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domingo, 25 de maio de 2008

Morte de "Marulanda" é um duro golpe para as Farc

Do portal do ESTADÃO
25 de Maio de 2008 | Atualizado às 22:05h

BOGOTÁ - A morte do líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Pedro Antonio Marín, mais conhecido como "Manuel Marulanda Vélez" ou "Tirofijo", representa o mais duro revés para a organização guerrilheira, já que perde a seu emblemático líder e fundador, mas não o definitivo, segundo analistas políticos colombianos.

"Marulanda", que dirigiu as Farc desde 1966 e pretendeu a tomada do poder pela via armada, morreu no dia 26 de março "por causas que ainda estão por ser confirmadas", segundo disse o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Militares da Colômbia, o almirante David René Moreno.

O ministro da defesa, Juan Manuel Santos, tinha dito à revista "Semana" que o chefe guerrilheiro "estaria no inferno" e, respondendo a pergunta de se "Tirofijo" estava morto, o alto funcionário respondeu: "Sim, está morto".

Estudiosos do conflito colombiano concordam que Marulanda, de 78 anos, era o encarregado de dirigir as Farc, apesar de já não manter em suas mãos todas as decisões. Pedro Antonio Marín deu vida a um movimento guerrilheiro composto por camponeses, mas degenerou em um grupo que seqüestrava e, pior ainda, tinha no narcotráfico uma fonte de financiamento.

O analista político Pedro Medellín, considerou que a morte do líder máximo guerrilheiro das Farc, "dá fim a uma era", mas não é o fim do grupo armado, um dos mais antigos do mundo. Ele disse que apesar do desaparecimento de "Marulanda", este já não exercia a liderança de outras épocas e que inclusive a morte de outros líderes guerrilheiros, como o caso de "Ivan Ríos" e "Raúl Reyes", devem ter mais repercussões no seio das Farc.

Para o analista político, Alejo Vargas, o desaparecimento de "Marulanda" pode trazer a possibilidade de que essa guerrilha possa se recapacitar e inclusive buscar uma saída realista. Após a morte de "Marulanda", seu substituto natural seria Guillermo León Sáenz, conhecido como "Alfonso Cano", que passou os últimos 31 anos de sua vida com o grupo rebelde. Antes de ingressar nas Farc, "Cano" - nascido em 22 de julho de 1948 - militou nas fileiras do Partido Comunista Colombiano, do qual foi seu "comissário político". Atualmente tem 47 ordens de captura e está na "circular vermelha" da Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol), sob acusações de rebelião, terrorismo, homicídio e seqüestro.

À luz dos resultados, a administração do presidente Álvaro Uribe, é a que mais êxito teve na luta contra as Farc. Além de abater importantes chefes do grupo, o número de deserções é elevado, por isso que constantemente porta-vozes governamentais asseguram que o "esfacelamento" das Farc está à vista.

Os mais duros golpes sofridos pelas Farc nos dois últimos anos começaram com a morte do guerrilheiro conhecido como "J", abatido quando viajava em uma lancha.

Posteriormente, caiu o "negro Acacio", que morreu em um bombardeio em setembro de 2007 e, então, qualificado como o golpe mais duro dado nas Farc.

A estas mortes seguiram as de "Martín Caballero", com quem caíram outros 23 membros do grupo no departamento de Bolívar (norte); e a de "Martín Sombra", um dos chefes do comando central das Farc e também muito próximo a "Tirofijo".

No entanto, ninguém dúvida que o maior sucesso do Governo colombiano contra os rebeldes foi a morte de Luis Edgar Devia, conhecido como "Raúl Reyes", segundo no comando das Farc.

"Reyes" morreu em território equatoriano em uma operação militar realizada no dia 1º de março. O guerrilheiro conhecido como "Ivan Ríos" foi morto por seus próprios homens e recentemente, Nelly Ávila Moreno, conhecida como "Karina", entregou as armas em uma zona rural do departamento de Antioquia.

A captura e posterior extradição aos Estados Unidos de Ricardo Palmera, conhecido como "Simón Trinidad", e Nayibe Rojas Cabrera, conhecida como "Sonia", também enfraqueceram as Farc.

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