17.07.2009 - 9:06am | Seção: Política
É o fim
Quando assumiu o governo do Rio de Janeiro, em 2006, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) disse que sua meta maior era o combate à criminalidade. Passados pouco mais de três anos de sua messiânica promessa, Cabral continua perdendo a guerra para os bandidos que há muito tomam conta do Rio, em especial da Cidade Maravilhosa, se é que assim ainda pode ser chamada. Como se isso não bastasse, Cabral Filho tem fechado os olhos para a corrupção que grassa em alguns setores da polícia fluminense.
Médico legista, Daniel Ponte ousou, tempos atrás, denunciar os escandalosos casos de corrupção que dominam o IML do Rio. Por conta das denúncias, todos comprovadas documentalmente, Ponte foi obrigado a fugir, na companhia da mãe, para evitar uma tragédia. Ameaçado de morte inúmeras vezes, Daniel Ponte continua à espera de uma providência por parte das autoridades brasileiras, muitas das quais preocupadas em indenizar ou homenagear os perseguidos pelo regime militar. Tudo muito justo, mas o Estado tem a obrigação de preservar a vida daqueles que são vítimas de sua falência.
Há dias, o médico legista foi informado da morte de uma tia (Julieta Alves), no Rio de Janeiro, mas por conta das inúmeras ameaças não pode comparecer ao velório e ao sepultamento da mulher que foi a sua segunda mãe. O descaso das autoridades brasileiras e fluminenses é tamanho que Daniel Ponte precisou recorrer à Organização dos Estados Americanos (OEA).
O presidente Lula da Silva, que emprestou algumas doses de messianismo ao aliado Sérgio Cabral Filho, precisa cobrar de seus colaboradores a imediata solução do caso de Daniel Ponte. Até porque, quando estava preso durante a ditadura militar, Lula da Silva foi levado de maneira civilizada ao enterro de sua mãe, Dona Lindu.
Presidente Lula, o Brasil é um país de todos e o médico Daniel Ponte é um deles!
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