senadora Piedad Cordoba. Além de reunir-se com a política favorita dos terroristas, Pelosi demonstrou má vontade em relação ao governo da Colômbia, bloqueando a aprovação do livre comércio entre os dois países.
O discurso das FARC é forjado na afirmação de que o governo civil, que supervisiona o Exército, mostra um flagrante desrespeito aos direitos humanos. Os inúmeros assassinatos de sindicalistas nos últimos anos, supostamente provariam isso. Não importa que, tradicionalmente na Colômbia, os grandes sindicatos do setor público, compartilhem a ideologia revolucionária das FARC, o que os situa ao lado da violência política do país. Por outro lado, grupos de auto-defesa pegaram em armas. Os simpatizantes das FARC ignoram o fato que, com o fortalecimento e profissionalização do exército, sob o governo Uribe, com a ajuda EUA, o número de assassinatos de sindicalistas caiu drasticamente.
O resgate, no departamento de Guaviare no sudeste do país é um bom exemplo da capacidade do exército colombiano. Era necessário localizar a base onde os quatro reféns estavam presos, estudar detalhadamente a movimentação diária dos terroristas e implementar um plano com garantia do elemento surpresa. O comando de elite usou uma combinação de inteligência, estratégia militar e coragem para abrir caminho através da selva e dar o golpe no momento preciso. As testemunhas relatam que houve um tiroteio para cobrir os reféns que fugiam. Este não é um trabalho para bandidos.
Como em qualquer exército na Colômbia existiram casos de abuso, cometidos por soldados. Um escândalo em 2009 envolveu diversos oficiais subalternos que levavam jovens bandidos para a selva, onde os matavam e vestiam os corpos como guerrilheiros e apresentar aos superiores como mortos em combate, para ganhar prestígio na unidade militar. As autoridades colombianas denominaram aquelas mortes como "falsos positivos" e os meios de comunicação sensacionalista destacaram os casos fartamente. No entanto, não há provas da anuência de líderes do exército ou institucionalização do procedimento. Nem se sabe quantos foram os "falsos positivos".
A prática na Colômbia é pagar uma indenização máxima de 400 mil dólares para as famílias das vítimas dos abusos do Estado. Isto gerou um frenesi entre os advogados das ONGs de esquerda, porque na prática, não há conseqüências por mentir sob juramento sobre "falsos positivos". É difícil encontrar a verdade.
Em 2005, eu visitei o campo de treinamento militar Tolemaida. A experiência fez aumentar meu apreço pela disciplina e coragem militar. Meus anfitriões me me persuadiram a me atirar de cabeça de uma torre de 14 metros de altura utilizada para ensinar as forças especiais a saltar de um helicóptero sobre a floresta pendurados por uma corda.Gostaria de me dedicar a isso.
Visitei também a escola de formação de direitos humanos do exército.Alí conheci um americano que estava treinando com os colombianos.Ele mencionou os requisitos rigorosos que os militares aprendiam para proteger os civis no conflito."Senhora", disse ele, "os americanos não gastam uma noite rastejando através da selva para surpreender o inimigo na madrugada. Mas isso é isto que esses caras fazem", Formação na Colômbia, explicou "é um verdadeiro teste para meu estômago."
A operação da semana passada exigiu profissionalismo, coragem e um maior respeito pela vida humana.E foi mais um exemplo do erro dos democratas em bloquear o acordo de livre comércio com a Colômbia.
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