06/05/2008
Roma, 06 mai (RV) - Os religiosos são responsáveis por 27% dos cuidados e da assistência aos doentes de AIDS em todo o mundo.
O dado foi divulgado na apresentação do relatório "Um serviço de amor. Análise global do empenho dos institutos religiosos contra o HIV e contra a AIDS", durante o Congresso da União dos Superiores Gerais (UISG) e da União internacional das Superioras Gerais (USG), que se concluiu ontem em Roma.
O padre Frank Monks, da Comissão para a Saúde dos organismos, afirmou que esse dado de 27% é importante, pois indica que a resposta dos religiosos ao problema do HIV nem sempre foi visível, obscurecida pela atenção quase exclusiva que o mundo secular reservou à questão do preservativo. "O modo dos religiosos de enfrentar a questão, ao invés, vai além", disse.
De fato, os institutos católicos estão empenhados em várias frentes: tratamento médico, prevenção geral, prevenção da transmissão mãe-filho, cuidados dos órfãos e das famílias atingidas, assistência espiritual, educação sexual e, por fim, a pesquisa, em especial para se encontrar a vacina contra a doença. Contudo, explica o padre Robert Vitillo, conselheiro especial da Caritas Internacional sobre HIV e AIDS, apesar desse empenho, a Igreja perde demasiado tempo em busca de fundos.
Na África, os institutos religiosos não renunciam a confrontar-se com a delicada questão do preservativo. A missionária comboniana e coordenadora do projeto, Ir. Maria Martinelli, explica que os princípios da Igreja a propósito são conhecidos, mas, na prática, considerando que os religiosos lidam com pessoas de várias religiões, culturas e etnias, "percebe-se que, em situações especiais, o preservativo é necessário".
A Igreja Católica é particularmente ativa na África austral, onde a pandemia da AIDS alcançou a difusão de 30% na população entre 25 e 40 anos e onde houve uma queda da expectativa de vida de 60 para 35 anos. (BF)
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