Terça-feira, Outubro 21, 2008
CONTINUA (Reinaldo falando)
- Sei que o aviso já virou rotina, mas ainda estamos no Plano B;
- Sistema RSS não está funcionando;
- Os posts escritos de sábado, dia 11, a esta data, não constam do arquivo, organizado por datas (à esq.);
- O número que indica quantidade de comentários postados não tem atualização automática;
- Os posts têm sempre o mesmo endereço
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Publiquei ontem e reafirmo: em 10 anos, morreram apenas duas pessoas nas operações lideradas pelo GATE. Uma delas é Eloá. Neste ano, em 18 ações realizadas, 47 pessoas foram salvas. Em 12 delas, os que mantinham as vítimas em cárcere privado eram pessoas armadas e mentalmente perturbadas. Isso livra o GATE de qualquer crítica? Não! E acho, sim, que elas devem ser feitas. EU JAMAIS NEGUEI, DESDE O PRIMEIRO DIA, QUE TENHA HAVIDO ERROS NA OPERAÇÃO. A PRÓPRIA VEJA, CUMPRINDO O SEU PAPEL, OS APONTOU. O mais evidente, escrevo pela undécima vez, é a volta de jovem Nayara ao teatro de operações. Mas daí a esculhambar, como um bando de trapalhões, uma das unidades mais bem-treinadas do mundo, vai uma grande diferença. Daí a culpar a polícia pela morte da garota, como se tenta fazer, vai a distância que separa a razão da estupidez.
E o GATE não é competente porque eu quero. É porque os números indicam. Ou, então, que sejam contestados. Estou tentando saber quais são os das muitas unidades da SWAT. Serão equiparáveis aos do GATE? Quando e se souber, informo. De resto, um pouco mais de prudência com a polícia do estado que reduziu os homicídios em quase 70% ao longo de 12 anos. Se fosse obra do Espírito Santo, os outros estados teriam experimentado redução semelhante. Voltarei a este ponto. Agora vocês lerão uma breve narrativa. Ou três.
A PRIMEIRA NARRATIVA
Em 1995, dois assaltantes fizeram reféns 18 operários numa obra — a construção de uma mansão — no Morumbi. Era dia de pagamento. O GATE foi acionado. A negociação se prolongou. Dado o primeiro tiro por um dos bandidos, os policiais decidiram invadir a área. Resultado: quatro mortos — os dois bandidos e dois reféns. Sabem o que aconteceu com o comandante e todos os soldados da operação? Respondem até hoje por um processo sob a acusação de homicídio doloso — para ser preciso: homicídio doloso de quatro pessoas. Treze anos depois, eles ainda não se livraram. O comandante era conhecido na tropa. Liderara antes o cerco a uma rebelião num presídio de Hortolândia. Levou um tiro na boca. Ferido, chamou o imediato, o que está documentado, e determinou: “Não deixe o pessoal perder o controle”. O episódio do Morumbi, infelizmente, restou como um exemplo — um mau exemplo — para os homens que atuam na linha de frente do GATE. Já chegou lá.
A SEGUNDA NARRATIVA, QUE EMBUTE UMA TERCEIRA
Vocês se lembram da morte da vítima Geisa Firmo e de Sandro do Nascimento, que a tinha como refém, no famoso episódio do ônibus 174, no Rio? Ocorreu no dia 12 de junho de 2000. Virou filme — daqueles em que a polícia sai como vilã. Ao cobrir o caso, a rádio CBN e a Folha Online resolveram lembrar um outro episódio, em São Paulo. Segue o relato:
Pedro Caringi afirmou, na manhã desta terça-feira (13), durante uma entrevista à Rádio CBN, que a morte da refém Geisa Firmo Gonçalves, 20, e do assaltante, Sandro do Nascimento, 22, na ação de segunda-feira, no Rio de Janeiro, demonstra o despreparo da polícia para situações como esta. Caringi já sentiu na pele o peso de uma ação semelhante. Sua filha, a professora de Educação Física Adriana Caringi, 23, foi morta por um tiro disparado por um policial de elite quando era mantida como refém por um assaltante. O caso aconteceu no dia 20 de março de 1990. A casa onde a professora morava, na rua Tucuruna, 1187, Vila Pompéia, zona oeste de São Paulo, foi invadida por uma dupla de assaltantes.
Adriana foi usada como escudo pelo assaltante Gilberto Palhares. Os dois estavam numa janela no andar superior do sobrado. O cabo Marcos Antônio Furlan disparou um tiro de fuzil. Um único tiro disparado pelo PM, segundo a perícia, atingiu tanto a cabeça do assaltante como a professora. O Governo do Estado de São Paulo foi condenado a indenizar a família pela morte de Adriana. O juiz Pedro Aurélio Pires Maringolo afirmou em sua sentença que o disparo que vitimou a professora foi precipitado, inconseqüente e irresponsável. Furlan foi condenado em 1ª instância, sendo depois absolvido. Ele era integrante do Gate (Grupo de Ações Tática Especiais) desde a criação do grupo, um ano antes.
VOLTEI
Eu realmente fico muito impressionado com a certeza com que “especialistas” — e, claro, alguns leitores — afirmam interrogando: “Por que a Polícia não atirou!?” Ouvimos agora os diálogos do tal Lindemberg com os negociadores e, é óbvio, eles nos enchem de raiva. Lembramo-nos que, vá lá, ele saiu ileso e que Eloá está morta. Mesmo assim, é evidente que não se trata de um bandido profissional. Está, sim, mentalmente perturbado e, vê-se, disposto a tudo. Penso na reação dos chamados formadores de opinião se esse rapaz tivesse levado um tiro na testa. Os seus diálogos assumiriam o peso de um simbolismo: tinha ficha limpa, trabalhava e falava como um jovem pobre qualquer da periferia. A luta de classes, no Brasil, é o principal refúgio da canalhice intelectual.
Mas atenção! Assim seria, com uma espécie de massacre apenas moral da polícia, na hipótese de o tiro ser bem-sucedido e acertar Lindemberg. E no caso de erro? Um brasileiro que apareceu noFantástico, instrutor da SWAT, afirma que havia alvo para tanto. O GATE, que estava no local, sustenta que não — o que foi endossado pelo coronel José Vicente da Silva, um especialista em segurança, que não costuma se pautar por juízos corporativistas.
Não, engana-se quem achar que vou sair aqui acusando, como é mesmo?, a turma dos “direituzamos”. Não vou. Mas considerem: é inegável que o lugar de um comandante de uma unidade especializada da Polícia Militar, em situações de extrema tensão como a que ocorreu em Santo André, é um dos piores em que se pode estar. Um tiro significa um processo. Criou-se uma espécie de metafísica em que a policia, obrigada a operar com 100% de eficiência, está sempre, e por princípio, errada.
Vejo os “especialistas” a analisar imagens em computador. O tal instrutor da SWAT, por exemplo, que disse ter "vergonha" (???) do GATE, informou ao Fantástico como faria. Homens estariam pendurados, presos ao teto do edifício. Tão logo Eloá e Lindemberg aparecessem na janela, dois a agarrariam e um terceiro daria um tiro no rapaz. Os russos, claro, fariam tudo conforme o roteiro que ele estabeleceu. Excelente! Seria preciso combinar com as câmeras de TV — com megafone talvez... — para que mostrassem, sei lá, a aprazível topografia da periferia de Santo André enquanto o seqüestrador seria atraído para a janela para ser surpreendido pelos homens-aranha. Ou Lindemberg os veria na televisão, não é?, dada a transmissão ao vivo.
“Então você nega que o GATE tenha cometido erros, Reinaldo?” Assim é se lhes parece. Não nego. Apenas digo que as coisas parecem ser um tanto mais complexas e que uma tropa com tal experiência e com tal performance merece um tratamento um pouco acima da linha da imbecilidade que se lhe tenta atribuir.
E, claro, deixo aqui um questionamento incômodo: até que ponto as unidades especiais da polícia de São Paulo — ou de qualquer lugar do Brasil — não estão indo com medo para o teatro de operações, sabendo que a sua atuação é só a prévia de um julgamento em que, de saída, já estão condenadas? Não sou especialista em tiro — os há dizendo que havia condições para o disparo e também o contrário. Mas sei que, nos ombros, ou no dedo, do soldado vai uma responsabilidade que pode liquidar a sua carreira e, em alguns casos, a sua honra. O que vocês acham que sentiu e sente o soldado que matou Adriana Caringi?
É PRECISO DEFINIR
Sim, como sociedade, precisamos definir quais são os nossos heróis e quais são os nossos bandidos. É evidente que não se deve dar um cheque em branco à Polícia — a rigor, não se deve dá-lo a ninguém. Toda vigilância se faz necessária. Há um histórico de abusos, praticados por maus policiais, que não é pequeno. Mas também cumpre distinguir e separar o que é joio e o que é trigo.
Não há qualquer evidência ou liame lógico que nos digam que, não tivesse havido nenhuma falha, Eloá estaria viva. O estado de Lindemberg e seu comportamento dentro da casa não autorizam que se diga isso. Tal hipótese é mais uma indução ditada por certa predisposição contra a polícia do que dedução a partir dos fatos. Ouçam as gravações. Ele pedia a invasão porque buscava um pretexto para matar. A polícia diz que só agiu depois de ter ouvido um tiro.
Aí diz o tal rapaz da SWAT que suas operações não duram mais de 24 horas. Parece não ser bem assim, mas digamos que seja. Reconhecem-se por lá a autoridade do negociador e a expertise do policial que está em campo. Confia-se em seu julgamento. E os danos colaterais eventualmente havidos, incluindo a morte de reféns, são considerados desdobramentos infelizes da intervenção certa. Não é assim por aqui. Os casos aqui lembrados deixam claro que não.
Concluindo
Ademais, cuidado com a falácia lógica, para a qual a Escolástica já nos advertia, que consiste no seguinte raciocínio: “Post hoc, ergo propter hoc”, ou seja: “Depois disso; logo, por causa disso”. A polícia cometeu erros; logo, Eloá morreu em razão deles.
Eu, que vou dormir sempre de manhã, sei quando está amanhecendo, mesmo que pouco atento ao relógio, porque os passarinhos começam a cantar, os chatinhos. Um pouco depois, lá vem o raiar do dia. É sempre assim. Faz tempo. Desde quando existem esses bichinhos enervantes. Se eu matasse todos eles, nem por isso a luz do dia seria adiada. Sim, ela vem depois do canto. É fatal. Mas também viria sem ele num mundo mais justo — que é aquele sem passarinhos para perturbar os insones...
“Ah, então deixa tudo como está, Reinaldo!” Não, senhores! Que se corrijam os erros do GATE para que, nos próximos dez anos, em vez de apenas dois, não morra um só refém. Mas não é certo, nem justo, sapatear sobre a reputação de uma polícia que é, sim, eficiente. Precisamos aprender a repudiar os nossos bandidos.
E o GATE não é competente porque eu quero. É porque os números indicam. Ou, então, que sejam contestados. Estou tentando saber quais são os das muitas unidades da SWAT. Serão equiparáveis aos do GATE? Quando e se souber, informo. De resto, um pouco mais de prudência com a polícia do estado que reduziu os homicídios em quase 70% ao longo de 12 anos. Se fosse obra do Espírito Santo, os outros estados teriam experimentado redução semelhante. Voltarei a este ponto. Agora vocês lerão uma breve narrativa. Ou três.
A PRIMEIRA NARRATIVA
Em 1995, dois assaltantes fizeram reféns 18 operários numa obra — a construção de uma mansão — no Morumbi. Era dia de pagamento. O GATE foi acionado. A negociação se prolongou. Dado o primeiro tiro por um dos bandidos, os policiais decidiram invadir a área. Resultado: quatro mortos — os dois bandidos e dois reféns. Sabem o que aconteceu com o comandante e todos os soldados da operação? Respondem até hoje por um processo sob a acusação de homicídio doloso — para ser preciso: homicídio doloso de quatro pessoas. Treze anos depois, eles ainda não se livraram. O comandante era conhecido na tropa. Liderara antes o cerco a uma rebelião num presídio de Hortolândia. Levou um tiro na boca. Ferido, chamou o imediato, o que está documentado, e determinou: “Não deixe o pessoal perder o controle”. O episódio do Morumbi, infelizmente, restou como um exemplo — um mau exemplo — para os homens que atuam na linha de frente do GATE. Já chegou lá.
A SEGUNDA NARRATIVA, QUE EMBUTE UMA TERCEIRA
Vocês se lembram da morte da vítima Geisa Firmo e de Sandro do Nascimento, que a tinha como refém, no famoso episódio do ônibus 174, no Rio? Ocorreu no dia 12 de junho de 2000. Virou filme — daqueles em que a polícia sai como vilã. Ao cobrir o caso, a rádio CBN e a Folha Online resolveram lembrar um outro episódio, em São Paulo. Segue o relato:
Pedro Caringi afirmou, na manhã desta terça-feira (13), durante uma entrevista à Rádio CBN, que a morte da refém Geisa Firmo Gonçalves, 20, e do assaltante, Sandro do Nascimento, 22, na ação de segunda-feira, no Rio de Janeiro, demonstra o despreparo da polícia para situações como esta. Caringi já sentiu na pele o peso de uma ação semelhante. Sua filha, a professora de Educação Física Adriana Caringi, 23, foi morta por um tiro disparado por um policial de elite quando era mantida como refém por um assaltante. O caso aconteceu no dia 20 de março de 1990. A casa onde a professora morava, na rua Tucuruna, 1187, Vila Pompéia, zona oeste de São Paulo, foi invadida por uma dupla de assaltantes.
Adriana foi usada como escudo pelo assaltante Gilberto Palhares. Os dois estavam numa janela no andar superior do sobrado. O cabo Marcos Antônio Furlan disparou um tiro de fuzil. Um único tiro disparado pelo PM, segundo a perícia, atingiu tanto a cabeça do assaltante como a professora. O Governo do Estado de São Paulo foi condenado a indenizar a família pela morte de Adriana. O juiz Pedro Aurélio Pires Maringolo afirmou em sua sentença que o disparo que vitimou a professora foi precipitado, inconseqüente e irresponsável. Furlan foi condenado em 1ª instância, sendo depois absolvido. Ele era integrante do Gate (Grupo de Ações Tática Especiais) desde a criação do grupo, um ano antes.
VOLTEI
Eu realmente fico muito impressionado com a certeza com que “especialistas” — e, claro, alguns leitores — afirmam interrogando: “Por que a Polícia não atirou!?” Ouvimos agora os diálogos do tal Lindemberg com os negociadores e, é óbvio, eles nos enchem de raiva. Lembramo-nos que, vá lá, ele saiu ileso e que Eloá está morta. Mesmo assim, é evidente que não se trata de um bandido profissional. Está, sim, mentalmente perturbado e, vê-se, disposto a tudo. Penso na reação dos chamados formadores de opinião se esse rapaz tivesse levado um tiro na testa. Os seus diálogos assumiriam o peso de um simbolismo: tinha ficha limpa, trabalhava e falava como um jovem pobre qualquer da periferia. A luta de classes, no Brasil, é o principal refúgio da canalhice intelectual.
Mas atenção! Assim seria, com uma espécie de massacre apenas moral da polícia, na hipótese de o tiro ser bem-sucedido e acertar Lindemberg. E no caso de erro? Um brasileiro que apareceu noFantástico, instrutor da SWAT, afirma que havia alvo para tanto. O GATE, que estava no local, sustenta que não — o que foi endossado pelo coronel José Vicente da Silva, um especialista em segurança, que não costuma se pautar por juízos corporativistas.
Não, engana-se quem achar que vou sair aqui acusando, como é mesmo?, a turma dos “direituzamos”. Não vou. Mas considerem: é inegável que o lugar de um comandante de uma unidade especializada da Polícia Militar, em situações de extrema tensão como a que ocorreu em Santo André, é um dos piores em que se pode estar. Um tiro significa um processo. Criou-se uma espécie de metafísica em que a policia, obrigada a operar com 100% de eficiência, está sempre, e por princípio, errada.
Vejo os “especialistas” a analisar imagens em computador. O tal instrutor da SWAT, por exemplo, que disse ter "vergonha" (???) do GATE, informou ao Fantástico como faria. Homens estariam pendurados, presos ao teto do edifício. Tão logo Eloá e Lindemberg aparecessem na janela, dois a agarrariam e um terceiro daria um tiro no rapaz. Os russos, claro, fariam tudo conforme o roteiro que ele estabeleceu. Excelente! Seria preciso combinar com as câmeras de TV — com megafone talvez... — para que mostrassem, sei lá, a aprazível topografia da periferia de Santo André enquanto o seqüestrador seria atraído para a janela para ser surpreendido pelos homens-aranha. Ou Lindemberg os veria na televisão, não é?, dada a transmissão ao vivo.
“Então você nega que o GATE tenha cometido erros, Reinaldo?” Assim é se lhes parece. Não nego. Apenas digo que as coisas parecem ser um tanto mais complexas e que uma tropa com tal experiência e com tal performance merece um tratamento um pouco acima da linha da imbecilidade que se lhe tenta atribuir.
E, claro, deixo aqui um questionamento incômodo: até que ponto as unidades especiais da polícia de São Paulo — ou de qualquer lugar do Brasil — não estão indo com medo para o teatro de operações, sabendo que a sua atuação é só a prévia de um julgamento em que, de saída, já estão condenadas? Não sou especialista em tiro — os há dizendo que havia condições para o disparo e também o contrário. Mas sei que, nos ombros, ou no dedo, do soldado vai uma responsabilidade que pode liquidar a sua carreira e, em alguns casos, a sua honra. O que vocês acham que sentiu e sente o soldado que matou Adriana Caringi?
É PRECISO DEFINIR
Sim, como sociedade, precisamos definir quais são os nossos heróis e quais são os nossos bandidos. É evidente que não se deve dar um cheque em branco à Polícia — a rigor, não se deve dá-lo a ninguém. Toda vigilância se faz necessária. Há um histórico de abusos, praticados por maus policiais, que não é pequeno. Mas também cumpre distinguir e separar o que é joio e o que é trigo.
Não há qualquer evidência ou liame lógico que nos digam que, não tivesse havido nenhuma falha, Eloá estaria viva. O estado de Lindemberg e seu comportamento dentro da casa não autorizam que se diga isso. Tal hipótese é mais uma indução ditada por certa predisposição contra a polícia do que dedução a partir dos fatos. Ouçam as gravações. Ele pedia a invasão porque buscava um pretexto para matar. A polícia diz que só agiu depois de ter ouvido um tiro.
Aí diz o tal rapaz da SWAT que suas operações não duram mais de 24 horas. Parece não ser bem assim, mas digamos que seja. Reconhecem-se por lá a autoridade do negociador e a expertise do policial que está em campo. Confia-se em seu julgamento. E os danos colaterais eventualmente havidos, incluindo a morte de reféns, são considerados desdobramentos infelizes da intervenção certa. Não é assim por aqui. Os casos aqui lembrados deixam claro que não.
Concluindo
Ademais, cuidado com a falácia lógica, para a qual a Escolástica já nos advertia, que consiste no seguinte raciocínio: “Post hoc, ergo propter hoc”, ou seja: “Depois disso; logo, por causa disso”. A polícia cometeu erros; logo, Eloá morreu em razão deles.
Eu, que vou dormir sempre de manhã, sei quando está amanhecendo, mesmo que pouco atento ao relógio, porque os passarinhos começam a cantar, os chatinhos. Um pouco depois, lá vem o raiar do dia. É sempre assim. Faz tempo. Desde quando existem esses bichinhos enervantes. Se eu matasse todos eles, nem por isso a luz do dia seria adiada. Sim, ela vem depois do canto. É fatal. Mas também viria sem ele num mundo mais justo — que é aquele sem passarinhos para perturbar os insones...
“Ah, então deixa tudo como está, Reinaldo!” Não, senhores! Que se corrijam os erros do GATE para que, nos próximos dez anos, em vez de apenas dois, não morra um só refém. Mas não é certo, nem justo, sapatear sobre a reputação de uma polícia que é, sim, eficiente. Precisamos aprender a repudiar os nossos bandidos.
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Cavaleiro do Templo