SÁBADO, MARÇO 13, 2010
Por Klauber Cristofen Pires
Às pessoas mais acometidas de um senso de pessimismo, ocorre-lhas ter tudo como perdido. Não é o meu caso. Há cerca de doze anos atrás, havia tão somente três institutos liberais no Brasil, sendo que, pouco tempo depois, fechou as portas o de Brasília. Além disso, praticamente toda a comunidade acadêmica era estatal.
As coisas mudaram um pouco. Não mudaram o suficiente para terem sido bem-sucedidas em demover maciçamente a população do malévolo pensamento esquerdista. Ainda! Porque tal tempo há de chegar. Afinal, são quase cem anos de pensamento coletivista, ricamente adubado com dinheiro público brasileiro e estrangeiro (leia-se "soviético", principalmente).
Hoje temos várias instituições que estão passando daquela fase do empirismo incipiente para já se tornarem entidades bem estruturadas, e saliente-se, sem um centavo sequer de custeio governamental. Credito toda esta transformação ao filósofo Olavo de Carvalho.
Por outro lado, a participação das universidades particulares inverteu a relação de vinte anos atrás: atualmente, cerca de 80% do ensino superior é provido pela iniciativa privada. Claro, reconheçamos, a influência marxista ainda é marcante nestas entidades, mesmo porque elas são submetidas a uma grade curricular imposta pelo governo. Além disso, muitos dos professores são egressos das universidades públicas, e eles vieram com seus vícios socialistas, mas que já não podem ser retro-alimentados como acontecia outrora. Isto porque o centro de gravidade se deslocou, indubitavelmente. Agora eles precisam ser, necessariamente, antes bons professores que bons militantes. Com o passar dos anos, as melhores instituições de ensino privadas haverão de fornecer o paradigma pelo qual todas as outras, na esteira, deverão se embasar.
Eu ouso dizer que o pensamento da esquerda vai indo, por assim dizer, no embalo. Não nego toda a hegemonia conquistada e que hoje se materializa na ocupação de praticamente todos os espaços do governo, das instituiçõs de ensino, da cultura e da mídia. Todavia, aquela militância febril de antanho parece claramente ter fenecido, para dar lugar tão somente à manutenção do poder por via da distribuição de cargos e benefícios.
Hoje, o PT não convence mais sobre a sua pretensa honestidade e eficiência quanto à gestão da coisa pública, muito menos quanto à idéia de uma alegada prosperidade socialista, e agora, seus últimos estais, aqueles que o ligavam à defesa da democracia e dos direitos humanos, estão já por se romper.
Encontrar o ponto de cruzamento entre a tomada total de poder - pela força - e o da reversão das idéias que sustenta o projeto esquedista é uma tarefa arriscada, de que não me dou o direito de especular senão por uma aposta mais ou menos ponderada. Lembro de Honduras, uma destas fichas bem colocadas que depositei há alguns meses. Depois veio o caso da Nicarágua, do Chile, dos hackers que desmascararam a farsa do aquecimento global, e do Tea Party, nos Estados Unidos. No Brasil também temos tido bons momentos, eis que ficamos com as lições do plebiscito sobre o comércio das armas de fogo e dos filmes "Tropa de Elite" e "Lula, o Filho do Brasil" (cada um com seus méritos, se o leitor bem me entende).
Neste contexto, surge uma daquelas oportunidades que, de tão raras, aguardavam como que escondidas, à maneira de uma Joana D'Arc: refiro-me à candidatura do Sr Mário Oliveira.
Caro leitor, tenha por certo que ele não preenche todas as expectativas de suas convicções pessoais, sejam elas liberais ou conservadoras. Em alguns aspectos, é reconhecível que o candidato lida com causas até mesmo esquerdistas. Não obstante, peço-lhe a atenção para os argumentos que procurarei apresentar em defesa do voto àquele homem.
Por primeiro, venho exortar os críticos da proposta da pena de morte, para perguntar-lhes: alguém já viu alguma vez, por única que fosse, o Sr Lula falar mal de bandidos? Pelo contrário, inúmeras foram as ocasiões em que ele os defendeu contra o que considera um "sistema capitalista excludente e injusto", ou não? Então, no fim das contas, não é a questão sobre a viabilidade da pena de morte que conta, mas a disposição de um governante de tratar o criminoso como tal. Isto, convenhamos, é inovador.
Sem procurar me estender demasiado sobre as suas propostas específicas, creio ser suficiente sugerir ao leitor aplicar raciocínio semelhante aos outros temas que considerar importantes, para chegarmos, então, ao que é essencial: uma ruptura com o modelo de República PT/PSDB.
Admitido que o candidato Serra seja o candidato mais viável em números atuais , não deixa de ser vergonhosa a sua amarelice, que a todos restou visível. Os brasileiros anseiam por um líder que não tema a missão avocada, e neste mero quesito, a imagem do então governador paulista já evaesceu. Somando-se a isto sua natural vocação socialista fabiana, pouco sobra para quem deseja realmente uma mudança.
Quem a pode prover, portanto, é justamente Mário Oliveira. A sua eleição terá por mérito bater o tapete empoeirado da política brasileira. E agora, o mais importante: ainda que ele não vença as eleições, uma votação massiva revelará a demanda do público por uma renovação da classe política, tanto em relação a nomes quanto a idéias.
Desta forma, o Brasil poderá ter um pouco de oxigênio, enquanto o pensamento liberal-consevador avança naturalmente e vai conquistando paulatinamente o público.
Nós podemos fazer esta diferença! Esta é uma das principais possibilidades que uma eleição em dois turnos pode nos dar. Usemos, pois, do chamado "voto útil" no segundo turno, e lá seja o que ocorrer. Porém, no primeiro turno, é necessário que todos nos unamos, com unidade e sem vacilo, em torno de Mário Oliveira. É necessário que façamos coro de forma uníssona e permanente, a despeito de quaisquer discordâncias eventuais a respeito de seu programa.
o Brasil poderá ter um pouco de oxigênio, enquanto o pensamento liberal-consevador avança naturalmente e vai conquistando paulatinamente o público.
Desde 1998, quando pela primeira vez li de Olavo de Carvalho, nas páginas da revista Época - que era quando valia a pena apreciá-la - passei a acompanhá-lo assiduamente, pari passu ao desenvolvimento do embrião de uma renovação do pensamento e da cultura em nosso país.
Às pessoas mais acometidas de um senso de pessimismo, ocorre-lhas ter tudo como perdido. Não é o meu caso. Há cerca de doze anos atrás, havia tão somente três institutos liberais no Brasil, sendo que, pouco tempo depois, fechou as portas o de Brasília. Além disso, praticamente toda a comunidade acadêmica era estatal.
As coisas mudaram um pouco. Não mudaram o suficiente para terem sido bem-sucedidas em demover maciçamente a população do malévolo pensamento esquerdista. Ainda! Porque tal tempo há de chegar. Afinal, são quase cem anos de pensamento coletivista, ricamente adubado com dinheiro público brasileiro e estrangeiro (leia-se "soviético", principalmente).
Hoje temos várias instituições que estão passando daquela fase do empirismo incipiente para já se tornarem entidades bem estruturadas, e saliente-se, sem um centavo sequer de custeio governamental. Credito toda esta transformação ao filósofo Olavo de Carvalho.
Por outro lado, a participação das universidades particulares inverteu a relação de vinte anos atrás: atualmente, cerca de 80% do ensino superior é provido pela iniciativa privada. Claro, reconheçamos, a influência marxista ainda é marcante nestas entidades, mesmo porque elas são submetidas a uma grade curricular imposta pelo governo. Além disso, muitos dos professores são egressos das universidades públicas, e eles vieram com seus vícios socialistas, mas que já não podem ser retro-alimentados como acontecia outrora. Isto porque o centro de gravidade se deslocou, indubitavelmente. Agora eles precisam ser, necessariamente, antes bons professores que bons militantes. Com o passar dos anos, as melhores instituições de ensino privadas haverão de fornecer o paradigma pelo qual todas as outras, na esteira, deverão se embasar.
Eu ouso dizer que o pensamento da esquerda vai indo, por assim dizer, no embalo. Não nego toda a hegemonia conquistada e que hoje se materializa na ocupação de praticamente todos os espaços do governo, das instituiçõs de ensino, da cultura e da mídia. Todavia, aquela militância febril de antanho parece claramente ter fenecido, para dar lugar tão somente à manutenção do poder por via da distribuição de cargos e benefícios.
Hoje, o PT não convence mais sobre a sua pretensa honestidade e eficiência quanto à gestão da coisa pública, muito menos quanto à idéia de uma alegada prosperidade socialista, e agora, seus últimos estais, aqueles que o ligavam à defesa da democracia e dos direitos humanos, estão já por se romper.
Encontrar o ponto de cruzamento entre a tomada total de poder - pela força - e o da reversão das idéias que sustenta o projeto esquedista é uma tarefa arriscada, de que não me dou o direito de especular senão por uma aposta mais ou menos ponderada. Lembro de Honduras, uma destas fichas bem colocadas que depositei há alguns meses. Depois veio o caso da Nicarágua, do Chile, dos hackers que desmascararam a farsa do aquecimento global, e do Tea Party, nos Estados Unidos. No Brasil também temos tido bons momentos, eis que ficamos com as lições do plebiscito sobre o comércio das armas de fogo e dos filmes "Tropa de Elite" e "Lula, o Filho do Brasil" (cada um com seus méritos, se o leitor bem me entende).
Neste contexto, surge uma daquelas oportunidades que, de tão raras, aguardavam como que escondidas, à maneira de uma Joana D'Arc: refiro-me à candidatura do Sr Mário Oliveira.
Caro leitor, tenha por certo que ele não preenche todas as expectativas de suas convicções pessoais, sejam elas liberais ou conservadoras. Em alguns aspectos, é reconhecível que o candidato lida com causas até mesmo esquerdistas. Não obstante, peço-lhe a atenção para os argumentos que procurarei apresentar em defesa do voto àquele homem.
Por primeiro, venho exortar os críticos da proposta da pena de morte, para perguntar-lhes: alguém já viu alguma vez, por única que fosse, o Sr Lula falar mal de bandidos? Pelo contrário, inúmeras foram as ocasiões em que ele os defendeu contra o que considera um "sistema capitalista excludente e injusto", ou não? Então, no fim das contas, não é a questão sobre a viabilidade da pena de morte que conta, mas a disposição de um governante de tratar o criminoso como tal. Isto, convenhamos, é inovador.
Sem procurar me estender demasiado sobre as suas propostas específicas, creio ser suficiente sugerir ao leitor aplicar raciocínio semelhante aos outros temas que considerar importantes, para chegarmos, então, ao que é essencial: uma ruptura com o modelo de República PT/PSDB.
Admitido que o candidato Serra seja o candidato mais viável em números atuais , não deixa de ser vergonhosa a sua amarelice, que a todos restou visível. Os brasileiros anseiam por um líder que não tema a missão avocada, e neste mero quesito, a imagem do então governador paulista já evaesceu. Somando-se a isto sua natural vocação socialista fabiana, pouco sobra para quem deseja realmente uma mudança.
Quem a pode prover, portanto, é justamente Mário Oliveira. A sua eleição terá por mérito bater o tapete empoeirado da política brasileira. E agora, o mais importante: ainda que ele não vença as eleições, uma votação massiva revelará a demanda do público por uma renovação da classe política, tanto em relação a nomes quanto a idéias.
Desta forma, o Brasil poderá ter um pouco de oxigênio, enquanto o pensamento liberal-consevador avança naturalmente e vai conquistando paulatinamente o público.
Nós podemos fazer esta diferença! Esta é uma das principais possibilidades que uma eleição em dois turnos pode nos dar. Usemos, pois, do chamado "voto útil" no segundo turno, e lá seja o que ocorrer. Porém, no primeiro turno, é necessário que todos nos unamos, com unidade e sem vacilo, em torno de Mário Oliveira. É necessário que façamos coro de forma uníssona e permanente, a despeito de quaisquer discordâncias eventuais a respeito de seu programa.
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