Cavaleiro do Templo: o texto baixo é de tradução do Julio Severo, datada de 2006. O áudio é do programa TRUE OUTSPEAK de ontem (05/05/2010).
Mas muita gente está engolindo a idéia paranóica de que “Todo o mundo está em risco”.
24 de agosto de 2006
Michael Fumento
Manifestações em favor de campanhas de prevenção se destacaram durante a abertura da XVI Conferência Internacional da AIDS em Toronto, Canadá, na semana passada. Oh, que tristeza! É tarde demais. No mesmo dia, o jornal Washington Post colocou uma foto na sua primeira página mostrando um homem com uma camiseta onde se lia: “Nós todos temos AIDS”. Pode jogar fora as camisinhas, esqueça a abstinência e não se incomode de fazer um teste. Ou qual é a parte do “todos” que você não entende?
É sério. Esse tipo de propaganda é só um exemplo de como ideologias políticas sempre aleijam as campanhas contra a AIDS. Ninguém realmente crê que nós todos temos AIDS. Mas muita gente está engolindo a idéia paranóica de que “Todo o mundo está em risco”. Não há dúvida que tal idéia atrapalha todo esforço de mirarmos a atenção naqueles que de fato estão em risco. A ciência inteira da epidemiologia (que começou quando o médico londrino John Snow mapeou os casos de cólera em sua cidade e descobriu que estavam todos agrupados ao redor de uma única bomba d’água) depende de se identificar os fatores de risco para se obter uma melhoria. No caso de Snow, bastou-lhe remover o cabo da bomba d’água e a epidemia cessou.
Ele teve a sorte de não ter de lidar com ativistas carregando cartazes dizendo: “A água não causa a cólera. O que causa a cólera é o preconceito e a ignorância!”
Desde
Mas é claro que a atenção principal dessa conferência é a questão internacional da AIDS, que todos sabemos está varrendo continentes inteiros do mapa. Uma alta autoridade de Uganda disse que dentro de dois anos sua nação “será um deserto”. O programa Nightline da ABC News declarou que dentro de
O problema é que essas predições foram feitas em
Essas estatísticas são da própria agência da ONU que vem exagerando de modo flagrante a ameaça mundial da AIDS. Por exemplo, em
Entretanto, o ex-presidente americano Bill Clinton declarou aos participantes da conferência: “É difícil imaginar como o mundo poderá crescer, a menos que lidemos com a AIDS”. A verdade é que o crescimento da população mundial é mais acelerado nas regiões mais duramente atingidas pela AIDS.
Quanto à alegação bizarra de que ainda nos resta lidar coma AIDS, a UNAIDS relata que 1.3 milhão de pessoas nos países de renda baixa e média receberam terapia antiretroviral em 2004 , cinco vezes mais do que o número de 2001 . O sangue doado passa hoje por testes até mesmo nos países mais pobres. O nível de testes e educação nas nações mais pobres aumentou muito.
Enquanto isso, os gastos mundiais com a AIDS foram em média
Ninguém está se importando com o fato de que até mesmo o atual orçamento para lidar com a AIDS está tirando dos recursos que deveriam ser investidos para combater a malária e a tuberculose. Anualmente, essas duas doenças matam juntas duas vezes mais pessoas do que a AIDS. A terapia antiretroviral para tratar a AIDS não cura ninguém e embora custe relativamente pouco no Terceiro Mundo —
Pobres vítimas da malaria e da tuberculose. São obrigadas a morrer, porque não têm uma doença politicamente correta.
Michael Fumento é autor de The Myth of Heterosexual AIDS (O Mito da AIDS Heterossexual) e especialista em saúde e ciência no Instituto Hudson em Washington, D.C., EUA.
Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com; www.juliosevero.com.br
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