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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O FEIXE (ou FASCISMO)

Fonte: NIVALDO CORDEIRO
02 de janeiro de 2010


O Brasil vive um “capitalismo de concessão”, de “união não voluntária”. A liberdade econômica foi esquecida, praticamente abolida. Os nossos plutocratas, a começar pelos banqueiros, não passam de sócios do Erário e mais das vezes tornam-se serviçais do poder por puro instinto de sobrevivência.


Um dos grandes prazeres que tenho hoje em dia é ler os textos de Reinaldo Azevedo. Sempre bem informado, sempre antenado, Reinaldo virou a palmatória dos petistas. Implacável. A última do seu blog (Dois uísques a menos e Frolic Raivinha) manteve o tom de sempre. Texto imperdível. Meu comentário aqui é para aproveitar a lembrança que o jornalista fez da imagem do fascio (feixe), nome italiano que deu origem ao termo fascismo. Reinaldo foi didático:

“É evidente, como já apontei, que existe uma identidade de linguagem - e até o emprego das mesmas expressões - entre as propagandas do governo, do PT, das estatais e de alguns potentados privados. É como se toda a sociedade estivesse unida em torno de um eixo: o estado. Não! Escolho melhor e mais apropriadamente as palavras: é como se governo, estatais, empresas privadas, partido e sindicatos de trabalhadores formassem um “feixe” - sim, um feixe de varas foi o símbolo do fascismo, como vocês sabem; o nome deriva justamente de “fascio” - “feixe”, que simboliza a união”.

O Brasil vive um “capitalismo de concessão”, de “união não voluntária”. A liberdade econômica foi esquecida, praticamente abolida. Os nossos plutocratas, a começar pelos banqueiros, não passam de sócios do Erário e mais das vezes tornam-se serviçais do poder por puro instinto de sobrevivência. Haverá cartório mais perfeito do que o setor bancário no Brasil? Fora do compadrio estatal não há prosperidade. Por isso que o empresariado é mais revolucionário do que mesmo os sindicalistas laborais. Basta ver que não se cansam de falar da função social da propriedade, de meio ambiente, empresa socialmente responsável e coisas equivalentes. Qualquer slogan inventado pelos comissários é imediatamente encampado por eles. Afinal, ainda estão no topo da cadeia alimentar, usufruindo de um benefício qualquer, uma concessão, algum cartório monopolista amparado em alguma lei espúria.

Por isso que não há empresários liberais no Brasil. As idéias liberais por aqui são anátemas precisamente porque denunciam esse “feixe” como ilegítimo e irracional, pois ele serve apenas para enriquecer alguns, em prejuízo da maioria. O feixe é o símbolo do Estado Absolutista renascido. Ser liberal no Brasil é militar em gueto e encarnar a mais grave subversão: a subversão da liberdade econômica, do pluralismo político, da minarquia. Vivemos como nos tempos heróicos de Adam Smith. Os liberais querem desamarrar o feixe, pois nele só cabem alguns, os eleitos pelo tirano estatal. Querem o Brasil como um país para todos e não apenas para alguns portadores de concessões e cargos públicos.

A imagem do feixe é perfeita. Se estar dentro dele é garantia de que se é da tribo e está incluído na dinheirama estatal, por outro lado um feixe só se forma se for amarrado por uma corda, que aperta, aprisiona. O dono do poder é quem aperta o garrote vil. Uma imagem plástica perfeita para retratar a sociedade coletivista em que estamos metidos. O nó do feixe é como uma forca. Ninguém submetido a um regime assim pode respirar. Vimos o que aconteceu com o Unibanco. Quando os comissários decidem quebram quem eles querem. Não há defesa contra eles, que estão cada vez mais ideológicos e menos propensos aos lobbies tradicionais. Dinheiro não os seduz porque eles agora são os donos do dinheiro.

Frolic Raivinha... A imagem é perfeita para falar de cachorros, uma tirada sarcástica sensacional. Petistas são como cães, mesmo. Haverá alguma ração para suínos, de marca? Lula outro dia falou que se deve alimentar os porcos mesmo que não se goste dos donos dos porcos. Quem sabe o Reinaldo não inventa algo equivalente para aproveitar a imagem presidencial. Frolic Raivinha... tenho que admitir que o articulista de Veja pegou na veia.

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