CARTA DE BENTO GONÇALVES
Senhor – Em nome do povo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, depus o Presidente Braga e entreguei o governo ao substituto legal, doutor Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande eu lhe digo que, nesta Província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, dos rapapés e salamaleques, não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer espécie. O pampeiro destas paragens tempera sangue rio-grandense de modo diferente de certa gente que por aí há.
Nós, rio-grandenses, preferimos a morte no campo áspero da batalha às humilhações nas salas blandiciosas do Paço do Rio de Janeiro. O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, mais consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido por déspotas da fancaria.. Exigimos que o governo imperial nos dê um Presidente de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e, com a espada na mão, saberemos morrer com honra ou viver com liberdade.
É preciso que V. Exa. saiba, Senhor Regente, que é obra difícil, senão impossível, escravizar o Rio Grande, impondo-lhe governadores despóticos e tiranos. Em nome do Rio Grande, como brasileiro, eu lhe digo, reflita bem antes de responder, porque de sua resposta depende talvez o sossego do Brasil. Dela resultará a satisfação dos justos desejos de um punhado de brasileiros que defendeu contra a voracidade espanhola uma nesga fecunda da Pátria e dela poderá também resultar uma luta sangrenta, a ruína da Província ou a formação de um Estado dentro do Brasil.
Esta carta foi escrita quando Bento Gonçalves encontrava-se preso no Rio de Janeiro, por ocasião da Batalha de Fanfa, durante a Revolução Farroupilha.
Este documento mostra que os FARRAPOS não lutavam por um separatismo, mas sim pelo reconhecimento de um povo digno e trabalhador, calcados nos sublimes ideais, LIBERDADE, IGUALDADE E HUMANIDADE.
Nós, rio-grandenses, preferimos a morte no campo áspero da batalha às humilhações nas salas blandiciosas do Paço do Rio de Janeiro. O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, mais consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido por déspotas da fancaria.. Exigimos que o governo imperial nos dê um Presidente de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e, com a espada na mão, saberemos morrer com honra ou viver com liberdade.
É preciso que V. Exa. saiba, Senhor Regente, que é obra difícil, senão impossível, escravizar o Rio Grande, impondo-lhe governadores despóticos e tiranos. Em nome do Rio Grande, como brasileiro, eu lhe digo, reflita bem antes de responder, porque de sua resposta depende talvez o sossego do Brasil. Dela resultará a satisfação dos justos desejos de um punhado de brasileiros que defendeu contra a voracidade espanhola uma nesga fecunda da Pátria e dela poderá também resultar uma luta sangrenta, a ruína da Província ou a formação de um Estado dentro do Brasil.
Bento Gonçalves da Silva
21 de setembro de 1835
Esta carta foi escrita quando Bento Gonçalves encontrava-se preso no Rio de Janeiro, por ocasião da Batalha de Fanfa, durante a Revolução Farroupilha.
Este documento mostra que os FARRAPOS não lutavam por um separatismo, mas sim pelo reconhecimento de um povo digno e trabalhador, calcados nos sublimes ideais, LIBERDADE, IGUALDADE E HUMANIDADE.
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