VIVERDENOVO
SEGUNDA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 2010
Por Arlindo Montenegro
O Código de Hamurabi, de 1972 a.C., reflete a preocupação do rei em garantir aos homens igual direito à justiça. Assim, o médico que em sua prática cegasse o paciente, deveria ter extraído o próprio olho. Lei do talião: “ôlho por olho”. Aquelas leis eram severas e estavam gravadas em pedras e espalhadas por toda a cidade, pra ninguém dizer que “não sabia”.
Se alguém enganar o outro, será condenado à morte! Se difamar e não provar, idem.
Se uma pessoa roubar ou receber o produto do roubo, será condenada à morte;
Se uma pessoa sequestrar o filho menor de outra, será condenada à morte.
Quem arrombar uma casa, será condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e enterrado ali. E vai por aí.
A historia das sandices humanas está descrita nos vários códigos conhecidos, todos voltados para arrumar o comportamento para uma vida estável em sociedade. Matar, furtar, tomar a mulher do outro, respeitar os pais, calúnia, injúria e difamação estão presentes em todas as eras e mas recentemente, entre nós, leis exponenciais como o decreto de luto oficial pelo bode que morreu ou aprovação de verba para a construção de uma pista de pouso para discos voadores.
E a à Declaração dos Direitos Humanos? Contraposição aos desumanos comportamentos universais. Mas nenhum estado, rei, presidente, conseguiu garantir integralmente o direito a vida, a liberdade e a segurança pessoal. A proteção das leis atende a uns poucos privilegiados e a realidade é a servidão total das pessoas a serviço das minorias que controlam o estado.
As prisões arbitrárias, torturas e exílio e os julgamentos secretos e as execuções sumárias continuam sendo praticadas por “revolucionários”, que se dizem libertadores. Os cristãos e outras religiões continuam sofrendo perseguição, prisão e os cultos proibidos em público. A propriedade perde a proteção, tanto quanto a liberdade de expressão. A informação é deturpada e limitada e os trabalhadores são obrigados a pagar para manter estados cada vez mais insolentes.
As pessoas almejam as “condições justas e favoráveis”, que continuam, parcialmente, no papel do direito “ assegurado pelo Art. XXV: “ um padrão de vida capaz de assegurar (ao trabalhador) e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.”
No caso das crianças, nem é bom falar. É vergonhoso! Principalmente quando a referência é à instrução. Os pais não apitam nada! O estado avança em todas as áreas para formar os dependentes mentais da autoridade que controla a todos, mental e fisicamente.
Há muita coisa que a gente não aprende mais na escola: nada sobre o senso crítico, nem como desenvolver a capacidade de resistir às cores, sons e palavras hipnóticas, escolhidas, para fazer da doutrinação ideológica uma crença, uma “opinião” que parece própria.
Já é impossível provar que, apenas seguir os velhos e esquecidos mandamentos da Lei mosaica, seria suficiente para que os comportamentos, que permeiam as relações entre as pessoas em sociedade, fossem mais humanos, em obediência e veneração ao que transcende, ao que está acima de qualquer homem-estado, incapaz de alcançar o respeito e a colaboração do gênero que se proclama humano!
Hoje estou de bem comigo mesmo. Sem culpa por sentir nojo, desprezo e medo de uma realidade indesejada. Sem culpa de ser quem sou – amado ou odiado - pela impossibilidade de ser quem um dia imaginei viria a ser: bondoso, reto e justo como um santo. Guardo uma gratidão inabalável pelos antepassados, que me ensinaram a prezar a liberdade, asas para voar que nem passarinho de muitas gaiolas mentais e materiais.
Foi na prática e amparado por lições de grandes pensadores, que percebi o natural caminho da natureza a que pertenço, em busca do sol, do alimento e da sobrevivência. E pela vida afora admirei e colecionei exemplos de virtude para errar muito, sempre que agi “pesando com o coração”, muitas vezes sem refletir. Também descartei outros tantos exemplos de vício e sordidez.
O que mais se fixou como valor foi a família e a amizade, valores perdidos, esquecidos, espezinhados pela manada cega que, por conveniência aguarda a esmola dos trampolineiros políticos. Fixou-se também a oposição encarniçada dos que perderam a fé em si mesmos, contra os valores da civilização, firmados à custa de tanto sangue regando a terra. Fixou-se a observância aos “10 Mandamentos”. Hoje é impossível o respeito aos próceres de um estado que não respeita a ninguém.
Ouvi falar de um sujeito que embolou e embotou a mente das gentes, construindo uma teoria para que o estado distribuísse “a cada um segundo seu trabalho” e depois de muito juntar, “a cada um segundo sua necessidade”. Será possível? Um dia duvidei. E hoje estou convicto do jogo bêbado de palavras, que enganaram e ainda enganam tanta gente envolvida num gigantesco jogo, um quebra cabeças com regras que uns poucos conhecem e mudam a seu bel prazer, em proveito próprio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá internauta
O blog Cavaleiro do Templo não é de forma algum um espaço democrático no sentido que se entende hoje em dia, qual seja, cada um faz o que quiser. É antes de tudo meu "diário aberto", que todos podem ler e os de bem podem participar.
Espero contribuições, perguntas, críticas e colocações sinceras e de boa fé. Do contrário, excluo.
Grande abraço
Cavaleiro do Templo