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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A demolição das consciências

Fonte: DIÁRIO DE COMÉRCIO


Muito do relativismo e da amoralidade reinantes não são propriamente crenças ou ideologias: são doenças da alma, adquiridas pelo esgotamento da inteligência moral.


Olavo de Carvalho


Quem tenha compreendido bem o meu artigo anterior, "Armas da Liberdade", deve ter percebido também a conclusão implícita a que ele conduz incontornavelmente: boa parte do esforço moralizante despendido pela "direita religiosa" para sanear uma sociedade corrupta é inútil, já que termina sendo facilmente absorvida pela máquina da "dissonância cognitiva" e usada como instrumento de perdição geral.

Notem bem: moralidade não é uma lista de condutas louváveis e condenáveis, pronta para que o cidadão a obedeça com o automatismo de um rato de Pavlov.


Moralidade é consciência, é discernimento pessoal, é busca de uma meta de perfeição que só aos poucos vai se esclarecendo e encontrando seus meios de realização entre as contradições e ambiguidades da vida.

Sto. Tomás de Aquino já ensinava que o problema maior da existência moral não é conhecer a regra geral abstrata, mas fazer a ponte entre a unidade da regra e a variedade inesgotável das situações concretas, onde frequentemente somos espremidos entre deveres contraditórios ou nos vemos perdidos na distância entre intenções, meios e resultados.

Lutero – para não dizerem que puxo a brasa para a sardinha católica – insistia em que "esta vida não é a devoção, mas a luta pela conquista da devoção". E o santo Padre Pio de Pietrelcina: "É melhor afastar-se do mundo pouco a pouco, em vez de tudo de uma vez".


A grande literatura – a começar pela Bíblia -- está repleta de exemplos de conflitos morais angustiantes, mostrando que o caminho do bem só é uma linha reta desde o ponto de vista divino, que tudo abrange num olhar simultâneo. Para nós, que vivemos no tempo e na História, tudo é hesitação, lusco-fusco, tentativa e erro. Só aos poucos, orientada pela graça divina, a luz da experiência vai dissipando a névoa das aparências.


Consciência – especialmente consciência moral – não é um objeto, uma coisa que você possua. É um esforço permanente de integração, a busca da unidade para além e por cima do caos imediato. É unificação do diverso, é resolução de contradições.

Os códigos de conduta consagrados pela sociedade, transmitidos pela educação pela cultura, não são jamais a solução do problema moral: são quadros de referência, muito amplos e genéricos, que dão apoio à consciência no seu esforço de unificação da conduta individual. Estão para a consciência de cada um como o desenho do edifício está para o trabalho do construtor: dizem por alto qual deve ser a forma final da obra, não como a construção deve ser empreendida em cada uma das suas etapas.

Quando os códigos são vários e contraditórios, é a própria forma final que se torna incongruente e irreconhecível, desgastando as almas em esforços vãos que as levarão a enroscar-se em problemas cada vez mais insolúveis e, em grande número de casos, a desistir de todo esforço moral sério.


Muito do relativismo e da amoralidade reinantes não são propriamente crenças ou ideologias: são doenças da alma, adquiridas pelo esgotamento da inteligência moral.


Em tais circunstâncias, lutar por este ou aquele princípio moral em particular, sem ter em conta que, na mistura reinante, todos os princípios são bons como combustíveis para manter em funcionamento a engenharia da dissonância cognitiva, pode ser de uma ingenuidade catastrófica. O que é preciso denunciar não é este ou aquele pecado em particular, esta ou aquela forma de imoralidade específica: é o quadro inteiro de uma cultura montada para destruir, na base, a possibilidade mesma da consciência moral.


O caso de Tiger Woods, que citei no artigo, é um entre milhares. Escândalos de adultério espoucam a toda hora na mesma mídia que advoga o abortismo, o sexo livre e o gayzismo. A contradição é tão óbvia e constante que nenhum aglomerado de curiosas coincidências poderia jamais explicá-la. Ela é uma opção política, a demolição planejada do discernimento moral.


Muitas pessoas que se escandalizam com imoralidades específicas não percebem nem mesmo de longe a indústria do escândalo geral e permanente, em que as denúncias de imoralidade se integram utilmente como engrenagens na linha de produção. Ou a luta contra o mal começa pela luta contra a confusão, ou só acaba contribuindo para a confusão entre o bem e o mal.


Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia

25 comentários:

  1. Veja, senhor Cavaleiro do Templo, o senhor Olavo de Carvalho monta e desdobra comentários sobre uma teoria infundada, inventada por ele mesmo, com bases em falsos conhecimentos e invencionisses que atribui a autores que jamais disseramm isso. Ao tentar elaborar algo da própria criação, tentando alguma originalidade paea uma obra vazia, OC distorce conceitos e mente em relação aos experimentos de Pavlov que, repito, jamais fundamentou qualquer coisa pareceida com essa teoria maluca desse senhor.
    Mas, é mais fácil pegar um mentiroso que um cocho. Consulte as experiências sobre reflexo condicionado de Pavlov, o dizem os psicólogos sobre isso e o que dizia Pvlov sobre a psicologia. No final, encontraremos um negligente fraudador.
    Estimulação contraditória é uma dedução de quem juntou textos extraídos de orelhas de livro, interpretadas à luz da sua própria ignirância.

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  2. Se você tivesse razão, das duas uma: ou desmontaria o argumento do professor com FATOS ao invés de pura conversa ou jamais voltaria a este blog, muito menos este monte de vezes que o fez.

    Veja, eu quando visito sites de/para sociopatas não perco meu tempo conversando com eles lá no terrítório deles. Na melhor das hipóteses, venho para meu blog e ESCREVO PARA MEUS LEITORES.

    Me diga, onde estão publicadas as suas idéias, seus estudos? Mande-as para a gente ler. Ou um link.

    Debata com Olavo de Carvalho também. Mande e-mail para ele, está aqui: www.olavodecarvalho.org.

    Cavaleiro do Templo

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  3. Cavaleiro do Templo, você está invertendo o ônus da prova. Como poderíamos provar o que digo? Simples: Lendo a obra de Pavlov!!!Lendo Skinner!!! Lendo manuais de introdução à psicologia!!! Agora, imagine o senhor, comentários acerca do que Pavlov NÃO DISSE. Imagine discorrer sobre o que Pavlov não escrevera...
    A questão é que o Sr. OC desenvolve um "raciocínio" totalmente fundamentado numa interpretação superficial e equivocada da obra de Pavlov. E enriquece a sua tese com referências vazias e termos técnicos inadequados, típicos de quem leu orelhas de livros ou resenhas de internet e, além disso, nada entendeu, com pompas de conhecedor de um assunto que ele ignora.
    Deveria ter responsabilidade intelectual...

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  4. Mais uma vez: está aí um artigo. Você o leu, disse não estar de acordo. Não apresentou um outro texto em desfavor do postado. E eu que estou invertendo o ônus da prova?

    Ora, está de brincadeira?

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  5. Sr. Cavaleiro, o Sr. Olavo de Carvalho deveria citar, de acordo com as normas técnicas (ABNT/2002, eu sugiro), onde estão a teoria e os estudos que ele atribui a Pavlov. Eu não posso citar aqui todas as obras de Pavlov que nada dizem sobre o que o senhor em questão disse que Pavlov disse. Essa é a questão. Não há registros na obra de Pavlov que sugiram o que esse senhor atribui a ele. Mas, poderei dizer ao senhor que o principal trabalho de Pavlov refere-se ao "reflexo condicionado", que poderei citar onde está publicado, as páginas, as conclusões. Isso serve?
    O trabalho de Pavlov se restringe ao âmbito das reações endócrinas correspondentes a estímulo mecânicos. Nada tem a ver com essa coisa que esse senhor diz.

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  6. www.olavodecarvalho.org. Lá tem o e-mail dele. Porque não escreve para ele? Tem medo?

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  7. Provas das mentiras do Olavo:

    Eis o que diz Pavlov, um homem que levou 33 anos de pesquisas objetivando desmoralizar a psicologia:

    “Na fisiologia, tem sido feita menção da (assim chamada) estimulação psíquica das glândulas salivares e gástricas. Deve-se ressaltar, entretanto, que a estimulação psíquica das glândulas gástricas não foi reconhecida universalmente e, de um modo geral, o papel especial da estimulação psíquica (...) não tem encontrado o devido reconhecimento”.
    “Eu me referi às atividades psíquicas como as “assim-chamadas”, intencionalmente. Se o naturalista desejar fazer uma análise completa das atividades dos animais superiores, ele não tem o direito de falar dos processos psíquicos desses animais, e não pode fazê-lo, sem abrir mão dos princípios da ciência natural”.
    “A investigação dos reflexos condicionados é mesmo da maior importância para a fisiologia (...). Até agora esse departamento da fisiologia, em sua maior extensão, tem sido atravancado com idéias estranhas, emprestadas à psicologia, mas agora há como libertá-lo dessa dependência nociva. Os reflexos condicionados descortinam ante nossos olhos o vasto campo das relações dos animais à natureza...”
    “É claro que, no estudo da vida, a Fisiologia se apóia, constantemente, sobre dados de ciência melhor fundamentadas e mais exatas: Mecânica, Física, Química (...). Ainda recentemente se discutia se a psicologia podia ou não ser classificada entre as ciências naturais e, inclusive, se ela poderia ser considerada como ciência (...). Os próprios psicólogos não consideram sua ciência como uma ciência exata (...). Se as coisas são assim, o fisiólogo não tem motivo algum para recorrer à psicologia.
    É MAIS FÁCIL PEGAR UM COCHO QUE UM MENTIROSO.

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  8. Mais uma vez:

    Se você tivesse razão, das duas uma: ou desmontaria o argumento do professor com FATOS ao invés de pura conversa ou jamais voltaria a este blog, muito menos este monte de vezes que o fez.

    Veja, eu quando visito sites de/para sociopatas não perco meu tempo conversando com eles lá no terrítório deles. Na melhor das hipóteses, venho para meu blog e ESCREVO PARA MEUS LEITORES.

    Me diga, onde estão publicadas as suas idéias, seus estudos? Mande-as para a gente ler. Ou um link.

    Debata com Olavo de Carvalho também. Mande e-mail para ele, está aqui: www.olavodecarvalho.org.

    Cavaleiro do Templo

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  9. É fácil:

    PAVLOV, Ivan Petrovich, Discurso no Prêmio Nobel, em Estocolmo, a 12 de dezembro de 1904. Citado à pag.160, Textos Escolhidos, 1ªedição: São Paulo. Abril. 1974.
    PAVLOV, Ivan Petrovich, Conferência em homenagem a Thomas Huxley, realizada na Charing Cross Medical School, Londres, outubro de 1906. (obra citada. Pag. 179)
    Obra citada, pag. 190)

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  10. Mais uma vez:

    Se você tivesse razão, das duas uma: ou desmontaria o argumento do professor com FATOS ao invés de pura conversa ou jamais voltaria a este blog, muito menos este monte de vezes que o fez.

    Veja, eu quando visito sites de/para sociopatas não perco meu tempo conversando com eles lá no terrítório deles. Na melhor das hipóteses, venho para meu blog e ESCREVO PARA MEUS LEITORES.

    Me diga, onde estão publicadas as suas idéias, seus estudos? Mande-as para a gente ler. Ou um link.

    Debata com Olavo de Carvalho também. Mande e-mail para ele, está aqui: www.olavodecarvalho.org.

    Cavaleiro do Templo

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  11. Não o entendo, Sr. Cavaleiro. Em comentário anterior o senhor deixou de responder, simplesmente tentando desqualificar-me (...fruto da mesma árvore...). Mas, o senhor se deu ao trabalho de verificar se o Sr. Everardo fala a verdade?

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  12. Faço o mesmo que você. O que está escrito entendo como posicionamento, eventualmente como verdade para mim.

    Por exemplo, Everardo e o "querido" anonimo são para mim fruto da mesma árvore.

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  13. Sou estudante de psicologia e católico. Acho que o Sr. Olavo cometeu de fato um deslize que o Sr. Everardo está explorando. Mas, não convém chafurdar esse assunto pois isso poderá terminar mal para a imagem do Olavo. ERu mesmo fiquei chateado.

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  14. Olavo pode ter errado, pode ter acertado, ele é humano. Não fique chateado, Everardo está devidamente bloqueado por ser um CANALHA que não é capaz de dar uma de suas cuecas para um irmão que não tenha nenhuma. Portanto, um lixo humano não pode e não conseguir chatear a ninguém.

    Eu acho muito pouco provável Olavo de Carvalho abrir a boca em um artigo e falar besteira, mas enfim...

    Abraços

    CT

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  15. Interessante, senhor Cavaleiro, é que o Sr. Olavo de Carvalho mente, calunia, faz o diabo, e o canalha é quem pega ele na mentira. Que ética é essa sua?

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  16. É a ética de um homem que sabe que está conversando com um VERME que crê (ou faz de conta que crê) que descobriu um furo e ao invés de falar com o autor se esquiva e tenta de todas as maneiras aparecer MAS não junto ao autor citado.

    É a ética de um homem que percebe um CANALHA com o velho discurso da igualdade MAS que CONFESSA que não é capaz de dar uma cueca para um irmão que não tenha nenhuma.

    "Só" isto tudo.

    CT

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  17. Credo! DEscobriu UM FURO? Isso é a fossa das Curilas...

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  18. Pois é, rapaz. Ou moça. Ou sei lá o que.

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  19. Mas a teoria do Dr. Olavo é realmente esquisita pois se o homem não é psicólogo e ainda não aceita a psicologia? Eu não quero fazer como outros fazem em blogs de esquerda mas é bom que o Dr. Olavo esclareça isso tin tin por tin tin não achas?

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  20. Não entendi. Mas o e-mail dele está no site, www.olavodecarvalho.org.

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  21. O senhor publica as matérias do Olavo no seu blog mas manda os comentários para o blog dele. Que coisa esquisita! O senhor tem um blog para quê? Para ser mero panfleto?

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  22. Talvez até mesmo as alfaces saibam para que serve um blog. No caso deste artigo, serviu para publicar um artigo escrito por uma pessoa que não eu. Portanto, coisa óbvia para seres humanos não analfabetos funcionais é, no caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões que as mesmas sejam enviadas para o autor do artigo.

    Ou você acha que, por exemplo, uma editora tenha que RESPONDER as questões dos leitores dos livros que ela publica?

    Ter que explicar isto para quem usa um computador é o cúmulo. E isto é o brasileiro de hoje...

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  23. Você tem toda a razão, Cavaleiro. Quem deve responder é o Dr. Olavo. O autor das imbecilidades é ele, você apenas obedece. Anauê!!

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  24. ADORO esuqerdopatas no meu blog. Devem se morder de raiva quando se vêem expostos, não é mesmo?

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  25. É mesmo. Eu também adoro!

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