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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A moralidade deles e a nossa moral. . .

Do blog CAVALEIRO CONDE
Sexta-feira, Agosto 22, 2008

Nasci no meio militar. Durante um bom tempo de minha vida, morei em vilas militares. Estudei em colégios administrados por militares. Por toda essa trajetória, raramente deparei-me com um nível tão alto de pessoas a serviço deste país. Da cepa do oficialato conheci eruditos, pianistas, cientistas, homens de sólida cultura. Conheci também a banda podre, mas era minoria. No geral, as forças armadas são compostas de pessoas decentes, de ilibada formação moral. Além de honrados, são verdadeiros patriotas. Em épocas caóticas da república brasileira, nunca se recusaram ao dever de salvar o país da subversão e da ausência de caráter da classe política. Na verdade, com a queda da monarquia, em 1889, o exército brasileiro se tornou a única instituição de consenso republicano da nação, uma espécie de poder moderador. Não deixa de ser uma tragédia, por um ponto, já que o império foi a única instituição política realmente estável do país. Porém, as forças armadas gozam de credibilidade, precisamente por serem as únicas instituições que inspiram honestidade em uma república cada vez mais corrompida. As estatísticas não negam. A despeito de toda a fábrica de calúnia e mentiras com relação as forças armadas, é uma das instituições mais populares do país. As forças armadas possuem muitos defeitos. Entretanto, suas virtudes são melhores do que seus pecados.

E por falar em desinformação, calúnia e mentiras, o governo federal, na figura do Ministro da Justiça Tarso Genro, agora move mais um ato de vingança contra os militares. Ao arrepio do caso jurídico perfeito, da coisa julgada e do direito adquirido, quer revogar a Lei de Anistia, o decreto que propiciou a volta da normalidade democrática do país. A Anistia isentou tanto o governo, como o lado da subversão comunista, dos crimes políticos decorrente no regime militar. Na verdade, a lei colocou um ponto final no estado de exceção, criando condições propícias para que os ressentimentos causados por aquela época fossem apagados da memória, sem guardar os seus devidos traumas.

No entanto, a esquerda é rancorosa. Apoiada pela ONU, por ONGs internacionais riquíssimas e por uma campanha de desinformação na imprensa e na classe intelectual, quer revogar aquilo que deu as garantias necessárias para que ela mesma retornasse ao poder no país. Claro, a anistia só vale para os terroristas, seqüestradores e assaltantes de banco da guerrilha. Isso porque lei da anistia nunca abrangeu o perdão a esses crimes. Quando o Sr. Tarso Genro prega o fim da anistia, numa tacada só, ele criminaliza a reputação dos militares, ao mesmo tempo que isenta as práticas da esquerda revolucionária de seus crimes. Os argumentos são tacanhos, artificiosos. Em nome de se deparar com o “passado” do país, os comunistas querem justificar a unilateralidade de sua história e atingir a reputação das forças armadas. Na realidade, há muito tempo eles fazem isso. O que se conta sobre a contra-revolução de 1964 nas escolas e universidades é pura mentira, pura falsificação, pura mistificação. Como é mentira, falsificação e mistificação a idéia falaciosa de que os guerrilheiros, terroristas e assassinos seqüestradores lutavam por democracia. Besteira! Lutavam para instaurar uma ditadura totalitária no país! Lutavam para transformar o Brasil numa gigantesca Cuba, espalhando revoluções para a América Latina. O corrupto ex-ministro da Casa Civil José Dirceu que o diga (ele que era espião do regime cubano e foi treinado para espalhar focos de guerrilha e terrorismo no Brasil). O meu grande amigo, o príncipe Dom Bertrand, em uma conversa informal, falava-me a respeito disso: - As forças armadas não salvaram o Brasil do comunismo. Salvaram a América Latina inteira!

A mobilização esquerdista sobre a revogação da Anistia lembra as piores épocas do período stalinista. Trotsky, com muita propriedade, dizia que a moral revolucionária não era a moral comum. Quando se comparam os escrúpulos dos bandidos de esquerda que governam atualmente o país e os militares de 1964, há uma tamanha disparidade de caráter, de princípios e de moralidade, que só mesmo tamanha canalhice pode mover tal cinismo jurídico.

Dilma Roussef, a Ministra da Casa Civil, no programa do charlatão Jô Soares, falava abertamente de sua participação no roubo do dinheiro de uma suposta amante do governador paulista Adhemar de Barros. Dias antes dessa entrevista, em audiência com senadores, ela dizia se orgulhar de mentir para os supostos torturadores dela, na época do regime militar. Do mesmo modo, ela passava o pito de que estava mentindo mesmo para o Congresso Nacional inteiro. Comenta-se que um professor da Unicamp, o Sr. João Quartim de Morais, atualmente militante do PC do B, se orgulhava de ter participado do assassinato do oficial americano Charles Chandler, em 1968, quando seu grupo crivou o militar com rajadas de metralhadora na frente do filho e da esposa da vítima. Se não bastassem esses auto-elogios obscenos, a esquerda não se cansa de se auto-indenizar pelos feitos de criminalidade. Um dos assassinos do capitão Chandler, o Sr. Diógenes de Oliveira, conhecido como “Diógenes do PT”, recebeu uma indenização milionária do contribuinte por suas práticas terroristas neste período. Todavia, as maldades do sujeito não param por aí. Ele também foi responsável pela explosão do consulado americano no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em 1968. Três estudantes que passavam a frente do prédio foram atingidos pelo estilhado da bomba e um deles perdeu a perna. Enquanto o Sr. Diógenes é indenizado com uma dinheirama por serviços prestados aos crimes revolucionários, o estudante aleijado jamais recebeu a menor atenção do governo. Também em 1968, foi Diógenes um dos responsáveis pela explosão de um carro-bomba em frente ao quartel do exército de Ibirapuera, fazendo virar pó o sentinela Mário Kozel Filho.

Entretanto, a esquerda não se deixa de rogado. Queria elevar o desertor Lamarca, inimigo confesso do exército brasileiro e assassino covarde do tenente da PM Alberto Mendes Junior, como general póstumo das próprias forças armadas que combateu. E mesmo glorificar outros demais bandidos daquela época funesta, como se a criminalidade terrorista fosse um sinônimo excelso de virtudes. A família de Mário Kozel Filho, o militar feito em pedaços pela bomba do Sr. Diógenes do PT, recebeu apenas um mísero salário mínimo de indenização.

Enquanto a esquerda se orgulha e se premia de seus crimes, os militares se mostram contritos com o seu passado. E isso tem uma explicação simples: o exército tem reputação e caráter. A grande maioria dos militares não sente nostalgia do regime militar. Pelo contrário, o oficialato é leal à democracia e a Constituição. Nem mesmo a tortura e as perseguições políticas são motivos de orgulho para eles. Sob determinados aspectos, a violência política contra a guerrilha foi um estorvo para a maioria dos oficiais, acostumados às regras convencionais da guerra. Impressionante é perceber que, mesmo com poderes autoritários, praticamente todos os presidentes militares morreram pobres, apenas vivendo de suas pensões. Não há um só caso de corrupção que envolva a reputação deles. Os serviços de repressão eram muito restritos a algumas pessoas que faziam o trabalho sujo. A grande maioria dos militares brasileiros de 1964 para cá não viveu a repressão política e estava alheia a ela.

Não se vê essa contrição quando os comunistas morrem de amores pela ditadura cubana, ainda que esta tenha executado milhares de cidadãos inocentes, que mal ofereciam resistência ao regime. Tampouco nunca de arrependeram de ter defendido ditaduras violentíssimas, como a de Stálin ou Mao Tse Tung, causadoras da morte de milhões de pessoas. Na verdade, se vê um orgulho psicótico, laudatório, egocêntrico, de crimes abomináveis. Isso porque o regime militar matou 300 bandidos e a maioria dos terroristas sobreviveu. Percebe-se que, pelos números, o estado de exceção militar estava longe de uma ditadura totalitária. Na verdade, a esmagadora maioria da população brasileira jamais sentiu o menor pressentimento da repressão política. Pessoas tinham suas vidas normais e praticamente nada mudou em sua vida cotidiana. Isso não se pode dizer dos chineses, russos, cubanos, vietnamitas, alemães orientais e europeus do leste que sofreram os horrores da ditadura comunista.

A lógica do ministro trotskista Tarso Genro, o mesmo que manda a Polícia Federal expulsar os proprietários de suas casas sem mandado legal em Roraima, reflete tão somente o caráter delinqüente e terrorista de quem se embebedou por um relativismo moral doentio. Reflete a dúbia moral comunista que multiplicou o século XX de cadáveres. Os bandidos comunistas se enriquecem com o dinheiro público, usam o Estado como arma contra os inimigos e se vangloriam de seus crimes abjetos, enquanto culpam nos outros, o que é conseqüência de seus próprios atos. O regime militar foi uma reação violenta contra gente violenta. Foi legitimo porque salvou o país de males piores. A revogação da Anistia é tão somente a elevação moral do delinqüente e a condenação moral do justo que salvou o país. É a inversão da moralidade preconizada por Trotsky e que custou sua vida, quando um agente stalinista o matou com uma picaretada na sua cabeça. É a moral “nossa”, contra a moral “deles”. . .

*A primeira foto mais acima é o que sobrou do cadáver do soldado Mário Kozel Filho, morto por um carro-bomba, que explodiu em um quartel em SP. A segunda foto é a do tenente da polícia militar de SP, Alberto Mendes Junior, assassinado por Lamarca.

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