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terça-feira, 29 de julho de 2008

Relatório diz que Greenhalgh fez lobby no BNDES para banqueiro

Do portal do ESTADÃO
Por Fausto Macedo e Marcelo Godoy, terça-Feira, 29 de Julho de 2008


No relatório final do inquérito sobre o Opportunity Fund, a Polícia Federal dedica capítulo inteiro a Luiz Eduardo Greenhalgh, "vulgo Gomes ou LEG, ex-deputado federal pelo PT e pessoa muito próxima ao secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff". A PF pede inquérito exclusivamente sobre os movimentos de Greenhalgh e o acusa de fazer lobby no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "para satisfação dos interesses mútuos e pessoais".

Segundo o relatório, o ex-deputado integra "instância especial" da organização sob comando do banqueiro Daniel Dantas. "Também é advogado e possui escritório, mas os serviços prestados passam longe da assessoria jurídica."

A PF assinala que Greenhalgh "em verdade, no contexto geral, seria o homem de ligação entre pessoas do Poder Executivo Federal, empresas estatais (BNDES) e o D. Dantas".

No trecho intitulado Criação da Supertele-BrOi, no qual aborda as ações do ex-deputado, a PF o associa a Guilherme Henrique Sodré Martins, o Guiga, sócio da GLT Comunicações Ltd., e ao executivo Humberto José Rocha Braz, o Guga, ex-diretor corporativo da Brasil Telecom e preso por envolvimento na tentativa de suborno do delegado Victor Hugo Rodrigues Alves.

O relatório da PF: "A conduta dos três (Guga, Guiga e Gomes) soa como figuras lendárias dos três mosqueteiros desempenhando atividades a serviço do Rei, qual seja, identificamos naquele festejado grito de guerra "um por todos e todos por Daniel Dantas", com a finalidade de desviar recursos via BNDES, com a colaboração de integrantes do poder público a ser investigado em outro momento, num trabalho desempenhado quase perfeito com estratégias e relações que ultrapassam os limites da ética, da moralidade e da legalidade."

O relatório aponta atuação do grupo nos bastidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a ele imputa "contatos importantes e participação em acordos espúrios, em especial a criação da Supertele". "Constantemente são demandados por Daniel Dantas para "resolver" alguma pendência, usando da influência que aparentam ter, e "prestam contas" a seu patrão, dizendo que conversaram com x ou y (normalmente autoridades, políticos)", diz a peça. "Às vezes, até agradecem estas autoridades pelo auxílio. Até um julgamento do STJ, de uma ação de interesse do grupo, teve seu resultado adiantado pelo telefone."

Greenhalgh afirmou, pela assessoria, que "nunca foi ao BNDES". Ele teve acesso aos autos da Satiagraha e "pôde constatar que o conteúdo dos diálogos gravados não corresponde à interpretação dos analistas da PF".

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