ViVerdeNovo
TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2010
Por Arlindo Montenegro
"A que extremos impeles os humanos fome de ouro sacrílega e rapace!"
(DANTE, inferno 42)
Vivemos num país onde todos trabalham e têm remuneração digna (a cada um segundo seu trabalho, habilidade, competência, mérito), onde todos comem, ninguém passa fome (a cada um segundo sua necessidade: cesta básica ou restaurantes com maitres de la haute cuisine, cordon bleu), onde todos estudam (dentro dos estritos parâmetros indicados pelo Estado – Ministério da (in)Cultura, ha vinte anos conformando analfabetos funcionais em série. Comungamos os ideais da Rússia e da China!
A saúde então é um primor! E a economia vai bem, muito bem mesmo, em sintonia fina com as diretrizes emanadas da cúpula de banqueiros mundiais, com uma prodigalidade de associações com mega empresas que controlam o turismo, investem em construção civil, obras do governo, exploração de petróleo, manutenção de florestas, rios, transporte, telefonia, segurança... tudo bem cuidado, top de linha, com assessoria do greenpeace, wwf e outras ongs que ensinam como deixar como está, pra ver como vai ficar.
Os amigos e seus negócios enriquecedores, querem manter-se "por cima da carne seca". E para tanto calam – quando não eliminam – quem quer que tente barrar sua marcha para o poder total...absoluto? Mundial? Universal? Putim deve saber. O modelo da Rússia pós império soviético, situou os velhos agentes na função de "empresários", monopolistas que se favorecem a serviço do aparato do estado russo liderado por Putin.
Putim declarou que o colapso da União soviética foi “a maior catástrofe geopolítica do século” e vai colecionando a suspeição de crimes, que podem nunca vir a ser esclarecidos: o assassinato de um dissidente, vitimado com um veneno letal na Inglaterra, o assassinato do Presidente da Ucrania (quando se preparava o julgamento dos crimes do comunismo, o genocídio de 1932-1933) e a recente extinção da elite política e intelectual da Polônia num desastre de aviação cercado de segredos e imediata controle das informações por agentes russos. Detalhes neste vídeo:
Os movimentos da Russia-KGB-Putin no tabuleiro do xadrês político indicam o propósito de restaurar as fronteiras da União Soviética, com a devolução do poder, como já fizeram na Ucrania, aos comunistas, que legislam aceleradamente para reeditar a dependêcia política ao estado russo. Na Lituania, observa-se um processo idêntico. Na Polônia que se organizava com independência financeira da União Européia e do FMI, a tragédia recente pode implicar na volta dos comunistas ao poder.
Na América do Sul as portas estão abertas para os militares soviéticos na Venezuela com manobras navais conjuntas e rearmamento pesado e na Bolívia, com a venda de armas, tanques, helicópteros e a construção de um aeroporto no altiplano boliviano. No Brasil estão presentes em Alcântara, no Maranhão, onde o projeto da estação de lançamento de foguetes e satélites foi destruído numa explosão até hoje não explicada devidamente.
A KGB continua executando a estratégia da internacional comunista, presente em todo o planeta, praticando sistematicamente a subversão com a anuência das nações europeias e associação com a economia capitalista das mega empresas. Os valores e princípios democráticos, os sonhos de liberdade estão sendo aos poucos substituídos por um desenho de "responsabilidade do estado", no modelo estratégico soviético, anulando as iniciativas e responsabilidades individuais.
Uma visão resumida deste modelo subversivo pode ser vista na palestra em vídeo de uma autoridade pouco conhecida entre nós:
Utilizando intelectuais do mundo inteiro, formados pelo Instituto Tavistock, nos moldes do socialismo da Escola de Frankfurt, a KGB e os controladores da riqueza internacional, criaram centenas de teorias e doutrinas para todos os gostos. Para induzir o primado do coletivo sobre o individualismo humanista. O que fundamentava o sonho democrático, a defesa dos direitos individuais, está quase apagado da memória ocidental.
O ocidente recusa-se até hoje a declarar que o comunismo está ativo. As nossas escolas exaltam, em vez de denunciar os crimes e o fracasso das ideias marxistas. Poucos sabem da existência do "Livro Negro do Comunismo", obra escrita por comunistas franceses, para impedir a "exploração dos capitalistas" sobre a informações abertas pelo Kremlin depois da queda do muro de Berlim.
Como lembra L. Dufaur, aquele livro "carateriza o comunismo como intrinsecamente criminoso, genocida, muito mais nocivo à humanidade que o nazismo ou qualquer totalitarismo do século XX, enquadrando-o no gênero de crime contra a humanidade. Teses que deixam em maus lençóis as esquerdas, inspiradas, todas elas, no mesmo sonho igualitário."
Putim age como dono da Rússia depois de passar o poder a um presidente títere. Quem se atrever a denunciar a corrupção, pode ser vítima do veneno ou de bala, como a jornalista Ana Politkovskaya, assassinada por agentes do governo dentro de um elevador. E por aqui nem se sabe que nos últimos anos foram fechadas dezenas de jornais de oposição na Rússia, foram presos 47 jornalistas e censuradas outras dezenas de editoriais que criticavam o regime. Norma conhecida e aplicada por todos os partidos “irmãos”.
Quando se fragmentou o império da União Soviética, centenas de intelectuais russos, muitos que estavam exilados na Europa e EUA, juntaram-se para influir nos destinos da pátria. Mas foram afastados bruscamente pelos burocratas do FMI que escolheram financiar os assassinos da velho aparato estatal soviético e da KGB. Aqueles intelectuais continuam a fazer reuniões e seminários clandestinos, buscando fórmulas para combater Putin e o novo comunismo verde que se espalha pelo mundo.
Será este o futuro que queremos para os nossos filhos?
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