OPNDH - Plano Nacional de Direitos Humanos - da administração Lula não serviu tanto para comprovar os objetivos da extrema esquerda que ganha cada vez mais espaço no governo (isso todo mundo já sabia), e sim mais para exibir a absoluta incapacidade que as oposições têm em pensar o país estrategicamente.
Assim que o PNDH veio à tona (a bem da verdade, sem trazer lá muitas novidades para quem está familiarizado à agenda totalitária do PT), surgiram de todos os lados as reações dos setores atingidos: católicos apavorados com o casamento gay e o aborto; ruralistas prevendo perder suas terras; advogados preocupados com o surgimento de "justiças paralelas"; uma meia dúzia de jornalistas temendo brevemente ir para a cadeia em decorrência de suas opiniões.
De nenhum lado, a "reação" veio na amplitude que deveria. Nenhum desses setores parece ter percebido que a ameaça é extensa, dirigida a todo cidadão brasileiro, e pouco importa combater cada um em sua "área" se o inimigo age globalmente. Mas os católicos pouco se importam com as invasões de terra, assim como os advogados desprezam a questão do aborto, e os jornalistas acham que a maioria dos outros grupos é composta de fanáticos reacionários. Não é difícil se prever a força que terá uma "reação" como esta frente ao poder da máquina pública e da militância profissionalizada.
Mas o circo não acaba aí. Num artigo na Folha de S.Paulo de 17 de fevereiro (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1702201008.htm) CESÁRIO RAMALHO DA SILVA, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, resolveu criticar os ideais "pseudossocialistas" do PNDH.
Cabem aqui três perguntas ao ruralista:
1. A crítica é direcionada aos ideais "pseudossocialistas" apenas, ou também valeria caso os ideais apresentados fossem "socialistas" de fato?
2. O que falta para que os ideais do PT e da esquerda no poder possam ser considerados verdadeiramente "socialistas"?
3. Usar o prefixo "pseudo" para caracterizar o alucinado socialismo contido no PNDH evita o constrangimento em relação ao fato de que o presidente atual da FIESP é filiado ao Partido Socialista Basileiro?
E uma pergunta aos leitores: como levar a sério o futuro de um país onde até os ruralistas aparentemente são simpáticos ao socialismo (sem aspas)?
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