Do blog ALERTA TOTAL
Por Jorge Serrão em sexta-feira, 16 de maio de 2008
Os 10% mais pobres no Brasil pagam 32% de sua renda em impostos e contribuições, enquanto os 10% mais ricos pagam só 22%. Já os extremamente pobres entregam 44,5% do que ganham para o Estado. Enquanto isso, os 10% mais ricos concentram 75% da riqueza e da renda nacional. Embora sirva para acirrar discursos tipo “luta de classes”, tão ao gosto do patrulhamento ideológico imposto pelo atual desgoverno, os números divulgados ontem pelo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirmam que os brasileiros precisam dar um basta no atual sistema de imposto e imposturas.
O próprio presidente do Ipea aproveitou a divulgação dos números para criticar a proposta de reforma tributária proposta pelo desgoverno em que trabalha. Márcio Pochmann reclamou que tal proposta da equipe econômica de Lula não tem o objetivo de promover a igualdade. “Não percebo o princípio de que ela busque a eqüidade fiscal. Não acredito que ela terá impacto, para o bem ou para o mal, nas desigualdades sociais”. O projeto de reforma tributária é coordenado pelo ex-ministro da Fazenda, deputado federal Antônio Palocci Filho, homem cujos banqueiros querem trazer de volta para o desgoverno, no Ministério da Previdência.
Na dura constatação de Márcio Pochmann, “Quem é pobre no Brasil está condenado a pagar mais imposto”. O presidente do Ipea destacou que a maior incidência de carga tributária se dá entre os que ganham entre 5 e 30 salários mínimos (R$ 2.075 a R$ 12.450). Por isso, Pochmann defende a criação de novas faixas para a cobrança do Imposto de Renda – hoje restrito às alíquotas de 15% e 27,5%. A primeira muito elevada para quem ganha pouco. E a segunda muito baixa para quem ganha demais.
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