Por Arlindo Montenegro do ViVerdeNovo
O neto de Stalin, Yevgueni Dzhugashvili, quer processar as autoridades dos Serviços Secretos da Ucrânia, que acusam o avozinho dele pelo genocídio praticado nos anos 30, naquela república que integrava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O descendente do ditador argumenta com a cara mais lisa que: “No começo dos anos 30, na Ucrânia e no mundo, o genocídio não era considerado um crime”.
A notícia foi veiculada pelo site Libertad Digital, da Espanha, sob o título: "DEVERIAM CONCENTRAR SEUS ESFORÇOS EM HITLER”. Dá no mesmo, porque o ditador nazista foi um aprendiz de feiticeiro, associado a Stalin, que ordenou a preparação de corpos das tropas nazistas, armou e ensinou como funcionavam os campos de concentração. Mas esta parte da história, os historiadores russos obedientes ao Putin (KGB), querem manter na sombra, para salvar a cara do genocida maior, o “humano” vovozinho Zé Stalin!
Entre aspas a tradução da notícia:
“Depois que os Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU) e o Tribunal de Apelação de Kiev, em 13 de Janeiro p.p., acusaram seu avô pelo genocídio de milhões de camponeses ucranianos, o descendente do ditador acusa as autoridades de “pisotear o Ponto 1, do Art. 7 da Convenção Européia de Direitos Humanos” dizendo que “ninguém pode ser julgado por ação ou inação, que segundo a lei vigente no momento em que foram cometidos não eram crimes.”
“Dzhugasvhili também considera que a Justiça ucraniana deveria centrar seus esforços nos crimes cometidos por Hitler, principal inimigo de Stalin”.
Esta é uma pérola de interpretação! Hitler, armado e treinado por Stalin, ocupou toda a Europa, reproduziu e aperfeiçoou as matanças em campos de concentração cujo modelo tomou da União Soviética de Stalin, que também perseguia judeus e só se voltou contra Hitler quando foi atacada.
“O Serviço de Segurança da Ucrânia pretendia julgar Stalin, o Ministro de Relações Exteriores e outros dirigentes, postumamente. Mas o tribunal decidiu engavetar o caso, porque o código penal ucraniano impede a sentença contra pessoas já falecidas”.
“Mesmo assim o tribunal confirmou as conclusões do Serviço Secreto (SBU), de que os líderes soviéticos cometeram genocídio, criando as condições artificiais para conduzir o parcial extermínio dos ucranianos”.
“O Presidente da Ucrânia, Victor Yuschenko, de quem dependem os Serviços Secretos, mantém a declaração de que a fome estalinista, conhecida como “o Holodomor”, é uma das maiores catástrofes da história da humanidade e relata que cerca de dez milhões de ucranianos foram mortos no biênio 1932-1933, muitos mais que durante a ocupação nazista”.
“O Instituto de Demografia da Academia de Ciências Ucraniana, situa o número de 3.941.000, as pessoas que morreram de fome durante a coletivização estalinista”.
“Recentemente, o neto de Stalin apresentou duas demandas judiciais contra a revista russa “Novaya Gazeta” e contra a emissora de rádio “Eco de Moscou”, por veicular respectvamente: a ordem pessoal de Stalin para executar milhares de pessoas e difamação à memória do avô”.
“A Rússia, Estado que substituiu a União Soviética, não está de acordo com a versão ucraniana”. Os historiadores russos consideram que a fome imposta pelo cerco do território e ocupação do exército soviético que se apoderou de todos os grãos das colheitas e de todos os animais, promovendo assim o extermínio da nação, “não cabe na definição de genocídio da ONU, porque atingiu os proprietários de terra de toda a URSS”.
Durante os dois anos de extermínio pela fome dos ucranianos e como dizem os historiadores russos “atingindo os proprietários de terra de toda a URSS”, os índices de exportação de grãos exportados para a Europa atingiram o auge daquele momento histórico. Principalmente dos grãos colhidos pelos ucranianos.
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