REUTERS, AP E AFP, Terça-Feira, 21 de Outubro de 2008
Políticos de oposição chegaram a estocar água e comida para resistir à pressão no interior do Congresso
Com a iminência da chegada da marcha de 100 mil indígenas a La Paz para pressionar a oposição a aprovar o referendo constitucional, os congressistas contrários à proposta do presidente Evo Morales preparavam-se no início da tarde de ontem para uma verdadeira guerra. Muitos levaram água, alimentos e roupas para o Congresso para resistir a um possível cerco dos aliados de Evo.
Galeria de fotos da marcha
"Inicialmente, nossos parlamentares estão prontos para resistir por até uma semana", disse ao Estado Marco Júlio, chefe de comunicações da bancada do partido opositor Podemos no Senado. "Mas é claro que se os governistas tomarem medidas radicais, cortando a luz e a água, a situação pode se deteriorar rapidamente."
Alguns deputados estavam acampados no Congresso desde sexta-feira. O objetivo era garantir que eles estivessem presentes na Casa no momento da votação do projeto de consulta popular.
Sindicalistas e indígenas que participavam da marcha, porém, ameaçavam invadir a sede do Legislativo se a oposição não cedesse. "Eles têm de aprovar a convocação até o meio-dia, senão vamos tomar o Congresso", afirmou Fidel Surco, um dos líderes do movimento pró-governo.
Apesar de o anúncio do acordo ter evitado um conflito, alguns políticos de oposição criticaram a intimidação a que estiveram sujeitos, principalmente por considerar Evo responsável pela marcha. "Se houver violência, a responsabilidade será toda do presidente", afirmou o deputado Antonio Franco antes do acordo.
Impedir a entrada de parlamentares opositores para garantir a aprovação de um projeto do governo já ocorreu em outras ocasiões Bolívia.
Foi com essa estratégia, por exemplo, que Evo conseguiu aprovar no Senado um amplo acordo militar com a Venezuela em 2006, apesar de a oposição ter maioria na Casa. O fato de o presidente ter grande popularidade em La Paz é o que possibilita tal manobra.
Na cidade de Sucre, no ano passado, foi a oposição que cercou a sede da Assembléia Constituinte para garantir que suas demandas fossem incluídas no projeto em discussão. Na época, o governo transferiu a votação para uma escola militar.
Galeria de fotos da marcha
"Inicialmente, nossos parlamentares estão prontos para resistir por até uma semana", disse ao Estado Marco Júlio, chefe de comunicações da bancada do partido opositor Podemos no Senado. "Mas é claro que se os governistas tomarem medidas radicais, cortando a luz e a água, a situação pode se deteriorar rapidamente."
Alguns deputados estavam acampados no Congresso desde sexta-feira. O objetivo era garantir que eles estivessem presentes na Casa no momento da votação do projeto de consulta popular.
Sindicalistas e indígenas que participavam da marcha, porém, ameaçavam invadir a sede do Legislativo se a oposição não cedesse. "Eles têm de aprovar a convocação até o meio-dia, senão vamos tomar o Congresso", afirmou Fidel Surco, um dos líderes do movimento pró-governo.
Apesar de o anúncio do acordo ter evitado um conflito, alguns políticos de oposição criticaram a intimidação a que estiveram sujeitos, principalmente por considerar Evo responsável pela marcha. "Se houver violência, a responsabilidade será toda do presidente", afirmou o deputado Antonio Franco antes do acordo.
Impedir a entrada de parlamentares opositores para garantir a aprovação de um projeto do governo já ocorreu em outras ocasiões Bolívia.
Foi com essa estratégia, por exemplo, que Evo conseguiu aprovar no Senado um amplo acordo militar com a Venezuela em 2006, apesar de a oposição ter maioria na Casa. O fato de o presidente ter grande popularidade em La Paz é o que possibilita tal manobra.
Na cidade de Sucre, no ano passado, foi a oposição que cercou a sede da Assembléia Constituinte para garantir que suas demandas fossem incluídas no projeto em discussão. Na época, o governo transferiu a votação para uma escola militar.
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