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segunda-feira, 2 de junho de 2008

A ditadura do crime é uma realidade

Do blog ALERTA TOTAL
Da Redação do Alerta Total, domingo, Junho 01, 2008

Nesta segunda-feira, um dos casos de violência contra jornalistas que mais chocou o país completa seis anos. Tim Lopes, repórter da TV Globo, foi barbaramente assassinado a mando do traficante Elias Maluco quando fazia uma reportagem sobre bailes funk na Vila Cruzeiro, favela do Complexo do Alemão. O repórter foi torturado e morto depois de um julgamento feito por membros da quadrilha de Elias Maluco, na Vila Cruzeiro, e presidido por ele. Depois de matarem Tim Lopes, os bandidos queimaram seu corpo, usando pneus e gasolina, num forno improvisado conhecido como microondas. Em 2005, Elias Maluco foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela morte de Tim.

Neste sábado, o Brasil ficou sabendo que uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal "O Dia" foram torturados por milicianos que dominam a Favela do Batan, em Realengo. A equipe, disfarçada, estava morando há duas semanas em um barraco na comunidade, preparando uma reportagem sobre o cotidiano de quem vive sob o domínio de uma milícia.

Denunciados, os repórteres de O DIA foram seqüestrados e mantidos em cárcere privado em um dos barracos usados como quartel-general pela quadrilha. O interrogatório e as torturas duraram sete horas e meia, período em que a equipe foi submetida a socos e pontapés, choques elétricos, sufocamento com saco plástico, roleta-russa, tortura psicológica e todo tipo de situação vexatória. Em um dos intervalos entre as sessões de agressões, a equipe identificou o barulho de sirenes iguais às das patrulhas policiais rondando o cativeiro. Mas os homens que chegavam ao local, em vez de socorrer as vítimas, eram solidários aos carrascos.

Criadas sob o "inocente" argumento de enfrentar o tráfico de drogas e livrar as comunidades carentes do crime organizado, as milícias compostas por policiais, agentes penitenciários, bombeiros e ex-servidores da Segurança Pública dominam hoje bem mais do que as 78 comunidades onde fincaram suas garras e estruturaram um exército muito bem armado. Elas ditam as leis a aproximadamente 2 milhões de cariocas e os submetem a um código penal que nunca foi escrito. Todos conhecem bem cada parágrafo, onde estão previstas a tortura e a morte a quem desafiar as suas regras.

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