Do blog ALERTA TOTAL
Por Arlindo Montenegro em quinta-feira, 01 de maio 01 de 2008
Os jogos do poder estão organizados e os ingressos já estão esgotados para o que vai acontecer nos campos de Santa Cruz de la Sierra, onde o comparsa do nosso companhêro presidente, o cocaleiro Morales tem obedecido à risca os comandos do outro amigão da turma do Foro São Paulo, o revolucionário bolivariano Chavez.
A data é 4 de Maio, Domingo. Na Província (Estado) de Santa Cruz, fronteira com o Brasil, (ali onde Morales confiscou a refinaria da Petrobrás) vai acontecer um referendum pela autonomia em relação ao Governo Central
Os habitantes de Santa Cruz reagem ao projeto da nova Constituição da Bolívia, que permite ao Presidente Morales implantar os controles estatais socializantes sobre a economia de todo o país.
O Senador Oscar Ortiz, em entrevista à AFP, declarou que “o projeto de Constituição de Morales, foi aprovado ilegalmente. Não tem conteúdo democrático porque é cópia do modelo de Hugo Chavez: criar fachadas democráticas mas concentrar todo o poder no Presidente”.
Segundo o Senhor Ortiz, que também é Presidente do Senado da Bolívia, o referendum de autonomia de Santa Cruz mostra a necessidade de “uma grande reforma na legislação sobre as obrigações do Governo Central com os Departamentos e Municípios”.
O povo de lá quer reformas políticas e vai à luta! Por aqui estamos esperando reformas políticas sentados e com calos nos traseiros! Os bolivianos merecem a atenção de todos os que prezam as liberdades, a Lei e aspirações democráticas do nosso continente e no mundo.
O Presidente de lá, ta p da vida com o movimento de referendos que já tem data marcada para acontecer em outras Províncias: Tarija, Beni e Pando, que junto com Santa Cruz, formam a “meia lua”, concentrando importantes recursos agrícolas, industriais e o gás do passa moleque na Petrobrás.
O Morales arrota que os referendos são “intentos separatistas de setores menores que não querem perder privilégios. Na verdade os referendos, que a Constituição da Bolívia permite, são reações anti socialistas dos setores majoritários e contrários ao poder na mão de um só.
Em 2005, antes de ser eleito ele prometia trabalhar para criar muitas Cubas e muitos Fidel na América Latina. Repetiu o discurso visitando Cuba, em 2006, já como Presidente. E há poucos dias, em confraternização com o bispo Fernando Lugo, eleito no Paraguai, disse: “Bem vindo ao ‘eixo do mal’... até há pouco só contávamos com o companheiro irmão maior Fidel e o companheiro Chavez” mas agora já contamos com outros (olhe o plural!) presidentes” (La Nación, Buenos Aires, 24/04/2008)
No dia 23 de Abril ele foi a Caracas, reunindo-se às pressas com Chavez, Daniel Ortega da Nicarágua e com o Vice Presidente cubano Carlos Lage. Foi então que o Senador Ortiz comentou que: “Chavez está ameaçando o continente de modo terrível. Há um presságio de violência (por ocasião do referendo) que só pode ser patrocinado pelo governo porque a população vai votar pacificamente. Chavez deve parar de intervir na Bolívia”.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) acaba de alertar para a possível violência e derramamento de sangue nos próximos dias. E o Governo de Morales vai tentar responsabilizar a “minoria” da oposição, contraria ao socialismo nos moldes bolivarianos.
Por aqui a tendência é do “to nem aí...” porque a turma nem sabe que diacho é o Foro São Paulo, nem a nossa imprensa deu destaque ao discurso do companhêro presidente dizendo:
“Meus queridos companheiros e companheiras que nos estimulam com esta visita ao 12º Encontro do Foro de São Paulo
...nós pudemos atuar junto a outros países (...) sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política (...)”
Mais adiante Lula diz:
“E foram inúmeras daquelas reuniões que ninguém quer participar, às vezes, pegar um vôo, andar quatro, cinco horas de avião e parando três, quatro vezes para chegar num lugar e encontrar meia dúzia de companheiros para se reunir. E esses companheiros que tiveram a coragem de assumir essa tarefa, eu acho que hoje podem estar orgulhosos, porque valeu a pena a gente criar o Foro de São Paulo....hoje nós somos um continente em que a esquerda deu, definitivamente, um passo extraordinário (...) chegar ao poder e exercer esse poder.
...feliz eu fico quando tomo a informação, (...) de que um companheiro do Foro de São Paulo foi eleito presidente da Assembléia, foi eleito prefeito de uma cidade, foi eleito deputado federal, senador (...)”
E Lula citou o Equador, Bolívia, Uruguai e a Argentina do companheiro Kirchner. Além da Venezuela, o Foro São Paulo já elegeu o Daniel Ortega. O Chile também elegeu uma companheira.
Lula deixou de citar as Farc, que tinham um representante presente à reunião e que, não obstante o clamor público, não obstante o tráfico de drogas e armas, não obstante as centenas de seqüestrados, contam com a simpatia de todos estes governantes alinhados ao foro São Paulo, que, como uma Nova Internacional Comunista, decide o que fazer em reuniões secretas.
A imprensa não acreditava, disse Lula. O plano para a tomada do poder utilizando-se das liberdades democráticas era tão bom, que ninguém acreditava.
Eis o que disse o Presidente:
“(...) no começo, acharam que nós éramos um bando de malucos. (...)eu não posso brincar o tanto que eu já brinquei, (...) porque quando nós começamos o Foro de São Paulo, a gente ficava implorando para ter um jornalista e não tinha nenhum. E hoje tem muitos e eu já não posso (...) dizer tudo o que eu dizia antes.Nós aprendemos que a organização da sociedade é um instrumento excepcional e nós aprendemos que o processo democrático pode garantir que a gente concretize esses sonhos nossos.”
Ou seja: eles aprenderam como utilizar as liberdades democráticas para destruí-las e instaurar o socialismo. Por isso o dia 4 de Abril próximo na Bolívia deve ser alvo das atenções dos que ainda desejam preservar a democracia em nosso continente.
Arlindo Montenegro é Apicultor e adora dar ferroadas no governo ideológico do crime organizado.
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