Segunda-feira, Agosto 18, 2008
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As Olimpíadas da China são a máscara de deslumbramento do um novo império, de uma nova potência econômica, tanto para comunistas, como para os liberais. Os primeiros exaltam o “socialismo de mercado” como um modelo para a humanidade, ainda que quase todos eles abafem as atrocidades, tiranias e abusos do regime totalitário. Ainda me lembro de um sujeitinho vulgar, militante de algum movimento de esquerda, que falava com esperanças na China. Também pudera: os comunistas, ao colecionar fracassos, precisam se reinventar em novos mitos, novas mentiras. Isso é história comunista desde a sua fundação. Os segundos são magnetizados pelo capitalismo chinês, crédulos na democratização do país pela economia, ainda que isto implique o enriquecimento do Partido Comunista, do exército e o abandono puro e simples de 900 milhões de chineses miseráveis à fome e à escravidão. É lugar-comum no raciocínio de alguns liberais economicistas a crença de que a economia de mercado inexoravelmente levará às liberdades políticas. Na verdade, quando os liberais repetem essa máxima, parecem marxistas de sinais trocados: eles assimilam a balela marxista de que a economia, a infra-estrutura material, determina a superestrutura espiritual e política.
Entretanto, o mito China nunca me convenceu. Tampouco me seduzem as estatísticas dos burocratas, que dizem que o país será uma potência mundial e ultrapassará os Estados Unidos. Até porque, recorde-se, as estatísticas chinesas não são lá confiáveis, e numa nação onde as fontes são sempre oficiais, controladas pelo Estado, nada do que o governo chinês conta é coisa digna de confiança. É certo que a China experimenta um estrondoso crescimento econômico. Porém, está a anos-luz de distância do padrão norte-americano.
Leio as reportagens tolas a respeito daquele país, em particular, no noticiário brasileiro, que é um primor de pérolas. Uma jornalista afirmou que o coletivismo chinês, com seu total desprezo pelo indivíduo, é fruto da cultura instituída, e como tal, inquestionável. Há neste argumento uma espécie de fatalismo, como se a cultura pudesse justificar quaisquer tipos de crimes ocorridos naquele país. Tal argumento parece legitimar todos os assassínios atribuídos a Mao Tse Tung e a ditadura comunista chinesa, como se tais exercícios de engenharia social e terror em massa fossem produtos da natureza imutável de um povo. De fato, a China tem um histórico cultural impregnado de coletivismo, já que o país só conheceu uma única forma de governo: a autocracia. Outros falam da chamada “cultura milenar chinesa”. Isso existe? Desde que a Revolução Cultural encabeçada pela esposa de Mao patrocinou a destruição sistemática de quatro mil anos de civilização para ser substituída pelos livrinhos vermelhos do ditador chinês, essa “cultura”, por assim dizer, ficou apenas na aparência da muralha da China e na Cidade Proibida. Cultura chinesa mesmo, só em fast-food ou em Taiwan, Hong Kong e Macau.
A dimensão real da China e o que é retratado dela nos dão uma idéia de falsidade, de algo postiço, a começar pelo povo. O chinês médio não parece existir. Ele não é pessoa, no sentido ocidental do termo. Tal como os turcos dos tempos de outrora, é mera extensão do sultão, mera extensão de uma gigantesca tenda de escravos. Se o chinês individual não vale nada, tampouco vale a China, na sua forma coletiva. O que é retratado coletivamente sobre a China é falso. É quase tudo invenção do Partido Comunista. As Olimpíadas de Pequim apenas reforçam essa aparência. Enquanto o mundo inteiro assiste aos esportes, aos jogos, às medalhas olímpicas, o Partido cria muralhas de madeira em plena capital, para que ninguém veja a China real, miserável, atrasada. Essa mesma China que atualmente massacra populações inteiras em nome da unidade do regime, executando milhares de inocentes por ano, sem contraditório, ampla defesa, quase tudo sumariamente. Recentemente ouve-se a violenta perseguição a membros de uma seita, a Folung Dong, sem contar o extermínio físico e cultural dos cidadãos do Tibet. Curioso pensar que a Falung Dong foi incentivada pelo próprio Partido Comunista e, quando o regime temia perder o controle do movimento, acabou por suprimi-lo com violência. Alguns boatos dão conta da extensão da brutalidade comunista: os seguidores do movimento são enviados a campos de concentração e quando executados, seus corpos servem ao tráfico de órgãos humanos. A muralha da China não está mais nas fronteiras, está dentro do país, formando duas nações: o que é escondido do público, misterioso, e o que é exportado “made in”. . .
Esse caso foi retratado quando uma bela menina chinesa cantou o hino nacional de seu país, na abertura dos Jogos Olímpicos. A mídia internacional, sempre empática, colocou a jovem nas alturas. A fraude foi descoberta logo depois: a menina dublava a voz de outra jovem, bem menos bonita. E qual a resposta das pessoas que produziram a farsa? A de que a beleza de uma era mais conveniente à nação do que a suposta feiúra talentosa de outra. Digo “feiúra” em termos, porque dentro de nossos padrões, a menina realmente talentosa, além de ter uma voz bonita, era uma criança também graciosa. O que tal ocorrido nos ensina? Se o coletivismo é absoluto, a ficção prevalece, pois o coletivo é abstrato e não está, a princípio, pelo crivo da análise particular. Se uma criança bonita se passa com a voz de outra, o que importa? O indivíduo real não vale nada. Isso me faz lembrar o romance “1984”, de George Orwell. O herói da história, Winston Smith, torturado pelo agente do Partido, ouve as máximas da tirania do regime, nestas palavras: o coletivo é absoluto e imortal. O que importa é o coletivo. O coletivo, que é a mente do Partido.
A China é um império fake. Mao Tse Tung, no auge de sua loucura, e desejando provocar uma guerra nuclear, dizia que o imperialismo era um tigre de papel. Ainda complementava: a China ganharia a peleja, porque sobrariam chineses. Na verdade, tigre de papel era a China, já que, enquanto o ditador discursava, 30 milhões de chineses morriam de fome no famigerado programa de coletivização da agricultura, “O Grande Salto para Frente”. Que os países capitalistas e os liberais sejam condescendentes com a China é uma demonstração cabal de estupidez completa. Se a China é envolta num mundo de falsificações, mentiras e condescendências, só pelo fato de possuir um regime essencialmente militarista, é sempre uma ameaça ao sistema de liberdades ocidentais. E neste ponto, ela não é nada “fake”. O país se arma e aponta os mísseis contra os países capitalistas que sustentam o seu progresso econômico. O indivíduo chinês não é nada. O regime chinês não vale nada. Por que o mundo ocidental é tão laborioso com as mentiras chinesas? Eles não têm nada a perder. . .
Entretanto, o mito China nunca me convenceu. Tampouco me seduzem as estatísticas dos burocratas, que dizem que o país será uma potência mundial e ultrapassará os Estados Unidos. Até porque, recorde-se, as estatísticas chinesas não são lá confiáveis, e numa nação onde as fontes são sempre oficiais, controladas pelo Estado, nada do que o governo chinês conta é coisa digna de confiança. É certo que a China experimenta um estrondoso crescimento econômico. Porém, está a anos-luz de distância do padrão norte-americano.
Leio as reportagens tolas a respeito daquele país, em particular, no noticiário brasileiro, que é um primor de pérolas. Uma jornalista afirmou que o coletivismo chinês, com seu total desprezo pelo indivíduo, é fruto da cultura instituída, e como tal, inquestionável. Há neste argumento uma espécie de fatalismo, como se a cultura pudesse justificar quaisquer tipos de crimes ocorridos naquele país. Tal argumento parece legitimar todos os assassínios atribuídos a Mao Tse Tung e a ditadura comunista chinesa, como se tais exercícios de engenharia social e terror em massa fossem produtos da natureza imutável de um povo. De fato, a China tem um histórico cultural impregnado de coletivismo, já que o país só conheceu uma única forma de governo: a autocracia. Outros falam da chamada “cultura milenar chinesa”. Isso existe? Desde que a Revolução Cultural encabeçada pela esposa de Mao patrocinou a destruição sistemática de quatro mil anos de civilização para ser substituída pelos livrinhos vermelhos do ditador chinês, essa “cultura”, por assim dizer, ficou apenas na aparência da muralha da China e na Cidade Proibida. Cultura chinesa mesmo, só em fast-food ou em Taiwan, Hong Kong e Macau.
A dimensão real da China e o que é retratado dela nos dão uma idéia de falsidade, de algo postiço, a começar pelo povo. O chinês médio não parece existir. Ele não é pessoa, no sentido ocidental do termo. Tal como os turcos dos tempos de outrora, é mera extensão do sultão, mera extensão de uma gigantesca tenda de escravos. Se o chinês individual não vale nada, tampouco vale a China, na sua forma coletiva. O que é retratado coletivamente sobre a China é falso. É quase tudo invenção do Partido Comunista. As Olimpíadas de Pequim apenas reforçam essa aparência. Enquanto o mundo inteiro assiste aos esportes, aos jogos, às medalhas olímpicas, o Partido cria muralhas de madeira em plena capital, para que ninguém veja a China real, miserável, atrasada. Essa mesma China que atualmente massacra populações inteiras em nome da unidade do regime, executando milhares de inocentes por ano, sem contraditório, ampla defesa, quase tudo sumariamente. Recentemente ouve-se a violenta perseguição a membros de uma seita, a Folung Dong, sem contar o extermínio físico e cultural dos cidadãos do Tibet. Curioso pensar que a Falung Dong foi incentivada pelo próprio Partido Comunista e, quando o regime temia perder o controle do movimento, acabou por suprimi-lo com violência. Alguns boatos dão conta da extensão da brutalidade comunista: os seguidores do movimento são enviados a campos de concentração e quando executados, seus corpos servem ao tráfico de órgãos humanos. A muralha da China não está mais nas fronteiras, está dentro do país, formando duas nações: o que é escondido do público, misterioso, e o que é exportado “made in”. . .
Esse caso foi retratado quando uma bela menina chinesa cantou o hino nacional de seu país, na abertura dos Jogos Olímpicos. A mídia internacional, sempre empática, colocou a jovem nas alturas. A fraude foi descoberta logo depois: a menina dublava a voz de outra jovem, bem menos bonita. E qual a resposta das pessoas que produziram a farsa? A de que a beleza de uma era mais conveniente à nação do que a suposta feiúra talentosa de outra. Digo “feiúra” em termos, porque dentro de nossos padrões, a menina realmente talentosa, além de ter uma voz bonita, era uma criança também graciosa. O que tal ocorrido nos ensina? Se o coletivismo é absoluto, a ficção prevalece, pois o coletivo é abstrato e não está, a princípio, pelo crivo da análise particular. Se uma criança bonita se passa com a voz de outra, o que importa? O indivíduo real não vale nada. Isso me faz lembrar o romance “1984”, de George Orwell. O herói da história, Winston Smith, torturado pelo agente do Partido, ouve as máximas da tirania do regime, nestas palavras: o coletivo é absoluto e imortal. O que importa é o coletivo. O coletivo, que é a mente do Partido.
A China é um império fake. Mao Tse Tung, no auge de sua loucura, e desejando provocar uma guerra nuclear, dizia que o imperialismo era um tigre de papel. Ainda complementava: a China ganharia a peleja, porque sobrariam chineses. Na verdade, tigre de papel era a China, já que, enquanto o ditador discursava, 30 milhões de chineses morriam de fome no famigerado programa de coletivização da agricultura, “O Grande Salto para Frente”. Que os países capitalistas e os liberais sejam condescendentes com a China é uma demonstração cabal de estupidez completa. Se a China é envolta num mundo de falsificações, mentiras e condescendências, só pelo fato de possuir um regime essencialmente militarista, é sempre uma ameaça ao sistema de liberdades ocidentais. E neste ponto, ela não é nada “fake”. O país se arma e aponta os mísseis contra os países capitalistas que sustentam o seu progresso econômico. O indivíduo chinês não é nada. O regime chinês não vale nada. Por que o mundo ocidental é tão laborioso com as mentiras chinesas? Eles não têm nada a perder. . .
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