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sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Plano Macabro de um Delinqüente Internacional


(Reinaldo Azevedo comenta artigo do jornal Hondurenho El Heraldo - Chávez planeaba una masacre en Honduras)


A agência AFP captou o momento em que o ditador da Venezuela comandava, de seu gabinete, a operação.

A imprensa brasileira, com exceções aqui e ali, segue a sua rotina vergonhosa de submissão ao golpismo bolivariano, ignorando todas as evidências de que Manuel Zelaya preparava um assalto à Constituição democrática. Pior: ignora a sua confissão. Agora, deve dar de ombros também para o fato de que Chávez coordenou pessoalmente a tentativa de retorno do chicaneiro a Honduras e apostava num banho de sangue.

A agência AFP captou o momento em que o ditador da Venezuela comandava, de seu gabinete, a operação. Até aí, já se sabia, não? O avião em que estava o ex-presidente hondurenho pertence ao braço da PDVSA nos Estados Unidos. Um repórter da TV de Chávez acompanhava a viagem, tudo transmitido ao vivo pela emissora oficial da Venezuela. O que não se tinha era a prova de que se planejava um massacre. Reportagem do jornal hondurenho El Heraldo.hn conta a história.

Estão vendo aquela lousa ao lado de Chávez? Está tudo ali. Traduzo trechos de reportagem do jornal hondurenho:

Mais do que ver um ex-militar golpista apontando para seu televisor Panasonic e aplaudindo a “façanha” de Zelaya, que era transmitida ao vivo pela Rede Telesur, especialistas em temas políticos e segurança chamaram a atenção para a mensagem escrita na lousa de fórmica e que pode ser uma clara manifestação de que o objetivo era provocar um massacre.

Afinado com as intenções que revela o escrito na lousa, Zelaya pedia, do avião, por intermédio de uma comunicação por satélite, que a população invadisse a pista do aeroporto para retirar os obstáculos que haviam sido colocado pelas forças militares. Houve a tentativa, mas a ação foi reprimida pelos soldados e pela polícia, que, segundo a Comissão de Direitos Humanos, usavam balas de borracha.

A mensagem textual na lousa de Chávez diz:
“051345JUL09 Enjambre de abejas africanas, Tribuna Presidencial, heridos por picadas y desesperación de las personas.”

Mario Berríos, advogado e especialista em temas políticos e de segurança, assegura que se trata de uma mensagem escrita em código. O escrito “051345JUL09?, segundo ele, é o que se chama, em doutrina militar, “grupo-fecha-hora”. A mensagem revela o dia (05), o ano (2009) e a hora (13:45), e foi precisamente a hora em que a manifestação estava vencendo os policiais nas imediações de Camosa, sendo insuficientes os cordões de segurança para conter os que protestavam e impedir que se aproximassem do aeroporto Toncontín.

“Enxame de abelhas (Enjambre de abejas) africanas” se refere à manifestação, que, em alguns países, tem sido capaz de derrubar governos. No caso da ocorrina no domingo, em frente ao aeroporto, Berríos observa que, com efeito, os manifestantes chegaram de todos os cantos do país e “felizmente, não foi tão numerosa a ponto de derrubar o governo e vencer as Forças Armadas e a polícia”.

“Tribuna presidencial” significa que, ali mesmo, se daria posse a Zelaya, declarando-o novamente no poder da nação. A expressão “feridos por picadas”, segundo Berríos, pode ser o mais preocupante da mensagem e da Operação Chávez, já que denota que o objetivo era provocar uma resposta violenta das forças militares e policiais ou que, mesmo entre os manifestantes, haveria feridos, com tiros a queima-roupa para provocar novos mártires”.

Cabe destacar que, um dia antes, o cardeal Óscar Rodriguez lembrou que não era recomendável o retorno de Zelaya. E observou que, afinal, no país, não havia um só morto em razão da crise política.

“Desespero das pessoas” poderia significar que a estratégia final era provocar o caos e um estado de ingovernabilidade diante de mortos e feridos.
(…)

Comento

Qualquer leitor, eu inclusive, fica um pouco com o pé atrás, não? Há, acima, interpretação, é verdade. E se Chávez agora se interessa mesmo por abelhas africanas, não é mesmo? Ora, querem coisa mais comum do mundo do que um presidente ter em sua sala uma lousa de fórmica com os dizeres “abelhas africanas”, “feridos”, “desespero das pessoas” e “tribuna presidencial”? E isso no momento em que acompanha, azo vivo, uma operação em solo estrangeiro - com a invasão do espaço aéreo daquele país, é bom notar.

Quanto a Zelaya… Que tipo de governante incita seu próprio povo a confrontar soldados armados, pedindo que avancem contra equipamentos militares? Bem, é o tipo de governante que merece o apoio de líderes do mundo inteiro - inclusive o de Barack Hussein, que reconhece antiamericanismo no sujeito, mas tudo bem…

Ainda que a mensagem na lousa de Chávez nada significasse, o fato é que a foto o flagra acompanhando, numa transmissão via satélite, o que pode ser caracterizado como uma intervenção em solo estrangeiro.

Alguma esperança

Óscar Arias, presidente da Costa Rica, foi indicado como mediador da crise, como vocês já devem ter lido. Foi aceito pelas partes em conflito e deve começar por promover um encontro entre Manuel Zelaya e Roberto Micheletti, presidente interino de Honduras. Vamos ver. Até agora, os bolivarianos falharam em duas tacadas:

a) no golpe que implantaria um regime chavista no país;
b) na tentativa de induzir uma resposta violenta dos militares, que resultasse num banho de sangue.

Honduras resiste a um impressionante cerco, que, acreditem, ainda tem no comando um bandido explícito como Hugo Chávez. Quanto à esmagadora maioria da imprensa brasileira, dizer o quê? A cobertura nunca foi tão parecida com a do Granma, o jornal do Partido Comunista de Cuba. Como não é Granma que se esforça para ter o padrão do jornalismo que se faz no Brasil, é, então, o jornalismo que se faz no Brasil que está se esforçando para ter o padrão do Granma. E está sendo muito bem-sucedida na tarefa.

Um comentário:

  1. Olá Templário,
    Entendo que as Forças Armadas Brasileiras deveriam adotar as mesmas ações, no caso do atual presidente continuar com essa palhaçada de terceiro mandato via consulta popular, isto é um plebiscito. Peço desculpas por defender as armas, porém o exército de Honduras agiu como numa orquestra !!!
    Um forte abraço,
    Toni

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