TERÇA-FEIRA, FEVEREIRO 16, 2010
Eu acompanhava alguns debates de Orkut e eis que vi a publicação de um texto, postado por um idiota completo e sem o menor senso de humor. Clique aqui. Hoje em dia devemos estar atentos: a ascensão social, política e cultural do idiota é um dos maiores perigos e males para a civilização ocidental. Apesar de ser um ignorante, palpiteiro, tapado e estúpido, ele se acha investido de alguma autoridade moral para julgar algo que é superior a ele. O idiota não conhece os embasamentos intelectuais que formam a grandeza da nossa civilização; não conhece filosofia; não conhece história. E, no entanto, quer ditar moral, conceitos, linguagem e até piadas, como é o caso deste texto que vou comentar agora. É de um advogado chamado Túlio Vianna, de Minas Gerais, que é conhecido por suas opiniões ditas “polêmicas”. Na verdade, nem considero desta maneira. Falar besteira não é polemizar. Violar o bom senso não é polemizar. É tão somente falar besteira. Todavia, é espantoso que um sujeito deste quilate intelectual digno das amebas tenha certa notoriedade e fãs no meio jurídico. A bizarrice e a estupidez com pose de autoridade acadêmica ou jurídica é repassada ao público como sinônimo de“polêmica”. Só o cito para efeitos de reflexão do quanto a situação da inteligência deste país está baixa. Vejamos se esta criatura passa pela sabatina do conde:
“A história é sempre a mesma. Um engraçadinho faz uma piadinha/brincadeira politicamente incorreta, alguém reclama indignado e a resposta vem da ponta da língua do idiota: “Era só uma brincadeira! Você não tem senso de humor?”
Conde - O causídico agora quer policiar anedotas consideradas "politicamente incorretas" e subjetivamente "preconceituosas"? E qual piada, de fato, não é?
Esta resposta pré-fabricada que busca eximir de culpa o piadista por qualquer imbecilidade dita, nada mais é do que um truísmo que visa silenciar o debate sobre o preconceito expresso na “brincadeira”.
Conde - Quase todas as piadas, essencialmente, possuem certa dose de preconceito. Piada de português é preconceituosa? Sim, é. Piada de judeu é preconceituosa? Sim, é. Porém, dentro das caricaturas das piadas, sob determinados aspectos, há certa dose de verdade no ridículo. Se alguém for idiota o bastante a proibir piadas de portugueses e, principalmente de judeus, deveriam, primeiro, trancafiar todos os humoristas judeus, os maiores satíricos da sociedade judaica e seus hábitos.
Afirmar que o que foi dito era uma brincadeira é uma verdade óbvia, mas o simples fato de ser uma brincadeira não isenta o palhaço da responsabilidade pelo que foi dito.
Conde - E daí? Vamos colocar o palhaço na cadeia? A tese estúpida do entulho jurídico Vianna é parecida com aquela outra palhaçada do governo Lula, da chamada cartilha politicamente correta, que visava proibir chamar os palhaços de “palhaços”, porque era ofensivo aos encenadores do humor.
O riso nem sempre é a arma de contestação social expressa no provérbio castigat ridendo mores (castiga os costumes rindo), utilizado com frequência como emblema de vários teatros. Este provérbio, cunhado por Jean de Santeuil no século XVII, a propósito da máscara de Arlequim, tem um antecedente muito mais revelador em Horácio que, no ínicio de suas Sátiras (1,1,24 s.), indaga: Ridentem dicere verum / quid vetat? (rindo se diz a verdade / quem impedirá?).
Conde - Claro, claro, claro, quem vai decidir o teor de "contestação social" é o próprio TúlioVianna e sua turminha petista. A esquerda quer ter o monopólio da contestação. Eu fico perplexo como nulidades prepotentes como ele se acham no direito de regulamentar o pensamento e mesmo o riso alheio, sendo um sujeito tão tosco de mentalidade! Quando um sujeito já dita regras preestabelecidas sobre o que devemos achar graça, isso já destrói qualquer tipo de contestação que há no humor, porque a piada é, por definição, uma paródia muitas vezes espontânea, anárquica e imprevista do ridículo.
O riso nem sempre é um instrumento de crítica social. Muita vez, o riso é tão-somente um instrumento para se afirmar algo que se teme dizer a sério. Quem impedirá?
Conde - Vamos ter regras jurídicas, políticas ou ideológicas para o riso? Que monstruosidade. Coisa de gentinha paranóica, débil mental! “Piada”, para o Sr. Entulho, é sempre uma cartilha política, uma churumela esquerdista. Que coisa mais sem graça!
Sírio Possenti, grande estudioso das piadas como manifestação cultural, afirma que:
O humor nem sempre é progressista.
Conde - Ainda bem, porque humor esquerdista é a coisa mais sem graça do mundo. Esquerdista não ri, fala de forma raivosa, canina. A direita consegue rir, ter humor. Reinaldo Azevedo é engraçado, Olavo de Carvalho é engraçado. Paulo Francis era engraçado. Roberto Campos era engraçado. Até o Alborghetti, que de esquerdista e “progressista” não tinha nada, era muitíssimo engraçado. Como o humor popular e mesmo dos direitistas incomoda essa criatura tão afetada como o Sr. Tulio Vianna, agora ele exige o monopólio da piada pelos chamados “progressistas”! Bem, o sujeito já o tem de fato, porque é cada humor involuntário que ele nos brinda! Que dirá com um texto tão imbecil como esse?!
O que caracteriza o humor é muito provavelmente o fato de que ele permite dizer alguma coisa mais ou menos proibida, mas não necessariamente crítica, no sentido corrente, isto é, revolucionária, contrária aos costumes arraigados e prejudiciais.
Conde - Mais uma vez, piadinha tem que ser esquerdista, ou seja, sem graça! E o idiota não percebe que o esquerdismo também pode ser um costume arraigado e prejudicial à sociedade, vide o fato de ele mesmo se achar acima do ridículo, junto com uma legião de Viannas espalhados nas universidades! Só uma pergunta que não quer calar: contar piada agora já virou prática proibida? Pelo jeito, O Sr. Túlio quer criminalizar as piadas consideradas "reacionárias", porque afetam as suas suscetibilidades neuróticas.
O humor pode ser extremamente reacionário, quando é uma forma de manifestação de um discurso veiculador de preconceitos, caso em que acaba sendo contrário a costumes que são, de alguma forma, bons ou, pelo menos, razoáveis, civilizados, como os tendentes ao igualitarismo, sem dúvida melhores que os seus contrários.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998. p.49.
Conde - Que idéia imbecil, meu Deus do céu! Quer dizer que o teor da piada deve ter uma categoria ideológica pré-concebida? Mas como a piada é sempre algo que deve ter viés ideológico, na cabeça atordoada do Sr. Vianna, piadas contra bichas não podem, porque são “reacionárias”; agora, piadas contra padres, pastores, não são nada preconceituosas, porque são "progressistas", ou seja, politicamente corretas. Que criaturinha boçal e fresca!!
Então quando alguém se vale do truísmo “Era só uma brincadeira! Você não tem senso de humor?”, o faz no intuito de tentar persistir afirmando seus preconceitos sem ser contestado, pois amparado pelo manto covarde do riso.
Conde - O nosso camarada, em nome de seus preconceitos ideológicos, quer regular preconceitos alheios?
Sim, eu tenho senso de humor, mas não sei rir da desgraça alheia. Não sei rir da escravidão, dos campos de concentração, da violência doméstica, dos espancamentos de homossexuais, nem de qualquer piada ou brincadeira que direta ou indiretamente faça troça da submissão de um grupo social por outro.
Conde - Então a turminha comunista do Sr. Túlio deveria ser presa, porque cansei de ver gente zombando dos crimes do homolodor e demais outras atrocidades causadas pelos comunistas.
Se ser moderninho, divertido e criativo é zombar de minorias políticas, eu prefiro ser o babaca sem senso de humor que denuncia estes covardes que se escudam no riso para manifestar seus preconceitos.
Conde - O Sr. Vianna quer inquirir mentalmente o que está por trás do riso das pessoas, talvez por telepatia ou alguma mágica do vodu. Isso por que, na cabecinha do nosso causídico, as minorias políticas estão acima do ridículo, do caricatural e mesmo do objeto da crítica, como qualquer grupo social. Nem mesmo os padres exigem tamanho privilégio! Que jumento!Sinceramente, quem se preocupa com o riso alheio é uma pessoa problemática, neurotizada., sem a menor auto-estima Parece que o Sr. Vianna, teorizando sobre o humor, não tem o menor senso de humor quando ele é a própria vítima. E ainda ele se acha o “corajoso” quando teoriza o que as pessoas devem rir ou não. Acredito, deve ser muita coragem publicar um artigo tão imbecil como esse! Sim senhor!
A genialidade do humor está em zombar dos que oprimem e mostrar o quão ridículo são seus preconceitos.
Conde - Eu zombo do sr. Entulho, porque sua estupidez é opressiva à nossa inteligência e senso de humor (se bem que o humor tuliano é involuntário). Eu zombo do movimento gay, porque nada é mais opressivo do que acatar comportamentos anormais sendo elevados à sacralidade e À lei. Cuidado, reacionários, se vocês rirem de um fresquinho cheio de trejeitos caricaturais, podem ir pra cadeia! Piada tem que ser revolucionária e “anti-homofóbica”!
Riamos da classe média e de seus valores pequenos burgueses, dos homófobos posando de machões, dos machistas tomando inevitáveis foras de mulheres inteligentes e, principalmente, da indignação de muitos brancos em ver um negro na presidência do país mais rico do mundo.
Conde - O que mais me espanta nesse idiota do Vianna é que ele faz de seus preconceitos ideológicos o foco principal das piadas, e, ao mesmo tempo, se respalda em censurar o humor, quando não se sujeita à cartilha dele. Claro, ele cria uma distorção típica dos psicóticos: um grupo terá o monopólio de zombar o outro.Enquanto o grupo zombado poderá ir pra cadeia se zombar. . .essas são as brilhantes idéias jurídicas desse notório palerma!
E na lógica bocó do rapazito, Obama é criticado por ser negro, não por colaborar com os inimigos de seu país e implantar um projeto socialista que pode levar a nação americana à bancarrota! Nunca vi nenhuma crítica ao Obama por ser negro e sim por ser mentiroso, farsante, enganador, desonesto e fraudulento.
Riamos de Danilo Gentili tentando justificar sua piada racista, com mais preconceito e com um post racista, achando que estava sendo irônico no título, porque idiotas são os politicamente corretos.
Conde - Que o Sr. Túlio tenha tendências neuróticas sobre piadas, isso é problema dele e não temos nada a ver com isso. Agora, ele se achar no direito de zombar da cara dos outros sem sofrer uma provocação ou ataque de risos, é nutrir de uma infantilidade mental assustadora. Só falta ele exigir uma lei contra o riso! Aí sim o humor será pleno! Ah, e a propósito: falar mal de preto , e bicha ou de progressista não pode. O objeto de desprezo são os brancos, os conservadores, os machões e os heterossexuais. Que idéia esquizofrênica!
Riamos da vergonha que os preconceituosos têm de se assumirem preconceituosos e do onipresente uso do truísmo “foi só uma brincadeira” como um saco de papel onde escondem a cara da execração de gente com senso crítico.
Conde - Claro, claro, só conservador é preconceituoso. O Sr. Vianna está acima destes sentimentos tão inferiores, como dá pra perceber neste artigo tão entulho! Mas de uma coisa, o Sr. Vianna tem razão: rindo-se, castigam-se os costumes! E ele merece um bom castigo! A direita “reacionária”, ao menos, precisa rir!
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