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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Na França, “alarmistas” não convencem e pedem Inquisição contra “céticos”

VERDE: A COR NOVA DO COMUNISMO

Domingo, 18 de abril de 2010



"A impostura climática", livro de Claude Allègre
600 pequisadores que acreditam que o “aquecimento global” é obra humana pediram ao Estado francês punir dois cientistas que denunciam essa teoria como uma impostura.

Eles são Claude Allègre, climatólogo e ex-ministro de Educação, e Vincent Courtillot, diretor do Instituto de Física do Globo.

Os dois publicaram livros (Claude Allègre, “L'Imposture climatique”, Plon, 2010, 290p.; e Vincent Courtillot “Nouveau voyage au centre de la Terre", Odile Jacob, 2009, 348p.), e proferiram conferências que tiveram grande aceitação na opinião pública. 

Os “alarmistas” se dizem magoados pelas denúncias de Allègre e Courtillot e pedem que o governo os obrigue a se retratarem.

O apelo foi encaminhado para o Ministério de Educação e Pesquisa, à Academia de Ciências e aos diretores de organismos públicos de pesquisa científica BRGM, CEA, CEMAGREF, CIRAD, CNRS, CPU, IFREMER, INRA, IRD, LCPC, Météo France, MNHN; além de outros 

Para o público francês, o pedido dos 600 soou a perigoso retorno à Inquisição e à “era das Trevas”, inclusive para os leitores do diário portavoz do socialismo “Le Monde”. 

Courtillot respondeu no diário “Le Figaro” que em ciência as questões não se decidem pelo voto democrático mas pelo valor dos dados e teorias. Para ele, os signatarios do apelo se “autodecretam” portavoces de uma “comunidade de climatólogos” que ainda não existe.

Os 600 sentem-se ofendidos pelas críticas feitas pelos autores ao IPCC, como se tivessem sido feitas a eles próprios. “Eu sustento que o IPCC embora contando com muito numerosos cientistas, constitui um sistema que em momento algum garante a “verdade científica”, disse ele. 

Vincent Courtillot
A verdade científica explicou o paleoclimatólogo “não pode ser resultado de um voto democrático … Em última análise, uma opinião contrária isolada pode se revelar exata. O século XX está cheio de exemplos nesse sentido”, acrescentou.

Os 600 acusam a Allègre e Courtillot, que são membros da Academia das Ciências da França, de fazerem “acusações mentirosas” à “comunidade dos climatólogos” e manipularem dados e gráficos para desmoralizar os “alarmistas”.

O Dr. Allègre qualificou o pedido de “nulo e estúpido” pois o debate é proveitoso para a ciência e não é afogando-o que o conhecimento vai progredir.

Courtillot convidou os 600 a apresentarem argumentos convincentes para a ciência e para o público. “Como escreveu meu colega o físico Jean-Marc Lévy-Leblond, acrescentou ao “Figaro”, o fato dos ‘signatários julgarem necessário apelar aos poderes políticos e administrativos para impor suas posições equivale a reconhecer a falta de independência verberada pelos seus adversários e que obscurece a confiança nos trabalhos do IPCC’”.

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