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domingo, 7 de março de 2010

Cuidado com as conclusões precipitadas. Um bicho que anda como um pato, que grasna como um pato, com bico de pato, pés de pato, asas de pato, que bota ovos e deles saem patinhos pode ser um elefante

Fonte: BRUNO PONTES
9 DE FEVEREIRO DE 2010


O Estado, 8.2.10


Olavo de Carvalho diz que o Guinness Book poderia criar uma categoria que consagre um recorde próprio da nossa cultura: a lentidão do brasileiro em tirar conclusões. Segundo o filósofo, o japonês tira uma conclusão em dois segundos. O chinês, em três segundos. O americano leva cinco segundos. Já o brasileiro tira uma conclusão após 10 anos, oito meses, seis semanas, dois dias e algumas horas.

Piada ou descrição da realidade? Veja o caso da educação. Em outubro do ano passado, o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição 96A/03, aumentando o orçamento do Ministério da Educação e tornando obrigatório o ensino para crianças a partir dos quatro anos de idade. Atualmente o MEC exige a guarda intelectual dos brasileirinhos aos seis anos.

É uma política comum a todos os regimes socialistas tirar as crianças de casa para imbuí-las da ideologia estatal o mais cedo possível. Quando um burocrata de fato ou de vocação prega que a função da escola é incutir "cidadania" nos alunos, ele está defendendo a doutrinação de crianças com a linda justificativa de construir o outro mundo possível. Se o custo da operação for a idiotização de gerações inteiras, que seja.

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães defendia que "a concepção da idéia do Estado deve ser ensinada nas escolas desde o início". É a mesma recomendação que se ouve nos corredores dos ministérios, nas faculdades de pedagogia, nos discursos dos sindicalistas, nos cadernos culturais. Ao mesmo tempo, projetos de lei liberando o ensino caseiro no Brasil são derrubados sem muita conversa, pois delegar aos pais a instrução dos filhos é um perigo à segurança nacional. O que será do nosso país se as crianças deixarem de aprender a usar camisinha e gel lubrificante, a enxergar luta de classes em tudo, a ter consciência crítica e votar na esquerda? E se os brasileiros passarem a confiar mais na própria cabeça do que na cartilha do governo? Que o MEC nos livre de tamanho mal.

Saíram recentemente novos índices mostrando que o Brasil segue produzindo os estudantes mais burros do mundo. As coisas continuam nos seus lugares: quanto mais cedo o brasileirinho entra no colégio, quanto mais debates os pedagogos promovem, quanto mais cursos de capacitação são sugeridos, quanto mais planos de cargos e carreiras são reivindicados, quanto mais o Estado se mete na educação do povo, mais estúpido o povo fica. O leitor obtuso poderá imaginar uma relação de causa e efeito. Recomendo cautela a esse leitor. É muito cedo para tirar conclusões.

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