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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Idiotas úteis" e a doença mental

CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA VIVIDA OU DESCONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA ESCRITA
SEGUNDA-FEIRA, JANEIRO 26, 2009

É típico de uma mente contaminada achar que não existe realidade. Este tipo de mente só acha que tudo o que existe é expressão de opinião e sentimento. Assim criamos as situações mais díspares e esdrúxulas de todas quando alguém se pronuncia defendendo algo verdadeiro e logo um idiota contaminado se une a outros idiotas e proclamam em uníssono que aquela opinião está errada, simplesmente porque assim proclamam. Quanto maior o assunto, quanto mais grave ele for e tiver maior repercussão nos recônditos mentais, mais está sujeito à essa forma de deturpação da realidade.

Essa maneira de ver o mundo contamina principalmente nossos acadêmicos e jornalistas que acham não existir mais nada que a narrativa. E simplesmente ganha o joguinho idiota quem fizer prevalecer sua narrativa independentemente dos fatos mesmo. Logicamente que qualquer idiota (o uso aqui da palavra idiota se dá no nível dos “idiotas úteis”, termo cunhado por Lênin) confrontado com sua narrativa esperneará juntamente com seus cupinchas e tentará fazer com que sua opinião prevaleça. Fica meio difícil fazer isso com uma realidade objetiva última. Não adianta o grupinho de idiotas espernear dizendo que o carro em que eles estão não exista, o carro vai continuar existindo. 

Assim é bem mais fácil fazer isso no campo jornalístico ou acadêmico. Sentado atrás de uma mesa ou protegido atrás de um título acadêmico, qualquer esperneio em grupo é logo taxado de verdadeiro, por mais que seja a mentira última mais sem vergonha. Quando um grupo de “úteis” são designados para o trabalho do esperneio não se pode mais confiar neles para saber a verdade. Pode-se confiar neles para descobrir a moda da hora ou a lavagem cerebral corrente, mas nunca para saber a verdade. Assim enquanto Obama no seu primeiro dia de presidente assina o maior acordo para promover o aborto mundialmente, temos que ficar ouvido de sua cor, seu sorriso, seu carisma, as esperanças do mundo, as possibilidades do milagre desejado etc. Nunca somos confrontados ou nos confrontamos com a realidade.

Dessa maneira nossa classe média acredita piamente no “coitadismo”. Ela acredita irremediavelmente que os pobres são pobres por sua culpa, de ter dinheiro. Acredita-se no mito de que para uns terem um pouco outros não podem ter nada. Dá-lhe esmola, ajuda pra ONGs, militantismo pelos direitos do homem, pela dignidade humana etc. Poderíamos ter pena do sujeito pobre, que não foi educado e ganha a vida mal e porcamente? Talvez. Mas preferimos ter pena do bandido, do ladrão, do traficante, do malandro, da puta etc. Chegamos ao ápice da deformação mental ao dizer claramente que roubar dinheiro dentro de um gabinete é pior que matar uma pessoa. Sério! E as pessoas continuam discutindo isso mesmo depois de qualquer argumento do tipo: VIDA HUMANA. A perda da causa e conseqüência mais imediata as fazem relativizar toda a moral e toda a ética em prol de um desdobramento infinito que vai terminar em quem? No pobre, novamente. Antes de ver que o roubo de dinheiro por um político atenta contra suas vidas, sua saúde, sua educação, seu salário, seu transporte, seus serviços... teimam em concluir que o dinheiro roubado vai matar milhares ou milhões de pobres que não tem nada a ver com a história, por uma cadeira de causa e conseqüência das mais obtusas e implausíveis. 

Quem teima em ver a realidade em prol do pobre, e somente do pobre, teima em fazer exatamente como os jornais e demais mídias procuram conduzir o pensamento. Tudo sempre se refere aos pobres, aos miseráveis, aos flagelados etc. A educação tem que ser limada na base para que os padrões caiam absurdamente a fim de uma inserção social. O dinheiro há de ser distribuído da forma mais obtusa possível pelo pensamento paternalista. Ninguém nunca vê que essas medidas não são tentativas de melhorar alguma coisa, consertar um pouquinho disso ou daquilo. Essas coisas servem somente para deixar o problema como está e criar outro, de profundidade muito maior. Toda vez que o preceito democrático é usado ao extremo... este tente a desmoronar. Se todos que possuímos direitos a isso ou aquilo outro reivindicarmos nossos direitos conjuntamente e da maneira máxima a máquina governamental quebra, se esfacela e enguiça. Agora imagine se todas as pessoas forem colocadas na balança e forem criados milhares de direitos específicos para elas?

A mente humana criada livremente é capaz das maiores proezas. Ela é capaz das associações mais óbvias e das conclusões diretas mais elementares. Mas adoecida ela peca em fazer as operações mentais mais simples. A doença de nosso tempo é exatamente essa: achar que não há verdade, só há opiniões e expressões. Baseados nessa falcatrua intelectual implantada na mente de bilhões de seres humanos tiramos a conclusão direta e inescapável: contaminados por essa doença mental toda a realidade desaparece, prevalecendo o discurso.

Prevalecendo o discurso podem inventar qualquer realidade possível, basta que caiba dentro do discurso. Foi exatamente por esse meio que Obama não foi eleito. Elegeram em seu lugar uma idéia de esperança milagrosa. Sua cor de pele significou uma quebra de paradigma (virtual) e uma promessa de tempos melhores, mais brandos e humanos, quando na verdade a realidade se impõe por si mesma. Basta que o povo desligue a televisão para em menos tempo do que imagina começar a perceber a verdade. Sua vida crua e dura é tudo que lhe resta, e tais tipos de governantes só farão piorar, assim como o fez logo no começo do mandato ao assinar a proposta de gastar bilhões de dólares em plena crise com o fomento do aborto no mundo, para esperança Obama se mostra um perfeito traíra logo de cara. E o pior de tudo é que seus eleitores cristãos, protestantes, judeus, evangélicos e mulçumanos regozijam com seu salvador, o primeiro a ir contra suas crenças. Este é o tipo de reversão mental doentia a que as mentes estão condicionadas, esquecer a realidade e acreditar no discurso. Esquecendo que existe uma realidade que se impõe sobre cada discurso. Mas quando for perceber isso já será tarde demais.

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