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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Brasil – Empresário sul-africano morre com suspeita de Ebóla

MOVIMENTO ORDEM E VIGÍLIA CONTRA CORRUPÇÃO
Postado por movimento ordem e vigilia contra corrupção às 12/03/2008 10:47:00 AM


VÍRUS “MISTERIOSO” MATA NO RIO

"Um empresário sul-africano morreu nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, de febre hemorrágica. Há suspeitas da febre ter sido provocada pelo vírus Ebóla. Reportagem de Fábio Barreto." Assista ao vídeo da
BAND

No final da pauta, no texto oculto do blog (leia mais aqui), você tem a matéria aberta de O Globo, indicando que o laboratório de “nível 3” foi acionado para exumação do cadáver. No entanto, uma informação mais atualizada, agora pela manhã, do Portal Terra (também, no texto oculto) informa que a necropsia do corpo não poderá ser feita, pois o IML não tem o “nível 4” de segurança - a graduação exigida para esses casos. Por Gaúcho/Gabriela


VÍRUS HEMORRÁGICO MATA NO RIO
Morte de sul-africano por doença desconhecida põe em alerta autoridades - Antônio Marinho e Roberta Jansen O Globo –

Um empresário sul-africano de 53 anos morreu ontem na Casa de Saúde São José vítima de uma febre hemorrágica desconhecida. O sul-africano foi internado no sábado. O Ministério da Saúde enviou amostras para testes na Fiocruz e alertou autoridades sanitárias de países vizinhos. O corpo está num caixão lacrado e será repatriado.

Um empresário sul-africano, de 53 anos, morreu na manhã de ontem na Casa de Saúde São José, no Humaitá, vítima de febre hemorrágica. Amostras de seu sangue foram enviadas para análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), seguindo procedimentos de segurança máxima, e o resultado só deverá ser divulgado em dois ou três dias. Mas, segundo o Ministério da Saúde, a maior probabilidade é que seja arenavírus. Pelo tipo de vírus, a origem do paciente e os sintomas apresentados, especialistas especulam que o sul-africano teria febre de Lassa. O caso deixou as autoridades em alerta: a Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e o consulado da África do Sul foram notificados.

Por orientação do Ministério da Saúde, o hospital não informou o nome do paciente, país de procedência e onde ele estava hospedado. O sul-africano foi internado na madrugada de sábado. Segundo o Ministério da Saúde, ele chegou ao Brasil no último dia 23 de novembro - detalhes do vôo e do monitoramento de outros passageiros não foram divulgados. No dia 25, apresentou os primeiros sintomas de doença febril hemorrágica. No dia 28 procurou o Hospital Barra D"Or, na Barra da Tijuca, e, em seguida a Casa de Saúde São José, com quadro clínico de "febre, calafrios, vômitos, sangue na urina, aumento do fígado e pequenas erupções na pele". O consulado da África do Sul teria sido acionado para entrar em contato com parentes do empresário e tomar as providências de traslado do corpo, em caixão de zinco lacrado. Mas até ontem à noite o cônsul honorário do país no Rio, Philippe Tasso Bragança, não havia sido informado do caso.


LABORATÓRIO DE NÍVEL 3 É ACIONADO
Não se sabe ainda qual vírus que pode ter causado os sintomas, mas o caso é considerado grave porque o paciente veio da África, origem de vírus letais, como Ebola e Marburg. A principal suspeita do Ministério da Saúde são os arenavírus, transmitidos por contato direto com secreções de roedores ou de pacientes infectados. Em nota oficial, o Ministério da Saúde diz que "investigações preliminares descartaram dengue, malária e Ebola". Além de febre de Lassa, estão sendo investigadas hipóteses como leptospirose, hantaviroses e hepatites.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, não há relato de sintomas entre os profissionais de saúde que tiveram contato com o paciente. Essas pessoas estão sendo identificadas e serão monitoradas, de forma preventiva, pelas autoridades sanitárias. A Casa de Saúde São José disse que durante o período em que o paciente ficou internado todas as medidas de isolamento para garantir a segurança de pacientes e médicos foram tomadas. O infectologista da UFRJ Roberto Medronho disse que, seja qual for o vírus, é preciso que as pessoas que estiveram em contato com o paciente depois que a doença se manifestou sejam informadas, mesmo não havendo agora, pós-exposição, um tratamento preventivo.

Os médicos não informaram o que o sul-africano fazia no Brasil e com quantas pessoas ele teve contato no período de infecção. Informações extraoficiais indicam que ele seria um engenheiro que teria vindo ao país para dar um curso ou palestra.

Segundo o Ministério da Saúde, não se recomenda a realização de quarentena, pois o contágio só ocorre após o aparecimento dos sintomas. O período de incubação é entre sete e 16 dias.

O Ministério da Saúde comunicou o caso à Opas, assim como as medidas adotadas. A nota oficial, assinada pelo diretor médico da casa de saúde, Eduardo César Cortes de Gouvêa e Silva, diz que o paciente "evoluiu para óbito devido a complicações em seu quadro clínico, sugestivo de febre hemorrágica a esclarecer". A Secretaria estadual Saúde do Rio informou que as providências com relação ao caso serão tomadas pelo Ministério da Saúde.

O presidente da Fiocruz, Paulo Buss, disse ontem que as amostras do paciente foram levadas para os laboratórios da instituição, onde serão estudadas. Como não se sabe que tipo de microorganismo seria o causador da febre hemorrágica, os procedimentos de segurança adotados são de nível máximo, similares aos de manipulação dos mais letais vírus, como Ebola ou Marburg.

- Os procedimentos de segurança foram os mais completos possíveis e não há razão para desespero - afirmou Buss. - Qualquer caso de febre hemorrágica aguda, tratamos como se fosse causada pelo agente mais grave. Ou seja, o paciente é isolado, o local é totalmente controlado, produtos não entram nem saem daquela área, dejetos são incinerados. Estou falando do procedimento padrão adotado nesses casos.

O Brasil não tem laboratórios de nível de segurança 4, mas, segundo Buss, os laboratórios de nível 3 da Fiocruz estão aptos a manipular o agente causador da febre do paciente sem riscos para o seu quadro de especialistas e para a população.

- Há técnicas simples de bioproteção que podem ser adotadas para garantir a segurança - afirmou ele. - Não há risco de o agente se disseminar nem nada disso.

Buss garantiu que será possível ter o diagnóstico em no máximo três dias porque, embora febres hemorrágicas possam ser causadas por uma vasta gama de agentes (inclusive bactérias), outras informações ajudam a excluir muitas hipóteses.

- Os dados epidemiológicos vão nos fazer enveredar por um caminho ou outro - explicou Buss. - A evolução da doença, a rapidez, os sintomas paralelos vão nos ajudar a formar a história clínica.


IML NÃO TEM SEGURANÇA PARA RECEBER AFRICANO
O Instituto Médico Legal (IML) não tem condições de segurança para receber o corpo do empresário sul-africano, nem para realizar a necropsia, exame que ajudaria a descobrir a causa da morte. Ele morreu na manhã dessa terça-feira na Clínica São José, no Rio de Janeiro, vítima de uma suposta febre hemorrágica.

Chegamos a preparar um local para receber o corpo e mantê-lo isolado, mas não temos o nível de segurança 4, que é o exigido. Por isso, caso tenha que ser feita a necropsia do corpo, esse procedimento deve ser realizado pelo Exército", afirmou ontem o diretor do IML, Jefferson Oliveira.

De acordo com Jefferson, o corpo do empresário deve ser cremado devido ao risco de contaminação. "Segundo normas, o cadáver não pode ser sepultado nem voltar para o país de origem", explica o diretor do IML.

Mas, de acordo com nota do Ministério da Saúde, o Consulado da África do Sul no Rio foi contatado para as providências do translado do corpo, em caixão de zinco lacrado. Por enquanto o corpo do empresário sul-africano permanece na Casa de Saúde São José.
Portal Terra

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