23 DE JANEIRO DE 2009
Uma ladainha famosa na imprensa governista (sustentada por Petrobras, Caixa Econômica, Banco do Brasil e outros) é a de que o governo Lula sofre uma campanha implacável da oposição, que por sua vez está associada à imprensa golpista (qualquer uma que faça algo parecido com jornalismo) na missão de derrubar o presidente mais popular da história do universo.
As duas partes ganham com esse discurso: o governo tem espaço para a propaganda e os propagandistas têm as verbas do Franklin Martins. O papo furado de perseguição ao PT, e falo por experiência, faz sucesso em faculdades de comunicação, 90% delas comandadas por professores petistas. Os outros 10% se dividem entre PSOL e PC do B.
Mas não existe oposição partidária ao governo Lula. Em seis anos, a única derrota governista foi a derrubada da CPMF. Só. Vão gastar milhões para criar uma TV que ninguém vai ver? Tudo bem, vão em frente. O filho do presidente está metido numa maracutaia da telefonia? Tudo bem, deixa o Lulinha pra lá. O presidente deu a Petrobras na Bolívia para o amiguinho de Foro de São Paulo? Grande coisa. O presidente foi cúmplice do maior escândalo de corrupção da República brasileira, em que um Poder literalmente comprou outro? Tudo bem. Ninguém quer estragar a festa de um líder messiânico com 80% de aprovação.
Depois de tudo, Lula está sentado em sua cadeira presidencial, na maior tranqüilidade, completamente a salvo de uma oposição que não existe.
Qualquer pessoa minimamente alfabetizada é capaz de perceber isso. Se ainda existe algum inocente acreditando no mito da oposição que não dá descanso a Lula, ou no mito ainda maior da própria existência de uma oposição, sugiro que observe o comportamento da dita cuja (PSDB? DEM? Que piada) diante do caso Cesare Battisti. O PT deu abrigo a um assassino de quatro pessoas na Itália. A repulsa lá é generalizada. Até mesmo partidos da esquerda italiana ficaram chocados. Foi “uma cuspida na cara” dos italianos, como disse Severino Santiapiachi, procurador da Corte de Cassação daquele país. E cadê a oposição brasileira? Você viu algo mais significativo do que um muxoxo?
Representantes de praticamente todos os partidos italianos, da esquerda à direita, se pronunciaram duramente contra a decisão desse canalha chamado Tarso Genro. O governo italiano já apelou ao nosso STF. E a nossa oposição? Está calada, como sempre esteve.
O governo italiano está brigando pela extradição do “escritor” (é assim que Battisti é tratado por seus amigos brasileiros). E a nossa suposta oposição faz o quê? Nadica de nada. É por isso que o PT pode continuar aparelhando o Estado até alcançar o estágio do partido único (o Roger Prado, do blog Cafeinado, acha que já estamos lá). É por isso que Dilma Rousseff só não será presidente em 2011 se Lula não quiser.
O PSDB é oposição ao governo Lula? O DEM é oposição ao governo Lula? Que piada. Passaram seis anos cumprindo as ordens do PT e nunca vão importuná-lo. Taí o caso Battisti para quem quiser ver.
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