Autor(es): Leila Suwwan
O Globo - 29/10/2008
PMDB, PSDB e PP tiveram sucesso com quase a metade de seus representantes; desempenho do PPS foi de 25%
Apesar de aumentar o número de prefeituras sob seu comando, o PT registrou nestas eleições o pior índice de sucesso entre os principais partidos do país. Dos 1.632 candidatos a prefeito lançados, pouco mais de um terço foi eleito - 34%. Entre esses 559 vitoriosos, 232 são prefeitos que foram reeleitos. E o número de votos nominais recebidos pela sigla foi praticamente o mesmo de 2004: 16,5 milhões. Os dados reforçam a tese de que o PT não conseguiu traduzir nas urnas o bom desempenho do segundo mandato do presidente Lula. PMDB, PP e PSDB registraram a mais alta taxa de sucesso eleitoral - o número de eleitos em relação ao total de candidatos lançados.
Esses três partidos elegeram quase a metade dos candidatos a prefeito que lançaram. Porém, apenas o PMDB teve um aumento expressivo, de 29%, no número de votos, chegando a 18,4 milhões. O PP se manteve estacionado em 6,1 milhões de votos, e os tucanos perderam 8% dos votos totais.
Os petistas, que comemoram o resultado eleitoral, consideram o índice de sucesso irrelevante, alegando que a legenda tem tradição histórica em lançar muitos candidatos. Segundo Gleber Naime, secretário de Comunicação do PT e integrante do Grupo de Trabalho das Eleições (GTE), essa tradição não é um "princípio" partidário e a conjuntura favorece o aumento de alianças no futuro, para o partido não ser tachado de "hegemonista".
Perguntado sobre a expectativa de melhor desempenho, devido à popularidade do governo federal, Naime disse que ao partido não interessa o "falso inchaço do poder":
- O crescimento do PT é sustentado. Não queremos um crescimento igual ao do PSDB quando estava no governo, com inchaço da filiação e da base parlamentar, sem critério, apenas pelo atrativo do poder. O crescimento do PT é real, não está ligado ao oportunismo.
Em 2004, desempenho do PT foi ainda pior
Em 2004, o índice de sucesso das candidaturas petistas às prefeituras foi ainda mais baixo, de 21,1%. E o do PSDB, que lançou quase o mesmo número de candidatos, foi notadamente maior: 45%. Naquele ano, o PT sofria desgaste pela política de contenção econômica do primeiro mandato de Lula.
Neste ano, o índice de sucesso do PSDB foi de 46% das candidaturas, comparado com 45,1% de 2004, sendo que agora foram lançados 208 candidatos a menos. O recuo tucano este ano foi de 10% no número de prefeituras e de 8% no total de votos, mas os dirigentes do partido rejeitam a avaliação de que perderam nessa eleição. Argumentam que a manutenção da estatura do partido nas eleições, em confronto direto com a máquina federal, é, na realidade, uma vitória.
O PMDB, que agora pressionará por mais espaço no governo, melhorou seu índice de sucesso de 42,6% para 47% entre 2004 e 2008, e elegeu 1.201 prefeitos - isso se deve, entre outros fatores, ao fato de o partido ser o mais bem-estruturado, e presente, em todas as regiões.
Nestas eleições, apenas o PPS, entre as dez legendas mais importantes, teve um índice pior que o do PT, com 25%. A rejeição, neste caso, teve efeito direto no partido, que perdeu metade de sua base de votos de 2004 e encolheu em 58% seu número de prefeituras.
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